23 Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o
coração, porque dele procedem as fontes da vida.
24 Desvia de ti a falsidade da boca e afasta de
ti a perversidade dos lábios.
25 Os
teus olhos olhem direito, e as tuas pálpebras, diretamente diante de ti.
26 Pondera a vereda de teus pés, e todos os teus
caminhos sejam retos.
27 Não
declines nem para a direita nem para a esquerda; retira o teu pé do mal (Pv 4.23-27).
É
muito triste hoje ver o comportamento de nossos jovens e adolescentes. A
rebeldia é a palavra que mais se aplica hoje na juventude. Eles também são
desobedientes, insensíveis e violentos. Um dos comportamentos reprováveis de nossa
juventude são suas palavras, é impressionante a quantidade de palavrão que sai
de suas bocas. É de cair o queixo quando temos a oportunidade de ver os
diálogos deles na internet. Eles falam palavrão com a maior naturalidade, como
se fosse algo totalmente normal. Estes dias li a reportagem de um senhor de 86
anos que encontraram morto em um matagal e fiquei pasmo com o comentário de um
adolescente que disse: Deveria largar o
véio lá pra servir de alimento para os bicho, pelo menos ia servir pra alguma coisa
(hic). O que é lamentável nisso é que todo adolescente segue um exemplo de
forma que, geralmente, ele fala o que ouve em casa, apesar de que o ambiente
escolar e os círculos de amizades também contribuem para a sua formação. Mas
não é assim que devemos proceder, pois a Palavra de Deus nos adverte quanto ao
nosso palavreado. Ela diz: Mas eu vos
digo que de toda palavra ociosa que os homens disserem hão de dar conta no Dia
do Juízo. Porque por tuas palavras serás justificado e por tuas palavras serás
condenado (Mt 12.36,37). Isso significa que um dia daremos contas a Deus por
cada palavra frívola que falamos.
A
Bíblia nos afirma que todos hão de comparecer perante o tribunal de Cristo para
prestar contas por aquilo que tiverem feito por meio do corpo, seja o bem ou o mal,
como afirma o apóstolo Paulo: Porque
todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba
segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem ou mal (2 Co 5.10).
Esse acerto de contas inclui as palavras que saem de nossa boca. A palavra
"comparecer" significa "tornar conhecido aberta ou
publicamente". O tribunal de Cristo vem a ser o julgamento de Deus em que
seremos julgados de acordo com nossas obras, ou seja, toda a vivência e conduta
que tivemos, e este julgamento será conforme a Palavra de Deus, o que significa
que ele não procederá segundo artimanhas jurídicas, nele não haverá necessidade
de testemunhas porque o Juiz sabe e conhece tudo a nosso respeito e justamente
por isso não será necessário advogado para argumentar e tentar distorcer os
fatos. O conhecimento de Deus e a Sua Palavra serão os únicos parâmetros deste
julgamento.
Geralmente,
quando pensamos no julgamento final, focamos em nossas ações, isso quando
cremos que ele existirá, nunca incluímos em nossos pensamentos as nossas
palavras ditas. Como estamos acostumados com a impunidade neste mundo e de
vermos aqui os inocentes sendo culpados e os culpados sendo inocentados,
achamos que o mesmo ocorrerá no julgamento de Deus. Outro equivoco nosso é o de
pensar que Deus é amor, que Deus é tão bom que não conseguirá ser um Juiz tão
severo assim como dizem. Mas Jesus foi bem claro quando disse: Eu vos digo que de toda palavra ociosa que
os homens disserem hão de dar conta no Dia do Juízo. Daremos conta diante de
Deus de toda palavra frívola que pronunciarmos, ou seja, Deus cobrará por cada
palavrão, cada mentira, cada injúria que nossos lábios pronunciarem. Os jovens
vivem como se isto não fosse acontecer com eles, acham que Deus não tem um
controle tão rigoroso assim ao ponto de saber cada palavra que pronunciamos.
Agora pense: Quantos palavrões você já pronunciou só hoje? Com certeza já se
esqueceu de muitos, mas Deus tem registrado e registra cada palavrão que teus
lábios pronunciam. A prestação de contas com Deus por estas palavras será uma
realidade na vida de todos.
Cuidado
com suas palavras! Policia sua boca dia-a-dia. Não se habitue a um linguajar
obsceno, imoral, que venha um dia a te deixar envergonhado diante de Deus. Não
se acostume a mentir, pois é por causa de uma mentira que há tanto sofrimento
neste mundo. Não fale injúria contra o teu próximo por qualquer motivo que
seja, pois Deus odeia isso e não inocentará àquele que mancha a honra dos
outros com suas palavras, mesmo que este não venha a ser uma pessoa honrada. Há
pessoas que injuria tanto o seu próximo que chega a jogar seu nome e sua honra
na lama. Quanto a isso não devemos nos esquecer da famosa lei do retorno,
porque Deus nos retribui a tudo que semeamos, se semeamos desonra, colheremos
desonra, se semeamos infâmia, colheremos infâmia. Tenha o desejo do salmista
que disse: Que as palavras dos meus
lábios e o meditar do meu coração sejam agradáveis na tua presença, SENHOR,
rocha minha e redentor meu! (Sl 19.14). Faça também a oração do
salmista: Põe guarda, SENHOR, à
minha boca; vigia a porta dos meus lábios (Sl 141.3). Fazendo assim,
guardarás para ti mesmo grandes tesouros no céu, para desfrutares naquele dia
que serás chamado para comparecer perante aquele que Reina e julgará com
justiça a todos. Que Deus te abençoe a meditar nestas palavras! Amém!
Luiz
Lobianco
luizlobianco@hotmail.com
