terça-feira, 27 de julho de 2010

A INTIMIDAÇÃO DO INIMIGO

Sede fortes e corajosos, não temais, nem vos assusteis por causa do rei da Assíria, nem por causa de toda a multidão que está com ele; porque um há conosco maior do que o que está com ele (2 Cr 32.7).

O Império Assírio estava em ascensão. O exército assírio tinha passado sobre a Síria e Israel como um rolo compressor. Atacou Judá e conquistou todas as suas cidades fortificadas e, agora, cerca Jerusalém. A conquista de Jerusalém parecia inevitável. Os assírios usaram uma estratégia para intimidar os israelitas para que se rendessem. Começaram uma campanha destinada a persuadir os habitantes de Jerusalém a desistirem sem lutar. O discurso foi engenhado para motivar os cidadãos da cidade a julgarem sua situação sem esperança e permitirem aos assírios tomar a cidade sem resistência. A tática assíria se parece com as técnicas que Satanás usa em suas tentativas para nos levar a ceder e a servi-lo.

Em primeiro lugar eles tentam minar a auto confiança do rei. Vencer o exército assírio era algo praticamente impossível para qualquer nação naquele tempo, porém, o rei Ezequias estava confiante de que seu Deus iria livrá-lo, pois ele olhava para Deus e não para o imenso exército acampado lá fora. Mas a tentativa assíria era de fazer com que Ezequias olhasse para a sua incapacidade e o tamanho do exército assírio e sentisse haver uma impossibilidade de Deus livrá-lo. Há certas situações em nossa vida que se tornam inexplicáveis e, mesmo sem sabermos como, temos de enfrentar inimigos poderosos, que vêm com táticas de enfraquecimento contra nossa fé, tentando minar nossas reservas de confiança em Deus, procurando nos passar a idéia de que tudo está perdido. Geralmente, nestas situações controversas, deixamos que argumentos racionais, tais como o medo e a perplexidade, passem a trabalhar a favor do inimigo, nos limitando e nos levando a perder a certeza e a confiança de que maior é o que está conosco e não aquele que faz as ameaças. Infelizmente, por muitas vezes, o inimigo tem nos ameaçado e nos tem feito tremer, apenas com suas táticas de propagandas enganosas, baixando nossa moral e nossa confiança em Deus.

Em segundo lugar eles tentam depreciar o poder de resistência do rei. “Você está perdido, não há ninguém que possa fazer alguma coisa por você!” Este era o vaticínio dos assírios. Visando enfraquecer a moral dos exércitos de Judá, os assírios tentam estimular o povo a não confiar no seu rei, no seu exército e no seu Deus. Eles tentam mostrar aos moradores de Jerusalém que a confiança de outros povos não redundara em nada e não evitara que fossem dominados, pois o exército da Assíria era imbatível. O inimigo tenta passar a idéia para Ezequias de que ele já estava morto, faltava apenas cair: se não podes afugentar um só capitão dos menores dos servos do meu senhor (Is 36.9). Ezequias não se atemorizou. Ameaças e táticas de intimidação não foram suficientes para deter aquele homem que confiava plenamente em seu Deus. Ele cria em um Deus poderoso que está acima de qualquer exército. A despeito das afrontas, não devemos oferecer ao inimigo a oportunidade de nos fazer perplexos e nem mesmo nos sentir derrotados por ameaças. Devemos enfrentar com coragem e fé naquele que nos fortalece, que é poderoso para operar um grande livramento e pode desfazer as táticas do inimigo, pode aniquilar os dardos inflamados do maligno.

Por fim os assírios tentam abalar a fé do rei. Ezequias instituiu amplas reformas na adoração em Judá. Ele baniu a idolatria e se opôs à adoração nos lugares altos. Eles usam estas reformas como ponto de partida para atacar e desacreditar o rei. Tentou levantar um descontentamento entre os israelitas pelas reformas de Ezequias, fazendo os judeus se sentirem inseguros por terem deixado de adorar os ídolos nos lugares altos. Ainda hoje Satanás ataca as tentativas de volta ao padrão de Deus e de oposição às falsas doutrinas. Ele inspira os modernos conceitos de tolerância, segundo os quais todos os caminhos são certos, toda adoração é boa, e toda crença é válida. Ele faz com que aqueles que se opõem a doutrina dos homens pareçam maus sujeitos. O diabo é mestre na arte de chamar de mau o que é bom, e de bom o que é mau. Precisamos ter a coragem de nos opormos ao erro mesmo quando somos difamados por fazermos isso.

A maior força de Ezequias era a sua fé! Não importava quanta força o inimigo tinha, ele cria que Deus ia vir e lutar pelo Seu povo. Ele sabia que a ajuda de Deus era muito mais do que as supostas forças do inimigo. Ele falou ao povo e quando acabou de falar "o povo descansou nas palavras do rei". Suas palavras eram fortes porque ele tinha descansado no Senhor. Ele cobrou ânimo do povo e o povo recuperou o ânimo com as palavras de Ezequias.

A estratégia dos assírios quando cercou e ameaçou Jerusalém é a mesma usada pelo diabo hoje em dia. Quando ele cerca algum servo, faz de tudo para enfraquecer sua fé e sua confiança no Senhor, pois assim as coisas são facilitadas para ele. Se ele consegue convencer o servo de que não há esperança, que o seu problema é grave, que sua situação é irremediável, que ele está sem comunhão e que o Senhor não o livrará da dificuldade, terá conseguido enfraquecer e abater este servo. Dali pra frente tudo estará praticamente perdido. Ao envolver o servo desta forma, o inimigo revela claramente sua intenção de destruir sua vida.

A Assíria exagerou seu próprio poder. Do mesmo modo o diabo procura nos convencer que seu poder é maior do que nossa capacidade de resistir. Exagerando sua força, Satanás tenta desestabilizar nossa confiança no Senhor. Tenta nos intimidar diante de sua força. Para derrotar a tentação precisamos ver o poder de Deus. Se fizermos como Pedro, se fixarmos o olhar para o vento e para as ondas, vamos nos afundar como ele nas dificuldades da vida, mas se mantermos nossos olhos fixos em Jesus permanecemos firmes. Que Deus te abençoe! Amém!

Luiz Lobianco

luizlobianco@hotmail.com