Porquanto aborreceram o conhecimento e não preferiram o temor do SENHOR; não quiseram o meu conselho e desprezaram toda a minha repreensão. Portanto, comerão do fruto do seu procedimento e dos seus próprios conselhos se fartarão (Pv 1.29-31).
Recentemente, o Brasil todo ficou perplexo com a tragédia da cidade de Realengo, no Rio de Janeiro, em que um rapaz invadiu uma escola e assassinou a sangue frio vários adolescentes ainda crianças. Creio que das tantas questões levantadas sobre a tragédia, a mais intrigante é: Por que Deus permite que tais coisas aconteçam?
Se procurarmos uma causa para tragédias como essa, creio que muitos dirão que a impunidade reinante no Brasil é o que motivou tal coisa. Mas será que podemos afirmar que a impunidade é a grande responsável por um homem invadir uma escola, matar crianças inocentes e depois se suicidar? Quando analisamos o fato de que nos Estados Unidos e na Europa, tragédias desse porte tem se repetido várias vezes nos últimos anos, temos que descartar a impunidade porque nestes lugares ela praticamente não existe, pois ali a justiça é aplicada com rigor. Então, se procuramos uma causa, precisamos pensar em algo que seja comum tanto lá como aqui.
A verdade é que o homem moderno tem retirado Deus de sua existência. Além do fato das pessoas não terem mais tempo para Deus e nenhum interesse em buscá-lo, surge cada vez mais leis que impedem ou dificultam a evangelização. Não se pode mais orar nas escolas, não se pode mais pregar abertamente contra o pecado que Deus abomina e a leitura da Palavra de Deus, via providenciada por Deus para nos conduzir a Ele, tem sido cada vez mais restringida nos lugares públicos. Esta Palavra nos diz que Deus criou o homem, mas o homem insiste em ensinar que veio do macaco pela evolução; diz que Deus criou o Universo, mas o homem insiste em ensinar que tudo surgiu com uma explosão.
Com atitudes assim estamos literalmente pedindo para que Deus se retire de nossas vidas. Entretanto, quando acontece uma tragédia, invocamos o nome de Deus para questioná-lo e culpá-lo pelo acontecido, por Ele não ter impedido que tal coisa acontecesse. Acaso queremos a presença de Deus apenas para nos servir de protetor? Deus não é nenhum mordomo em que basta tocar o sino e Ele vem nos servir. Deus não violenta ninguém para adorá-lo, se Ele é recusado e solicitado para se retirar Deus simplesmente se afasta.
A pergunta é: Estamos prontos para arcar com as conseqüências? Estamos prontos para comermos do fruto de nosso procedimento? Quando recusamos a Deus, não dizemos não apenas a sua presença, mas também ao seu modo de vida, às suas Leis e aos seus mandamentos e colocamos no lugar o nosso modo de vida e criamos as nossas próprias leis. Já está mais do que provado que o resultado dessa atitude foi totalmente desastroso, mas a humanidade tem resistido e se recusa a voltar-se para Deus.
Felizmente, existe um remanescente que não entrou nessa onda, pois são pessoas que amam o Senhor e tem uma vida em Sua presença. Como vivemos no meio daqueles que se recusam a fazer o mesmo, colhemos com eles as conseqüências de seus erros, de forma que somos também atingidos do mal que lhes afligem. O fato de sermos também alcançados por tragédias não significa que não somos distinguidos por Deus dos demais, mas sim no fato de convivermos no mesmo meio. A prova disso é que quando Deus fala da grande tribulação dos últimos dias, Ele diz que: Não tivessem aqueles dias sido abreviados, ninguém seria salvo; mas, por causa dos escolhidos, tais dias serão abreviados (Mt 24.22). Deus leva em consideração aqueles que O amam; não estamos aqui esquecidos por Deus.
Deus não foi pego de surpresa com a atitude da humanidade, pois Sua Palavra nos fala como seria a humanidade nos últimos dias, em que os homens seriam: egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus (2 Tm 3.2-4).
Diante deste perfil da humanidade o que nos resta esperar não é uma volta a Deus, mas a insistência na continuidade de seus erros. Com tal atitude, o que Deus tem a dizer ao homem é que eles aborreceram o conhecimento e não preferiram o temor do SENHOR; não quiseram o meu conselho e desprezaram toda a minha repreensão. Portanto, comerão do fruto do seu procedimento e dos seus próprios conselhos se fartarão (Pv 1.29-31). Sendo assim, nos resta a certeza de que tudo se repetirá novamente, só não sabemos quando e nem aonde vai acontecer.
Portanto, não seja como a maioria, que você não afaste Deus de sua vida e nem tenha uma vida longe de Deus. Não se desanime pelo fato de viver no meio dos maus e ser atingido pelas tragédias porque isso acontecerá somente aqui, porém, no além, seremos totalmente separados deles e recompensados por Deus em insistir de fazer o bem. Que Deus te abençoe! Amém!
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com