Onde não há conselho fracassam os projetos, mas com os muitos conselheiros há bom êxito (Pv15.22).
No texto anterior falei sobre decisões. Talvez, com sua leitura, fique no ar a pergunta: Como tomar a decisão certa? Quero falar sobre isso hoje. Falei no texto passado que pelos resultados de hoje podemos avaliar nossas decisões do passado, o que significa que amanhã colheremos os resultados das decisões de hoje. Portanto, todos querem colher bons resultados, mas para isso a tacada tem que ser certa. Quero te dizer duas coisas sobre isso.
Primeiramente, não vá na tua onda. A Bíblia fala do engano do coração, de como somos vítimas desse órgão influenciador de decisões. As vezes, pensamos nisso somente do lado do pecado, de como o coração nos engana em relação ao certo com o errado, mas o engano do coração vai muito além disso. Quando você decide fazer alguma coisa é porque seu coração já se afeiçoou com aquilo. Você começa a orar somente para desencargo de consciência, mas lá no fundo tu já estás decidido, pois teu coração está totalmente atraído, tomou gosto pela coisa, e dessa forma ele te deixa completamente cego. Isso significa que teu coração pode te induzir por anos a permanecer como um burro empacado, caminhando preso por um cabresto que te impede de olhar adiante. Temos uma tendência muito grande para decisões erradas porque possuímos um coração que arde por enganos.
Em segundo lugar, esteja aberto para opinião alheia. Chamamos a isso de conselho. O texto acima nos diz que aquele que ouve os conselhos não tem os seus projetos fracassados, ou seja, aquele que ouve a seus irmãos não toma decisões furadas. Se somos enganados pelo nosso coração, pelo nosso ponto de vista, a solução é deixar que os outros nos mostrem aquilo que nossos olhos não conseguem ver. Isso entra no mesmo conceito dos nossos defeitos, pois vemos o defeito de todo mundo, mas não conseguimos apontar nem um sequer dos nossos. Da mesma forma, quando estamos diante de uma decisão, não conseguimos detectar nenhum problema, tudo parece ser muito bom e achamos que vai dar tudo certo, não avistamos os imprevistos, não notamos os incidentes, não percebemos que estamos embarcando em uma canoa furada.
Falei no texto passado que objetivos sublimes não denotam uma decisão correta. As vezes, tomamos decisões com ideais tão nobres, mas que podem nos conduzir a um poço sem fundo. Isso acontece quando, com nossa opinião própria formada, seguimos em frente contra tudo e contra todos, pois ignoramos os alertas que nos são dados pelos irmãos e amigos, e como um adolescente rebelde entramos de cabeça, avançando cada vez mais para baixo, nos entregando ao fracasso. Todos vêem nosso erro, menos nós, todos nos alertam, mas nos recusamos a ouvir e teimamos em reconhecer que tomamos a decisão errada.
Querido irmão, para transpor sua cegueira na hora da decisão, permita que o teu próximo seja os seus olhos, para fugir do engano de seu coração, permita que teu irmão seja seu coração. Para que isso aconteça, peça conselhos e ouças aqueles que lhes são dados, pois tudo que querem é te livrar de um laço a que estás prestes a cair. Ouça!
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com