A transformação que ocorre em
nosso corpo ao longo da vida é deprimente. Nascemos com um corpo tão delicado,
tudo tão novinho, tão fofinho, mas o tempo é tão cruel com este corpo que o
transforma a cada dia que passa, tanto que ao longo dos anos seu produto final
nem se compara com sua origem, pois o novo se transformou em velho e a delicadeza
e fofura demudou-se para rude, murcho, áspero e desgracioso. Nascer não teria
sentido algum se não fosse o segundo elemento de nossa vida: A alma. Se por um
lado o corpo regride em seu aspecto ao longo da vida, por outro o
desenvolvimento da alma é magnifico. Quando estamos ainda nenê somos totalmente
dependentes, fortemente egoístas por querer que o mundo gire somente ao nosso
redor e ao nosso favor, extremamente carentes e exigentes de toda atenção. Com
o passar do tempo começamos a achar que somos donos de nosso próprio nariz e
que ninguém tem nada a ver com o estilo de vida que vamos construindo. Aquela
alma que nasceu tão terna pode até se transformar, no futuro, em algo tão
amargo, tão azedo. Mas não importando no que ela se transforma, uma coisa certa
acontece: O seu desenvolvimento. Ela não é mais aquela pessoa ignorante de
quando nasceu, pois amadureceu.
Pensando nestas coisas é difícil
não emergir em nossa mente a intrigante pergunta: Qual é o sentido da vida? Por
que Deus criou o corpo a quem vemos destinado a envelhecer e um dia morrer e a
alma a quem não vemos ao amadurecimento e ser perene? Para encontrarmos
resposta a esta pergunta precisamos sair do escopo físico e partir para o
escopo espiritual. Na área física nascemos sem conhecimento, frágil e
totalmente dependentes e partimos rumo ao desenvolvimento do corpo e a
construção de nosso caráter. Na área espiritual nascemos perdidos e temos a
oportunidade de, ao longo do caminho, reencontrarmos o que perdemos no
princípio: Deus!
Esta é a razão pela qual todos
nós andávamos (ou andamos ainda) sem destino, totalmente perdidos, caminhando
pela contramão da estrada da vida, se afundando cada vez mais em um abismo sem
fim, sofrendo com a perda total da razão de viver e por causa disso tudo que
fazia parte de nossa vida eram loucura e tristeza; assim nossa alma vagava (ou
vaga ainda) na escuridão das trevas. Todos nós vivíamos (ou ainda vivemos)
assim, porque todos nós fomos feridos no espinho do pecado. A Bíblia diz: Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte,
assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram (Rm 5.12). Adão estava nos representando e
quando ele pecou nós pecamos também. Por causa disso nossa alma se separou da
comunhão com Deus pela morte espiritual e nosso corpo foi destinado ao
envelhecimento e, por fim, a morte física.
Até que, finalmente, um dia tudo
mudou na vida de quem se reencontrou com Deus. Das garras da morte fomos
resgatados pelo Senhor que um diz nos convenceu do pecado e nos mostrou a
verdade que estava ofuscada em nossos olhos. O dia que isso aconteceu nos
despertamos de um pesadelo e voltamos novamente a viver em comunhão com Deus. A
Bíblia confirma isso quando nos diz: Ele nos libertou do império das trevas e
nos transportou para o reino do Filho do seu amor (Cl 1.13). Deus juntou
nossos pedaços e nos cruzou pela ponte entre a morte e a vida. Do lado de lá
ficou o que afrontava a Deus, do lado de cá tudo se renovou. Nada mudou no
corpo a não ser a promessa da ressurreição, quando receberemos um novo corpo o
qual jamais envelhecerá e jamais passará novamente pela morte. Quanto à alma,
ela foi purificada e recebeu vida e paz.
Por esta razão testemunhamos a
transformação de vida que ocorreu em nós, justamente àquilo que Paulo nos fala
quando diz: E, assim, se alguém está em
Cristo, é nova criatura; as coisas
antigas já passaram; eis que se fizeram novas (2 Co 5.17). Quem está em
Cristo está muito bem, apesar de que um dia estava perdido. Hoje ele é luz, mas
um dia foi trevas. Hoje ele é sal, sua vida tem sabor, mas um dia sua vida foi
insípida. Hoje ele é fonte de água, um oceano de bênçãos, mas um dia foi uma
fonte seca. Hoje caminha pela estrada da vida, mas antes navegava a deriva.
Toda essa transformação aconteceu porque Jesus consertou a sua vida que estava
torta. E assim como a desgraça de Adão passou a todos nós, a vitória de Jesus
na cruz alcançou a todos. É o que Paulo quer nos dizer quando diz: Pois assim como, por uma só ofensa, veio o
juízo sobre todos os homens para condenação, assim também, por um só ato de justiça, veio a graça sobre todos os homens para a
justificação que dá vida (Rm 5.18). Lembra-se do corpo que envelhece e
se transforma a cada dia até morrer? Fomos colocados neste casulo por Deus com
o objetivo de um dia sermos salvos por ele. Todos nós temos esta oportunidade
na vida a qual é limitada à nossa morte de sorte que todos nós precisamos
passar por esta metamorfose. Depois disso nos renovaremos como uma borboleta.
Já aproveitou suas oportunidades e alcançou a salvação? Pense seriamente nesta
pergunta.
Luiz Lobianco