quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

MOMENTO DE REFLEXÃO

1 Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta,
2 olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus (Hb 12.1,2).
Mais um final de ano se aproxima e este é um tempo de reflexão. Tempo para analisarmos a nossa vida e realizarmos um balanço geral. Tempo de verificarmos o que fizemos ou deixamos de fazer no decorrer do ano, quais os projetos que foram realizados, quais os sonhos que foram alcançados e aqueles que, mais uma vez precisam ser adiados. Ao realizarmos este balanço, podemos verificar que houve bons e maus momentos, vitórias e derrotas, ganhos e perdas. Quando olhamos para trás e vemos as coisas que se passaram encontramos um grande desafio: O de voltarmos nossos olhos para o futuro e, pela experiência adquirida nos dias que passaram, propusermos em nosso coração a disposição de seguir em frente, de não ficarmos prostrados no meio do caminho lamentando-se pelas perdas e derrotas, mas aprender com os erros e vibrar pelas vitórias adquiridas. Também é tempo de renovarmos ou firmarmos aliança com Deus. Tempo de analisar as promessas feitas, os compromissos firmados de ser uma pessoa melhor, mais cooperativa, mais compreensiva, mais paciente, mais amorosa e muito mais experiente. Em tudo isso somos desafiados pelo autor de Hebreus a seguirmos em frente olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus Cristo (Hb 12.1,2).
Por pior que tenha sido o ano passado, com certeza há muitas razões para agradecermos e darmos graças ao nosso bom Deus. Houve derrotas? Pense na experiência que elas te propuseram. Houve perdas? Pense que não era seu o que perdeu, pois ninguém perde o que realmente lhe pertence. Perdeu relacionamento? Pense que foi libertado para encontrar alguém muito melhor. O salmista, ao realizar uma dessas reflexões, disse: Que darei ao SENHOR por todos os seus benefícios para comigo? Tomarei o cálice da salvação e invocarei o nome do SENHOR. Cumprirei os meus votos ao SENHOR, na presença de todo o seu povo (Sl 116.12-14). Ele escreve estas palavras porque, em dado momento de sua vida, laços de morte o cercaram e angústias do inferno se apoderaram dele, tamanha foi a sua tribulação, mas o Senhor o livrou e o libertou da morte, das lágrimas e da queda. Agora, como gesto de gratidão, ele resolve continuar invocando ao Senhor. Que sejamos assim, que as tribulações da vida não sirvam para interromper nossa adoração, que não sirvam para nos rebelarmos contra Deus, que não sirvam para tirar nosso ânimo, nos tornando pessoas amargas e inertes no meio do povo de Deus, mas sirvam para nos aproximar ainda mais de nosso Pai Celeste, que sirvam para nos tornar pessoas muito mais fortes do que éramos.
Com certeza, ao refletir neste final de ano, ao realizar um balanço da vida, você encontrará a sua frente decisões a serem tomadas. Quem sabe haja dúvida se continua ou não no seu emprego, se continua no seu ramo ou diversifica seu conhecimento para abrir novos horizontes, se entra ou não em uma universidade, se continua insistindo naquele relacionamento enrolado ou se permite a um novo relacionamento, se chegou ou não o momento de consolidar o relacionamento e se casar, se vai ou não ser pai ou mãe, se abandona ou não aquele vício que te persegue. E na área espiritual decidir se agradece ou não a Deus, se muda ou não de vida, se tenha ou não uma dedicação maior na igreja, se tenha ou não uma vida mais consagrada, mais fiel a Deus. Em tudo isso devemos pedir a Deus por sabedoria para tomarmos decisões tão importantes, para termos a certeza de que Deus esta a frente de tudo e que não estamos sendo precipitados, impulsionados pela nossa ansiedade. Esta certeza nos dará tranquilidade para seguirmos nossos rumos na direção certa. Os nossos sonhos e aspirações só poderão ser alcançados se tivermos fé e perseverança, pois se a cada obstáculo que tivermos que transpor pensarmos ser difícil de ultrapassá-lo, jamais há de sermos vitoriosos e nunca chegaremos a lugar algum.
Há um grande mal que cerca a nossa vida que é o mal de deixarmos para trás os compromissos firmados neste balanço da vida que realizamos a cada final de ano, principalmente com Deus. Iniciamos o ano a todo vapor, transbordando disposição e vontade de mudar, de fazer diferente, mas no decorrer do tempo relaxamos e começamos a deixar de cumprir com nossas obrigações firmadas. Logo achamos que não vale a pena a mudança e, mais uma vez, permitimos que os afazeres nos tornem seus prisioneiros e nos acomodamos. Sejamos perseverantes, não venhamos a permitir que o tempo desgaste nossa disposição de mudar de vida e de servirmos ao Senhor. Lembremos que os cumprimentos dos nossos votos são um sinal de gratidão a Deus pelos seus benefícios realizados em nossa vida. Além do mais, fim de ano também é tempo de revigorarmos nossas forças porque está diante de nós um novo ano, 365 dias para serem vividos. Que eles não sejam monótonos e que nem venham a serem desperdiçados, mas muito bem aproveitados, a cada um deles. Que Deus assim te abençoe! Amém!
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com

sábado, 5 de dezembro de 2009

CUIDADO COM PRÁTICAS PAGÃS

7  Porque muitos enganadores têm saído pelo mundo fora, os quais não confessam Jesus Cristo vindo em carne; assim é o enganador e o anticristo.
8  Acautelai-vos, para não perderdes aquilo que temos realizado com esforço, mas para receberdes completo galardão.
9  Todo aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo e nela não permanece não tem Deus; o que permanece na doutrina, esse tem tanto o Pai como o Filho.
10  Se alguém vem ter convosco e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem lhe deis as boas-vindas.
11  Porquanto aquele que lhe dá boas-vindas faz-se cúmplice das suas obras más (2 Jo 1.7-11).
A Igreja está cada vez mais envolvida com o misticismo. É até de admirar a forma como o homem moderno deixa de lado a máscara do racionalismo e se empenha na busca pelo místico. Os cultos de muitas igrejas perderam as origens da tão abençoada reforma, a qual restaurou o verdadeiro sentido do culto de adoração a Deus, de forma que hoje, diversos objetos são abençoados e empregados como canais de bênção nos cultos, onde eles são ungidos com o objetivo de transmitir ao fiel algum tipo de benefício, alguma suposta bênção. E qual deve ser a atitude do cristão com relação ao uso desses objetos nos cultos? Esta pergunta toca num ponto confuso para os cristãos de nosso país, predominantemente místico, com diversas ideologias que adotam práticas pagãs. E a parte triste desta história é que algumas igrejas cristianizaram estas práticas e fundiram elementos culturais e religiosos à fé cristã. E este problema tomou proporções preocupantes porque “parece que o conceito de cristianização dessas práticas deu certo”. E sabe por quê? Não foi porque Deus foi glorificado, exaltado, adorado e honrado, sendo este o verdadeiro objetivo do culto, mas tão somente porque atraiu multidões; e por causa disso o número dos adeptos que adota essa prática aumenta a cada dia. São lideres religiosos preocupados tão somente com o quantitativo de fiéis e desprezam completamente o qualitativo de sua fé. E, puxados a confiar nas experiências, nos esquecendo das Escrituras, somos muitas vezes tentados (ou até mesmo pressionados) a copiar tais movimentos para que venhamos a adquirir os mesmos resultados: Aliciar multidões. E embora os usuários destas práticas pagãs insistam que os objetos abençoados no culto funcionam apenas como “apoio” para a fé, ao fim, eles acabam sendo usados como talismãs e fetiches, tornando-se objetos “carregados de poder espiritual”.
A ideia que está por detrás desse uso religioso é o de que as entidades espirituais podem ser atingidas através dos sentidos como cheiro, cores e gosto. E as igrejas que abençoam objetos para serem usados como canais de bênçãos, argumentam que a prática e o uso desses objetos têm base na Bíblia, de forma que são aceitas somente porque estão registradas na Bíblia, sem procurar entender exatamente o que aconteceu e por que foi registrado e, principalmente, se isso é ou não normativo para a fé. Alguns dos objetos usados eram coisas pessoais de homens de Deus, como a capa de Elias, o bordão de Eliseu, as vestes de Jesus, os lenços e aventais de Paulo e a sombra de Pedro. O propósito das narrativas desses episódios foi mostrar o extraordinário poder de Deus na vida desses homens, e não em seus objetos. Esse poder era tão grande que emanava até das coisas com as quais eles tinham contato diário e estas coisas se tornavam canais através dos quais esse poder era transmitido, tudo para comprovar aos homens que a mensagem pregada por eles vinha realmente da parte de Deus. Portanto, o segredo, a força, o poder estava nos homens de Deus e não em seus objetos, de forma que se não fosse a piedade daqueles homens, aqueles objetos eram apenas um objeto normal como qualquer outro. A ênfase da narrativa é o poder de Deus na vida destes homens e não em seus objetos.
Claro que cremos que Deus faz milagres hoje. Cremos que Ele poderia usar o que quisesse para isso. Entretanto, cremos também que Deus nos revela em sua Palavra os seus caminhos e seus meios de agir, para que não sejamos iludidos pelo erro religioso. A Bíblia diz que todo aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo e nela não permanece não tem Deus; o que permanece na doutrina, esse tem tanto o Pai como o Filho (2 João 9). Esta advertência foi feita há muito tempo, mas ainda permanece válida em nossos dias e como ela é atual! Parece que muitos cristãos estão sentindo “coceiras nos ouvidos” à procura de nova doutrina, conforme nos diz Paulo: Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceiras nos ouvidos (2 Tm 4.3). Isso acontece porque as verdades básicas e fundamentais do Evangelho de Jesus Cristo não são suficientes para alguns e isso lhes faz desejarem ensinamentos novos que os tornem mais cristãos, mais espirituais, mais próximos de Deus sem ser pelo caminho da santificação.
O que leva as pessoas a utilizarem a prática pagã do uso de objetos abençoados na verdade não é a fé, mas a busca de soluções imediatas para os problemas da vida. E isso se torna tão obsessivo que leva à aceitação de ideias e práticas conflitantes com a Palavra de Deus. Além disso, o incrédulo, para sustentar a sua fé, precisa de algo palpável. Tomé somente acreditaria na ressurreição de Jesus Cristo se o tocasse com as próprias mãos (Jo 20.25), mas a fé e a convicção de coisas que se não veem. Devemos ter a conscientização de que as Escrituras não sustentam a ideia de objetos que carregam poder e assumir uma postura cristã prudente perante esta questão. Se você está enfrentando grandes dificuldades na vida, se a tribulação assola sua vida há muito tempo, se houve perdas que abalaram a sua vida, não procure a solução no misticismo, mas confie somente e tão somente naquele que tudo pode, naquele que pode realizar o impossível e tudo faz conforme o conselho de sua vontade. Descanse no Senhor e lembre-se de que Ele jamais será influenciado por qualquer coisa que venhamos a utilizar, mesmo que o façamos com sinceridade e fervor, pois Ele vê somente o coração e somente o coração importa para Deus. Que o Senhor te abençoe e que venhas a encontrar descanso neste Pai tão amoroso que é o nosso Deus! Amem!
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com