7 Porque muitos enganadores têm saído pelo mundo
fora, os quais não confessam Jesus Cristo vindo em carne; assim é o enganador e
o anticristo.
8 Acautelai-vos, para não perderdes aquilo que
temos realizado com esforço, mas para receberdes completo galardão.
9 Todo
aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo e nela não permanece não tem Deus; o
que permanece na doutrina, esse tem tanto o Pai como o Filho.
10 Se
alguém vem ter convosco e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem
lhe deis as boas-vindas.
11 Porquanto aquele que lhe dá boas-vindas faz-se
cúmplice das suas obras más (2 Jo 1.7-11).
A
Igreja está cada vez mais envolvida com o misticismo. É até de admirar a forma
como o homem moderno deixa de lado a máscara do racionalismo e se empenha na
busca pelo místico. Os cultos de muitas igrejas perderam as origens da tão
abençoada reforma, a qual restaurou o verdadeiro sentido do culto de adoração a
Deus, de forma que hoje, diversos objetos são abençoados e empregados como
canais de bênção nos cultos, onde eles são ungidos com o objetivo de transmitir
ao fiel algum tipo de benefício, alguma suposta bênção. E qual deve ser a
atitude do cristão com relação ao uso desses objetos nos cultos? Esta pergunta
toca num ponto confuso para os cristãos de nosso país, predominantemente
místico, com diversas ideologias que adotam práticas pagãs. E a parte triste
desta história é que algumas igrejas cristianizaram estas práticas e fundiram
elementos culturais e religiosos à fé cristã. E este problema tomou proporções
preocupantes porque “parece que o conceito de cristianização dessas práticas
deu certo”. E sabe por quê? Não foi porque Deus foi glorificado, exaltado,
adorado e honrado, sendo este o verdadeiro objetivo do culto, mas tão somente
porque atraiu multidões; e por causa disso o número dos adeptos que adota essa
prática aumenta a cada dia. São lideres religiosos preocupados tão somente com
o quantitativo de fiéis e desprezam completamente o qualitativo de sua fé. E,
puxados a confiar nas experiências, nos esquecendo das Escrituras, somos muitas
vezes tentados (ou até mesmo pressionados) a copiar tais movimentos para que
venhamos a adquirir os mesmos resultados: Aliciar multidões. E embora os
usuários destas práticas pagãs insistam que os objetos abençoados no culto
funcionam apenas como “apoio” para a fé, ao fim, eles acabam sendo usados como
talismãs e fetiches, tornando-se objetos “carregados de poder espiritual”.
A
ideia que está por detrás desse uso religioso é o de que as entidades
espirituais podem ser atingidas através dos sentidos como cheiro, cores e
gosto. E as igrejas que abençoam objetos para serem usados como canais de
bênçãos, argumentam que a prática e o uso desses objetos têm base na Bíblia, de
forma que são aceitas somente porque estão registradas na Bíblia, sem procurar
entender exatamente o que aconteceu e por que foi registrado e, principalmente,
se isso é ou não normativo para a fé. Alguns dos objetos usados eram coisas
pessoais de homens de Deus, como a capa de Elias, o bordão de Eliseu, as vestes
de Jesus, os lenços e aventais de Paulo e a sombra de Pedro. O propósito das
narrativas desses episódios foi mostrar o extraordinário poder de Deus na vida
desses homens, e não em seus objetos. Esse poder era tão grande que emanava até
das coisas com as quais eles tinham contato diário e estas coisas se tornavam
canais através dos quais esse poder era transmitido, tudo para comprovar aos
homens que a mensagem pregada por eles vinha realmente da parte de Deus.
Portanto, o segredo, a força, o poder estava nos homens de Deus e não em seus
objetos, de forma que se não fosse a piedade daqueles homens, aqueles objetos
eram apenas um objeto normal como qualquer outro. A ênfase da narrativa é o
poder de Deus na vida destes homens e não em seus objetos.
Claro
que cremos que Deus faz milagres hoje. Cremos que Ele poderia usar o que
quisesse para isso. Entretanto, cremos também que Deus nos revela em sua
Palavra os seus caminhos e seus meios de agir, para que não sejamos iludidos
pelo erro religioso. A Bíblia diz que todo
aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo e nela não permanece não tem Deus; o
que permanece na doutrina, esse tem tanto o Pai como o Filho (2 João 9).
Esta advertência foi feita há muito tempo, mas ainda permanece válida em nossos
dias e como ela é atual! Parece que muitos cristãos estão sentindo “coceiras
nos ouvidos” à procura de nova doutrina, conforme nos diz Paulo: Pois haverá tempo em que não suportarão a sã
doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias
cobiças, como que sentindo coceiras nos ouvidos (2 Tm 4.3). Isso acontece
porque as verdades básicas e fundamentais do Evangelho de Jesus Cristo não são
suficientes para alguns e isso lhes faz desejarem ensinamentos novos que os
tornem mais cristãos, mais espirituais, mais próximos de Deus sem ser pelo
caminho da santificação.
O
que leva as pessoas a utilizarem a prática pagã do uso de objetos abençoados na
verdade não é a fé, mas a busca de soluções imediatas para os problemas da vida.
E isso se torna tão obsessivo que leva à aceitação de ideias e práticas
conflitantes com a Palavra de Deus. Além disso, o incrédulo, para sustentar a
sua fé, precisa de algo palpável. Tomé somente acreditaria na ressurreição de Jesus
Cristo se o tocasse com as próprias mãos (Jo 20.25), mas
a fé e a convicção de coisas que se não veem. Devemos ter a conscientização de
que as Escrituras não sustentam a ideia de objetos que carregam poder e assumir
uma postura cristã prudente perante esta questão. Se você está enfrentando
grandes dificuldades na vida, se a tribulação assola sua vida há muito tempo,
se houve perdas que abalaram a sua vida, não procure a solução no misticismo,
mas confie somente e tão somente naquele que tudo pode, naquele que pode
realizar o impossível e tudo faz conforme o conselho de sua vontade. Descanse
no Senhor e lembre-se de que Ele jamais será influenciado por qualquer coisa
que venhamos a utilizar, mesmo que o façamos com sinceridade e fervor, pois Ele
vê somente o coração e somente o coração importa para Deus. Que o Senhor te
abençoe e que venhas a encontrar descanso neste Pai tão amoroso que é o nosso
Deus! Amem!
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com
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