sábado, 29 de abril de 2017

BOM É ESTARMOS AQUI

1  Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro e aos irmãos Tiago e João e os levou, em particular, a um alto monte.
2  E foi transfigurado diante deles; o seu rosto resplandecia como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz.
3  E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele.
4  Então, disse Pedro a Jesus: Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, farei aqui três tendas; uma será tua, outra para Moisés, outra para Elias.
5  Falava ele ainda, quando uma nuvem luminosa os envolveu; e eis, vindo da nuvem, uma voz que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; a ele ouvi (Mt 17.1-5).
Existe um ambiente mais agradável do que a igreja? Muitos estranham o fato de irmãos praticamente viverem na igreja e não conseguem conceber em suas mentes o que leva tais pessoas a isso; não conseguem discernir outra coisa a não ser fanatismo. Eles não conseguem entender os laços de amizade que unem os irmãos, não conseguem entender o terno afeto existente entre os irmãos, não conseguem vislumbrar a alegria e o prazer que sentem quando estão juntos. A verdade é que não sabem o que é estar em uma roda de irmãos com um violão tocando e cantando cânticos. Existe outro fato ligado a isso, que é o prazer e a satisfação de servir a Deus. Quando estamos na igreja temos a oportunidade de servirmos uns aos outros e de, neste sentido, seguirmos os mesmos passos de Jesus Cristo.
Já vivi estes momentos e sei o quanto são importantes na construção da nossa fé, de forma que aqueles que não conseguem se harmonizar na igreja com os irmãos, construir um círculo de amizade ali, geralmente são fracos na fé e inconstantes na igreja. Mas há uma armadilha construída com muita sutileza aí. A vivência entre os irmãos é tão maravilhosa que existe o perigo de negligenciarmos as demais, de deixarmos em segundo plano a família, de deixarmos de viver em afeição com esposa ou marido, de faltarmos com atenção aos filhos, de nos afastarmos de nossos familiares, das reuniões de família, das festas, dos almoços e até mesmo dos passeios juntos.
Outra coisa que a vivência entre os irmãos pode ofuscar é a nossa missão, a missão que temos como filhos de Deus, como pessoas transformadas e regeneradas por Cristo, e acredite: esta missão não é desenvolvida dentro da igreja, mas fora de seus portais. Lá fora existem amigos machucados pelo pecado e somente aqueles que foram libertos dos pecados sabe como agir para tratar e cicatrizar estas feridas. Lá fora existem familiares carentes de atenção, talvez até mesmo passando necessidades ou passando por lutas imensas como enfermidades, separação, ou até mesmo com envolvimento de filhos com as drogas, e podemos estar inertes a tudo isso nos regozijando com os irmãos na igreja. Muitos se dedicam tanto a igreja e se consagram tanto a ela que se considerem realizados na mordomia cristã, mas ignoram que o mais importante está lá fora, onde Jesus realmente precisa de nossos serviços, pois é lá que estão aqueles que caminham a passos largos para a perdição.
Às vezes, achamos que evangelizar é somente abrir a Bíblia e pregar o Evangelho. Jesus Cristo é a luz do mundo e os filhos de Deus devem ser reflexos desta luz no mundo, de forma que a maior oportunidade que temos de brilhar é entre nossos familiares e nossos amigos, pois eles podem perceber com mais clareza os resultados da presença de Jesus em nossa vida. Ao verem em nós, com constância, o brilho de Jesus, acredite, um dia serão tocados pelo Espírito e a sua convivência com eles fará diferença de forma que pode conduzi-los aos pés de Cristo, e isso pode acontecer sem você pregar uma única palavra, apenas dividindo um pouco de seu tempo com eles.
Há um texto que exemplifica muito bem a isso. Um dia Jesus levou a Pedro e aos irmãos Tiago e João para um monte e lá Jesus foi transfigurado e apareceram ali Moisés e Elias, dois grandes servos de Deus na história de Israel. O prazer de estarem ali foi tão imenso que Pedro falou para Jesus: Senhor é tão bom estarmos aqui, vamos construir tendas e ficar aqui para sempre. Esta é a vontade que sentimos quando estamos na igreja, pois ali encontramos paz e vivemos aquilo que nosso coração tanto aspira. Mas ainda não atracamos no porto seguro que é o céu e enquanto isso não acontece o nosso lugar é lá no meio do joio, e não devemos temer isso, porque quando houver a colheita Jesus saberá distinguir perfeitamente o trigo do joio, de forma que não deixará esquecido nenhum de seus filhos para trás. Que Deus te abençoe a refletir sobre estas palavras!
Luiz Lobianco

luizlobianco@hotmail.com

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