12 Ora, se é corrente pregar-se que Cristo
ressuscitou dentre os mortos, como, pois, afirmam alguns dentre vós que não há
ressurreição de mortos?
13 E,
se não há ressurreição de mortos, então, Cristo não ressuscitou.
14 E,
se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã, a vossa fé;
15 e
somos tidos por falsas testemunhas de Deus, porque temos asseverado contra Deus
que ele ressuscitou a Cristo, ao qual ele não ressuscitou, se é certo que os
mortos não ressuscitam.
16 Porque, se os mortos não ressuscitam, também
Cristo não ressuscitou.
17 E,
se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos
pecados.
18 E
ainda mais: os que dormiram em Cristo pereceram.
19 Se
a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais
infelizes de todos os homens (1 Co 15.12-19).
Todos
nós ficamos chocados com a fatalidade do assassinato do filho do ex-prefeito de
Vilhena em uma tentativa de assalto. Fatos como este nos mostra a crueldade da
morte e a nossa incapacidade diante dela. Solidariamente tentamos consolar os
pais, mas não é fácil encontrar palavras que acalente o coração de um pai e de
uma mãe que perde o filho na flor da idade, ainda mais de uma forma tão trágica.
Pensando na tragédia e na dor da mãe, lembrei-me do pranto de Raquel pelos seus
filhos que foram assassinados pelos soldados de Herodes. Fico a Imaginar a
intensidade do pranto tanto de Raquel como da mãe deste garoto sobre seu
caixão, mas por maior que seja a dor e por mais intenso que seja o pranto o
tempo não volta atrás, nada muda de forma que a morte nos deixa completamente
impotente diante dela; tudo que nos resta é viver o ciclo do luto.
Diante
de tragédias assim nossa mente vaga em pensamentos remorsos: Por que não fiz
isso ou aquilo, por que fiz isso ou aquilo, por que permiti isso ou aquilo,
pois achamos que se tivéssemos feito ou agido de forma diferente nosso ente
querido não teria morrido e ainda estaria conosco. Mas isso nos remete as
palavras de Jesus que disse: Qual de vós,
por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso de sua
vida (Mt 6.27)? Jesus está dizendo que nenhum de nós pode acrescentar algum
tempo à jornada da vida, pois todos nós já nascemos com prazo de validade
estabelecido. Por isso, se há alguma razão em nossos pensamentos, talvez tudo
que poderíamos fazer diferente seria a forma de morrer, mas jamais poderíamos
evitar a morte, de forma que nenhuma ação ou atitude que venhamos a tomar pode
evitar tanto a nossa morte quanto a de um ente querido nosso. Portanto, basta a
dor da separação, não intensifique ainda mais sua dor culpando-se por algo que
você jamais poderia evitar. Nesta hora, submeter-se a vontade de Deus alivia o
sofrimento.
Deus
é tão benigno que impôs um limite para a morte, pois pode até parecer, mas ela
não é o fim. Apesar de ela significar uma separação definitiva nesta vida, há
esperança na vida vindoura. Lembro-me de Davi quando adulterou com Bate-Seba e
desse adultério nasceu uma criança, que adoeceu assim que nasceu. Davi passou
vários dias sem comer nada, chorando, jejuando e orando pela criança, quando
esta morreu levantou-se, comeu e parou de chorar. Questionado, respondeu: Quando a criança ainda vivia, jejuei e
chorei, pois dizia: Quem sabe se o Senhor não se compadecerá de mim, de modo
que viva a criança? Todavia, agora que é morta, por que ainda jejuaria eu? Poderei eu fazê-la voltar? Eu irei para
ela, porém ela não voltará para mim (2 Sm 12.22,23). Davi tinha a
convicção de que nada podia fazer diante da morte, mas havia também nele a
certeza de que um dia iria até ela. Jesus também nos deixou consolo diante da
morte quando disse: Eu sou
a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que morra, viverá
(Jo 11.25). Não vos admireis disso,
porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a
sua voz e sairão: os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida, e os
que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo (Jo 5.28,29).
Esta é a luz da esperança que Jesus nos dá. Ela renova as nossas forças e nos
fortalece para prosseguirmos em frente, mesmo com a vida fragmentada, mas
quando nos colocamos nos braços de Jesus, Ele pega as peças de nossa vida
espalhadas pela tragédia e monta tudo novamente, pois Ele é um Deus
extremamente bondoso.
Tudo
isso reforça a expectativa do céu. Realmente vale a pena superarmos as
barreiras para conquistarmos o céu. A Bíblia diz que lá no céu não haverá
pranto, nem dor, nem lágrimas e nem luto, de forma que lá no céu nenhum pai ou
mãe pranteará pela morte de um filho e nenhum filho pranteará pela morte dos
pais, no céu nenhum pai ou mãe terá a infelicidade de sepultar um filho e nem o
filho de sepultar os pais. No céu não haverá polícia, porque no céu não entra
nenhum ladrão, nenhum assassino, nenhum estuprador, nenhum maníaco, nenhum
psicopata. Jesus disse que estaria indo para preparar para nós moradas no céu e
essas moradas não tem cerca elétrica, não tem muros e nem precisa de alarmes de
forma que no céu viveremos em total segurança. Você já conquistou o seu lugar
nas moradas eternas do céu? Quando seu prazo de validade aqui se extinguir você
encontrará amparo no céu? Hoje você sabe onde mora, mas você sabe qual será, no
futuro, o seu lar? Isso não é algo a se pensar amanhã, pois o amanhã pode não
chegar para você, assim como não chegou para aquele garoto naquela trágica
noite de 25/08/2017. Pense nisso!
Luiz
Lobianco
luizlobianco@hotmail.com