quinta-feira, 31 de agosto de 2017

A TRAGÉDIA DA MORTE

12  Ora, se é corrente pregar-se que Cristo ressuscitou dentre os mortos, como, pois, afirmam alguns dentre vós que não há ressurreição de mortos?
13  E, se não há ressurreição de mortos, então, Cristo não ressuscitou.
14  E, se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã, a vossa fé;
15  e somos tidos por falsas testemunhas de Deus, porque temos asseverado contra Deus que ele ressuscitou a Cristo, ao qual ele não ressuscitou, se é certo que os mortos não ressuscitam.
16  Porque, se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou.
17  E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados.
18  E ainda mais: os que dormiram em Cristo pereceram.
19  Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens (1 Co 15.12-19).
Todos nós ficamos chocados com a fatalidade do assassinato do filho do ex-prefeito de Vilhena em uma tentativa de assalto. Fatos como este nos mostra a crueldade da morte e a nossa incapacidade diante dela. Solidariamente tentamos consolar os pais, mas não é fácil encontrar palavras que acalente o coração de um pai e de uma mãe que perde o filho na flor da idade, ainda mais de uma forma tão trágica. Pensando na tragédia e na dor da mãe, lembrei-me do pranto de Raquel pelos seus filhos que foram assassinados pelos soldados de Herodes. Fico a Imaginar a intensidade do pranto tanto de Raquel como da mãe deste garoto sobre seu caixão, mas por maior que seja a dor e por mais intenso que seja o pranto o tempo não volta atrás, nada muda de forma que a morte nos deixa completamente impotente diante dela; tudo que nos resta é viver o ciclo do luto.
Diante de tragédias assim nossa mente vaga em pensamentos remorsos: Por que não fiz isso ou aquilo, por que fiz isso ou aquilo, por que permiti isso ou aquilo, pois achamos que se tivéssemos feito ou agido de forma diferente nosso ente querido não teria morrido e ainda estaria conosco. Mas isso nos remete as palavras de Jesus que disse: Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso de sua vida (Mt 6.27)? Jesus está dizendo que nenhum de nós pode acrescentar algum tempo à jornada da vida, pois todos nós já nascemos com prazo de validade estabelecido. Por isso, se há alguma razão em nossos pensamentos, talvez tudo que poderíamos fazer diferente seria a forma de morrer, mas jamais poderíamos evitar a morte, de forma que nenhuma ação ou atitude que venhamos a tomar pode evitar tanto a nossa morte quanto a de um ente querido nosso. Portanto, basta a dor da separação, não intensifique ainda mais sua dor culpando-se por algo que você jamais poderia evitar. Nesta hora, submeter-se a vontade de Deus alivia o sofrimento.
Deus é tão benigno que impôs um limite para a morte, pois pode até parecer, mas ela não é o fim. Apesar de ela significar uma separação definitiva nesta vida, há esperança na vida vindoura. Lembro-me de Davi quando adulterou com Bate-Seba e desse adultério nasceu uma criança, que adoeceu assim que nasceu. Davi passou vários dias sem comer nada, chorando, jejuando e orando pela criança, quando esta morreu levantou-se, comeu e parou de chorar. Questionado, respondeu: Quando a criança ainda vivia, jejuei e chorei, pois dizia: Quem sabe se o Senhor não se compadecerá de mim, de modo que viva a criança? Todavia, agora que é morta, por que ainda jejuaria eu? Poderei eu fazê-la voltar? Eu irei para ela, porém ela não voltará para mim (2 Sm 12.22,23). Davi tinha a convicção de que nada podia fazer diante da morte, mas havia também nele a certeza de que um dia iria até ela. Jesus também nos deixou consolo diante da morte quando disse: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que morra, viverá (Jo 11.25). Não vos admireis disso, porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz e sairão: os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida, e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo (Jo 5.28,29). Esta é a luz da esperança que Jesus nos dá. Ela renova as nossas forças e nos fortalece para prosseguirmos em frente, mesmo com a vida fragmentada, mas quando nos colocamos nos braços de Jesus, Ele pega as peças de nossa vida espalhadas pela tragédia e monta tudo novamente, pois Ele é um Deus extremamente bondoso.
Tudo isso reforça a expectativa do céu. Realmente vale a pena superarmos as barreiras para conquistarmos o céu. A Bíblia diz que lá no céu não haverá pranto, nem dor, nem lágrimas e nem luto, de forma que lá no céu nenhum pai ou mãe pranteará pela morte de um filho e nenhum filho pranteará pela morte dos pais, no céu nenhum pai ou mãe terá a infelicidade de sepultar um filho e nem o filho de sepultar os pais. No céu não haverá polícia, porque no céu não entra nenhum ladrão, nenhum assassino, nenhum estuprador, nenhum maníaco, nenhum psicopata. Jesus disse que estaria indo para preparar para nós moradas no céu e essas moradas não tem cerca elétrica, não tem muros e nem precisa de alarmes de forma que no céu viveremos em total segurança. Você já conquistou o seu lugar nas moradas eternas do céu? Quando seu prazo de validade aqui se extinguir você encontrará amparo no céu? Hoje você sabe onde mora, mas você sabe qual será, no futuro, o seu lar? Isso não é algo a se pensar amanhã, pois o amanhã pode não chegar para você, assim como não chegou para aquele garoto naquela trágica noite de 25/08/2017. Pense nisso!
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com


domingo, 20 de agosto de 2017

ELEMENTOS DA ORAÇÃO: CONTRIÇÃO E PETIÇÃO

5  E, quando orardes, não sereis como os hipócritas; porque gostam de orar em pé nas sinagogas e nos cantos das praças, para serem vistos dos homens. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa.
6  Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.
7  E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque presumem que pelo seu muito falar serão ouvidos.
8  Não vos assemelheis, pois, a eles; porque Deus, o vosso Pai, sabe o de que tendes necessidade, antes que lho peçais (Mt 6.5-8).
Continuando sobre a oração de Daniel, ela é ainda uma oração consciente da justiça divina. Ele diz: Ao Senhor, nosso Deus, pertence a misericórdia e o perdão, pois nos temos rebelado contra ele e não obedecemos à voz do SENHOR, nosso Deus, para andarmos nas suas leis, que nos deu por intermédio de seus servos, os profetas. Por isso, o SENHOR cuidou em trazer sobre nós o mal e o fez vir sobre nós; pois justo é o SENHOR, nosso Deus, em todas as suas obras que faz, pois não obedecemos à sua voz (Dn 9.9,10,14). Daniel diz que Deus os entregou para o cativeiro, mas que o Senhor foi justo ao fazer isso, porque o Senhor os alertou, porque o Senhor os avisou com veemência antes de fazer isso com eles, que o Senhor deu sinais de que iria mandá-los para o cativeiro caso não ouvissem a voz de seus profetas, e porque o povo endureceu seu coração e não quis dar ouvidos aos alertas de Deus, antes chegaram até mesmo a matar aos profetas enviados por Ele que Deus, então, cumpre o que prometera, e manda o povo para o cativeiro.
O que estava levando Daniel ao desespero em sua oração era a dureza do coração do povo. Deus tinha falado que se eles não obedecessem, eles iriam para o cativeiro. Eles não ouviram e foram para o cativeiro. O problema é que o povo já está há 68 anos no cativeiro, faltando apenas dois anos para o retorno, e o povo ainda não tinha se arrependido, não tinha se convertido, não tinha se voltado para Deus. Daniel se desespera porque está assistindo novamente ao filme de rebeldia daquele povo. Ele se angustiou ao perceber que o chicote de Deus não foi suficiente para levar este povo ao arrependimento. É muito triste ver Deus se levantar de madrugada e desde então passar a chamar o homem rebelde ao arrependimento, a convidar o homem rebelde a se voltar para Ele, abandonar seus pecados, deixar seus maus caminhos, seus maus costumes, abandonar a idolatria e arrepender-se com sinceridade, mas o homem continua a lhe virar as costas e se recusa a ouvir a voz de Deus. Como é triste a dureza de coração!
Daniel também reconhece a ingratidão do povo quando diz: Na verdade, ó Senhor, nosso Deus, que tiraste o teu povo da terra do Egito com mão poderosa, e a ti mesmo adquiriste renome, como hoje se vê, temos pecado e procedido perversamente (Dn 9.15). Daniel reconhece as grandes coisas que Deus fez na vida deste povo. O Senhor já quebrou os grilhões da escravidão lá no Egito, o Senhor tirou o povo do opróbrio, da vergonha, tanto da escravidão no Egito quanto de muitos outros povos no tempo dos juízes, mas o povo se rebela novamente contra o seu Deus e se recusa a se voltar para o Senhor com arrependimento. Que coisa triste quando Deus vem, faz um milagre na sua vida, te salva, te perdoa, te liberta, te transforma, converte seu coração, torna você um membro da família de Deus e depois que você se torna um convertido, salvo, remido, agora você transgride os mandamentos deste Deus que te salvou, desobedece as suas ordens, endurece o seu coração e Deus precisa tratar com você com a vara da disciplina, porque você se recusa a escutar a voz do amor. Deus alerta ao homem e se ele não escuta a advertência de Deus, então, Deus manda o juízo, manda o cativeiro, manda você para o deserto porque somente lá você se dispõe a ouvir a voz de Deus.
Daniel agora vai pedir e os seus pedidos são específicos: Ó Senhor, segundo todas as tuas justiças, aparte-se a tua ira e o teu furor da tua cidade de Jerusalém, do teu santo monte, porquanto, por causa dos nossos pecados e por causa das iniquidades de nossos pais, se tornaram Jerusalém e o teu povo opróbrio para todos os que estão em redor de nós. Agora, pois, ó Deus nosso, ouve a oração do teu servo e as suas súplicas e sobre o teu santuário assolado faze resplandecer o rosto, por amor do Senhor.  Inclina, ó Deus meu, os ouvidos e ouve; abre os olhos e olha para a nossa desolação e para a cidade que é chamada pelo teu nome, porque não lançamos as nossas súplicas perante a tua face fiados em nossas justiças, mas em tuas muitas misericórdias (Dn 9.16-18). Daniel está pedindo para Deus se atentar para Jerusalém que está desolada, para o monte santo que está devastado, para o santuário que está assolado, para o povo que está desolado; ele está pedindo para Deus algo específico. É assim que devem ser as nossas petições: específicas. O que você quer de Deus? Às vezes oramos: Deus me abençoe, mas que tipo de bênção você quer? Deus abençoa meu lar, mas como você quer que Deus abençoe seu lar? Deus abençoa minha vida espiritual, mas em que área de sua vida espiritual você quer o toque de Deus? Deus abençoe a Igreja, mas como você quer que Deus abençoe a Igreja? Deus quer que sejamos específicos em nossas orações. Que Deus nos abençoe e venhamos a aprender com Daniel a apresentar ao Senhor a nossa oração, os nossos pedidos! Amém!
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com


domingo, 13 de agosto de 2017

A ETERNIDADE: TEMPO DE COMPENSAÇÃO

1  Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe.
2  Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, ataviada como noiva adornada para o seu esposo.
3  Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles.
4  E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram.
5  E aquele que está assentado no trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E acrescentou: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras.
6  Disse-me ainda: Tudo está feito. Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim. Eu, a quem tem sede, darei de graça da fonte da água da vida.
7  O vencedor herdará estas coisas, e eu lhe serei Deus, e ele me será filho.
8  Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos impuros, aos feiticeiros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte (Ap 21.1-8).
Discorrendo pelo Facebook não pude deixar de notar as homenagens e os sentimentos dos filhos que já perderam os seus pais. Incluo-me entre eles, pois meu pai também foi retirado de nosso meio pela morte. O texto de hoje vai para os filhos órfãos de seu pai e se você conhece algum compartilhe com ele esta mensagem. A morte é muito cruel! Ela é uma separação definitiva! Por maior que seja a saudades não há períodos para visitas e nem qualquer recado para aliviar a angústia de saber como está o ente que partiu. As mensagens, por mais lindas e emocionantes que sejam não chegam aos seus destinatários. Do lado de cá há lágrimas de tristezas e de saudades e do lado lá sombra e escuridão em função de nos ser encobertos os acontecimentos do mundo espiritual. Não há como mensurar a dor de sepultar um pai, ela deve perder somente pela dor do pai que tem o triste destino de sepultar ao seu filho, porque hoje não temos somente filhos órfãos de seus pais, pois temos também muitos pais, órfãos de seus filhos que ficarão sem homenagens. Resta a eles a expectativa de que no além os seus filhos os estão homenageando; mas esta homenagem também não poderá chegar aos seus destinatários. Por estas e outras razões a morte é tão cruel. E sabe por que a morte é tão desumana? Porque o homem não foi criado para morrer; a morte é uma intrusa que invadiu o nosso mundo.
Quando focamos os olhos apenas na morte corremos o risco de vivermos completamente revoltados com Deus, principalmente se já tivemos um ente querido retirado de nós pela morte. Temos a tendência de culpar a Deus pela morte em função de acharmos que Ele, sendo Deus Soberano, poderia fazer alguma coisa para evitá-la e não o fez. Deus é amor e misericórdia, Deus é compassivo e benigno, mas quando olhamos para a morte achamos que Deus é, na verdade, um grande tirano, que nos colocou neste mundo apenas para nos fazer chorar e sofrer. Maior do que a dor da morte é viver revoltado com Deus por causa dela; sofremos duas vezes quando isso acontece. Portanto, meu amigo, não se revolte com aquele que tanto nos alertou sobre a morte, pois Ele sabia do tamanho da sua crueldade e muito se esforçou para nos poupar dela; mas nossos pais não deram ouvidos aos alertas e a morte se introduziu em nosso meio por causa de nossa rebeldia. Não intensifique a dor da morte, pois já basta a imensa dor que ela provoca em nossa vida, mas submeta-se a Deus porque Ele é o Criador e somente Ele sabe tratar da dor da morte.
Quando focamos nossos olhos no plano geral de Deus, e não somente na morte, nossas concepções mudam completamente, porque quando olhamos para a morte nos vemos em um limite de tempo e a morte como o seu fim, mas quando olhamos para o plano geral de Deus vemos a eternidade e a morte como o seu começo. E como é a eternidade? A primeira coisa que quero lhe dizer é que a morte nunca fará parte dela, pois a Bíblia diz que o último inimigo a ser destruído será a morte (1 Co 15.26) e que ela será lançada por Deus para dentro do lago de fogo (Ap 20.14). A morte nunca mais irá assombrar as nossas vidas. Isso não é maravilhoso? E mais maravilhoso ainda será a vida na eternidade com Deus, pois a Bíblia diz que Jesus Cristo nos apascentará e nos guiará para as fontes da água da vida e que Deus enxugará dos nossos olhos toda lágrima, e nos fará esquecer de tudo que passamos por aqui, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor e nunca mais haverá qualquer maldição sobre nós (Ap 7,17; 21.4; 22.3). Esta visão cura a nossa alma, esta esperança alivia a nossa dor e nos faz ansiar pela eternidade.
Deus não é sábio? Percebeu o quanto é errado se revoltar contra Ele? Achamos que ao chegarmos no além a primeira coisa que vamos fazer é dar um puxão de orelha em Adão e Eva, mas ao adentrarmos lá entenderemos com perfeição o plano de Deus de forma que nem vamos mais nos importar com isso. Não quero amenizar a dor de sua perda, sei que está sofrendo, todavia quero que saiba que a morte pode até parecer, mas ela não é o fim, pois se ela fosse o fim a atitude egoísta de um suicida seria a melhor escapatória das nossas angústias. Contudo a morte não é o fim, mas sim o começo de uma nova vida. Entretanto, hoje ela é real e muito cruel de forma que não nos permite dizer adeus, ela não manda recado e não nos dá tempo para despedidas. Por isso, viva o hoje como se fosse o último dia e nunca deixe nenhuma pendência para amanhã, porque o amanhã pode não chegar e além da cruel dor da separação viveríamos com a lamentação de não termos aproveitado os nossos dias. Por isso filhos, viva em paz com seus pais e nunca em pé de guerra! Não espere que eles sejam retirados de você para qualquer reconhecimento! E como Deus advertiu a Adão e Eva, não posso terminar este assunto sem também te advertir quanto ao que diz a Bíblia: Deu o mar os mortos que nele estavam. A morte e o além entregaram os mortos que neles havia. E foram julgados, um por um, segundo as suas obras (Ap 20.13). Que Deus te abençoe! Amém!
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com


sexta-feira, 4 de agosto de 2017

SATANÁS: UM CRUEL ANJO CAÍDO

38  Eu falo das coisas que vi junto de meu Pai; vós, porém, fazeis o que vistes em vosso pai.
39  Então, lhe responderam: Nosso pai é Abraão. Disse-lhes Jesus: Se sois filhos de Abraão, praticai as obras de Abraão.
40  Mas agora procurais matar-me, a mim que vos tenho falado a verdade que ouvi de Deus; assim não procedeu Abraão.
41  Vós fazeis as obras de vosso pai. Disseram-lhe eles: Nós não somos bastardos; temos um pai, que é Deus.
42  Replicou-lhes Jesus: Se Deus fosse, de fato, vosso pai, certamente, me havíeis de amar; porque eu vim de Deus e aqui estou; pois não vim de mim mesmo, mas ele me enviou.
43  Qual a razão por que não compreendeis a minha linguagem? É porque sois incapazes de ouvir a minha palavra.
44  Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira.
45  Mas, porque eu digo a verdade, não me credes (Jo 8.38-45).
Meu texto hoje não é nada agradável, mas infelizmente é uma triste realidade. Quem não se indigna com as atrocidades praticadas pelo grupo terrorista EI? Tais atrocidades há muito estão presentes neste mundo amaldiçoado pelo pecado, mas jamais foram televisionadas e divulgadas tão amplamente como o faz este grupo; isso trará consequências inimagináveis à humanidade, pois a difusão destas imagens certamente motivará muitos a praticarem os mesmos crimes e não será difícil contemplarmos no mundo um aumento de crimes por degola. Este grupo parece ter ultrapassado todos os limites e pela fé me nego a acreditar que Deus deixará tais atrocidades sem uma resposta. Saddam Hussein e Muammar Kadhafi foram ditadores cruéis que por anos trucidaram inúmeras pessoas, mas um dia o mundo inteiro contemplou pela televisão a resposta e o juízo de Deus sobre estes homens; nem sempre o mundo tem a oportunidade de ver o juízo de Deus em ação de uma forma tão evidente como foi na vida destes homens.
Independentemente de ver a mão de Deus agindo contra o EI de uma forma direta, indiretamente tenho a certeza de que os principais fundadores deste grupo já partiram deste mundo e estão hoje passando pelo mais cruel tormento do inferno e recebendo de Deus a mais justa punição pelas suas atrocidades. E como qualquer um que vai ao inferno e de lá não pode voltar para abrir aos olhos de quem aqui ficou, tudo que resta a eles é pagar pelo que fizeram e aguardar a chegada de seus parceiros para sofrerem juntos o castigo pelas suas crueldades. Recentemente vi o testemunho de uma sobrevivente que escapou do grupo. Ela dizia: "Eles vieram com sua bandeira negra. Mataram os homens e estupraram as meninas." "Mataram meu pai diante dos meus olhos. Vi o sangue dele em suas mãos." "Tudo o que escutava eram gritos, choro. Todos estávamos com fome, eles não alimentavam ninguém.” "Vi um homem de mais ou menos 40 anos sobre uma menina de 10. A menina gritava." “Fui estuprada todos os dias por 6 meses.” Ela dizia que a dor dela “era a dor de cem mortes.”
Tais palavras nos leva a perguntar: Como o ser humano pode chegar a um nível tão cruel a ponto de não se importar nem por um pouco pelo sofrimento de seu próximo? Apesar da maldade do homem ser sem limites, com toda certeza a mão de Satanás está por trás disso tudo. Jesus, quando se apresentou como o bom pastor, menciona àquele que é o falso pastor, e diz que este veio somente para roubar, matar e destruir (Jo 10.10). E à luz de 2 Co 11.4 que diz que Satanás pode se transformar em anjo de luz para enganar as pessoas e de 1 Pd 5.8 que diz que o Diabo anda ao nosso redor rugindo como um leão, procurando alguém para devorar podemos atribuir as características de roubar, matar e destruir a ele. A síntese é simples, Satanás sabe que está perdido e condenado, mas como não há nele a mínima virtude, não demonstra piedade e compaixão, mas somente vingança e um sórdido desejo e empenho de levar com ele, ao seu triste destino, a quantos ele puder. E como ele não pode fazer isso fisicamente, pois não lhe é permitido nos tocar, insta os homens a praticarem as atrocidades que ele mesmo gostaria de praticar, desta forma ele está ganhando não somente os autores como também muitos das vítimas, pois todo aquele que partir sem estar preparado não terá mais oportunidade de mudar seu triste destino, mesmo que sua morte tenha sido de forma injusta.
Pior do que contemplar as atrocidades de Satanás neste mundo é ser filho deste anjo cruel. Jesus, olhando para as pessoas ao seu redor que estavam recusando aos seus ensinos e insultando por causa de suas palavras, disse para eles: Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos (Jo 8.44). Desta forma, todo aquele que nega a Jesus, todo aquele que nega tomar a sua cruz e segui-lo, todo aquele que adia a decisão de seguir a Deus fielmente, todo aquele que rejeita a salvação de Deus é filho do Diabo. Mas todo aquele que abre o seu coração e recebe a Jesus tem o poder de ser chamado filho de Deus (Jo 1.12). Neste mundo, quando se tem por pai um assassino, geralmente o filho tem vergonha de se apresentar como seu filho, mas os filhos do Diabo caminham para o mesmo destino de seu pai e parecem não estarem nem um pouco preocupados com isso, como que não levando o assunto a sério, como que se isso não fosse uma coisa assim tão ruim. Portanto, meu amigo, se você sente que está caminhando a passos largos para o inferno, se você sente que tem tido como pai este anjo caído que é o Diabo, que isso tire o sossego de seu coração e faça você mudar o rumo de seu destino antes que seja tarde demais. Que Deus te ilumine a tomar a mais correta e importante decisão de sua vida para te livrar dos tormentos na eternidade, porque de sofrimento já basta os que passamos aqui no nosso dia-a-dia; que a eternidade seja para mim e para você um lugar de descanso! Pense nisso!
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com