domingo, 20 de agosto de 2017

ELEMENTOS DA ORAÇÃO: CONTRIÇÃO E PETIÇÃO

5  E, quando orardes, não sereis como os hipócritas; porque gostam de orar em pé nas sinagogas e nos cantos das praças, para serem vistos dos homens. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa.
6  Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.
7  E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque presumem que pelo seu muito falar serão ouvidos.
8  Não vos assemelheis, pois, a eles; porque Deus, o vosso Pai, sabe o de que tendes necessidade, antes que lho peçais (Mt 6.5-8).
Continuando sobre a oração de Daniel, ela é ainda uma oração consciente da justiça divina. Ele diz: Ao Senhor, nosso Deus, pertence a misericórdia e o perdão, pois nos temos rebelado contra ele e não obedecemos à voz do SENHOR, nosso Deus, para andarmos nas suas leis, que nos deu por intermédio de seus servos, os profetas. Por isso, o SENHOR cuidou em trazer sobre nós o mal e o fez vir sobre nós; pois justo é o SENHOR, nosso Deus, em todas as suas obras que faz, pois não obedecemos à sua voz (Dn 9.9,10,14). Daniel diz que Deus os entregou para o cativeiro, mas que o Senhor foi justo ao fazer isso, porque o Senhor os alertou, porque o Senhor os avisou com veemência antes de fazer isso com eles, que o Senhor deu sinais de que iria mandá-los para o cativeiro caso não ouvissem a voz de seus profetas, e porque o povo endureceu seu coração e não quis dar ouvidos aos alertas de Deus, antes chegaram até mesmo a matar aos profetas enviados por Ele que Deus, então, cumpre o que prometera, e manda o povo para o cativeiro.
O que estava levando Daniel ao desespero em sua oração era a dureza do coração do povo. Deus tinha falado que se eles não obedecessem, eles iriam para o cativeiro. Eles não ouviram e foram para o cativeiro. O problema é que o povo já está há 68 anos no cativeiro, faltando apenas dois anos para o retorno, e o povo ainda não tinha se arrependido, não tinha se convertido, não tinha se voltado para Deus. Daniel se desespera porque está assistindo novamente ao filme de rebeldia daquele povo. Ele se angustiou ao perceber que o chicote de Deus não foi suficiente para levar este povo ao arrependimento. É muito triste ver Deus se levantar de madrugada e desde então passar a chamar o homem rebelde ao arrependimento, a convidar o homem rebelde a se voltar para Ele, abandonar seus pecados, deixar seus maus caminhos, seus maus costumes, abandonar a idolatria e arrepender-se com sinceridade, mas o homem continua a lhe virar as costas e se recusa a ouvir a voz de Deus. Como é triste a dureza de coração!
Daniel também reconhece a ingratidão do povo quando diz: Na verdade, ó Senhor, nosso Deus, que tiraste o teu povo da terra do Egito com mão poderosa, e a ti mesmo adquiriste renome, como hoje se vê, temos pecado e procedido perversamente (Dn 9.15). Daniel reconhece as grandes coisas que Deus fez na vida deste povo. O Senhor já quebrou os grilhões da escravidão lá no Egito, o Senhor tirou o povo do opróbrio, da vergonha, tanto da escravidão no Egito quanto de muitos outros povos no tempo dos juízes, mas o povo se rebela novamente contra o seu Deus e se recusa a se voltar para o Senhor com arrependimento. Que coisa triste quando Deus vem, faz um milagre na sua vida, te salva, te perdoa, te liberta, te transforma, converte seu coração, torna você um membro da família de Deus e depois que você se torna um convertido, salvo, remido, agora você transgride os mandamentos deste Deus que te salvou, desobedece as suas ordens, endurece o seu coração e Deus precisa tratar com você com a vara da disciplina, porque você se recusa a escutar a voz do amor. Deus alerta ao homem e se ele não escuta a advertência de Deus, então, Deus manda o juízo, manda o cativeiro, manda você para o deserto porque somente lá você se dispõe a ouvir a voz de Deus.
Daniel agora vai pedir e os seus pedidos são específicos: Ó Senhor, segundo todas as tuas justiças, aparte-se a tua ira e o teu furor da tua cidade de Jerusalém, do teu santo monte, porquanto, por causa dos nossos pecados e por causa das iniquidades de nossos pais, se tornaram Jerusalém e o teu povo opróbrio para todos os que estão em redor de nós. Agora, pois, ó Deus nosso, ouve a oração do teu servo e as suas súplicas e sobre o teu santuário assolado faze resplandecer o rosto, por amor do Senhor.  Inclina, ó Deus meu, os ouvidos e ouve; abre os olhos e olha para a nossa desolação e para a cidade que é chamada pelo teu nome, porque não lançamos as nossas súplicas perante a tua face fiados em nossas justiças, mas em tuas muitas misericórdias (Dn 9.16-18). Daniel está pedindo para Deus se atentar para Jerusalém que está desolada, para o monte santo que está devastado, para o santuário que está assolado, para o povo que está desolado; ele está pedindo para Deus algo específico. É assim que devem ser as nossas petições: específicas. O que você quer de Deus? Às vezes oramos: Deus me abençoe, mas que tipo de bênção você quer? Deus abençoa meu lar, mas como você quer que Deus abençoe seu lar? Deus abençoa minha vida espiritual, mas em que área de sua vida espiritual você quer o toque de Deus? Deus abençoe a Igreja, mas como você quer que Deus abençoe a Igreja? Deus quer que sejamos específicos em nossas orações. Que Deus nos abençoe e venhamos a aprender com Daniel a apresentar ao Senhor a nossa oração, os nossos pedidos! Amém!
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com


Nenhum comentário:

Postar um comentário