5 E,
quando orardes, não sereis como os hipócritas; porque gostam de orar em pé nas
sinagogas e nos cantos das praças, para serem vistos dos homens. Em verdade vos
digo que eles já receberam a recompensa.
6 Tu,
porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai,
que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.
7 E,
orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque presumem que pelo
seu muito falar serão ouvidos.
8 Não
vos assemelheis, pois, a eles; porque Deus, o vosso Pai, sabe o de que tendes
necessidade, antes que lho peçais (Mt 6.5-8).
Continuando
sobre a oração de Daniel, ela é ainda uma oração consciente da justiça divina.
Ele diz: Ao Senhor, nosso Deus, pertence
a misericórdia e o perdão, pois nos temos rebelado contra ele e não obedecemos
à voz do SENHOR, nosso Deus, para andarmos nas suas leis, que nos deu por
intermédio de seus servos, os profetas. Por
isso, o SENHOR cuidou em trazer sobre nós o mal e o fez vir sobre nós; pois
justo é o SENHOR, nosso Deus, em todas as suas obras que faz, pois não
obedecemos à sua voz (Dn 9.9,10,14). Daniel diz que Deus os entregou para o
cativeiro, mas que o Senhor foi justo ao fazer isso, porque o Senhor os
alertou, porque o Senhor os avisou com veemência antes de fazer isso com eles,
que o Senhor deu sinais de que iria mandá-los para o cativeiro caso não
ouvissem a voz de seus profetas, e porque o povo endureceu seu coração e não
quis dar ouvidos aos alertas de Deus, antes chegaram até mesmo a matar aos
profetas enviados por Ele que Deus, então, cumpre o que prometera, e manda o
povo para o cativeiro.
O
que estava levando Daniel ao desespero em sua oração era a dureza do coração do
povo. Deus tinha falado que se eles não obedecessem, eles iriam para o
cativeiro. Eles não ouviram e foram para o cativeiro. O problema é que o povo
já está há 68 anos no cativeiro, faltando apenas dois anos para o retorno, e o
povo ainda não tinha se arrependido, não tinha se convertido, não tinha se
voltado para Deus. Daniel se desespera porque está assistindo novamente ao
filme de rebeldia daquele povo. Ele se angustiou ao perceber que o chicote de
Deus não foi suficiente para levar este povo ao arrependimento. É muito triste
ver Deus se levantar de madrugada e desde então passar a chamar o homem rebelde
ao arrependimento, a convidar o homem rebelde a se voltar para Ele, abandonar
seus pecados, deixar seus maus caminhos, seus maus costumes, abandonar a
idolatria e arrepender-se com sinceridade, mas o homem continua a lhe virar as
costas e se recusa a ouvir a voz de Deus. Como é triste a dureza de coração!
Daniel
também reconhece a ingratidão do povo quando diz: Na verdade, ó Senhor, nosso Deus, que
tiraste o teu povo da terra do Egito com mão poderosa, e a ti mesmo adquiriste
renome, como hoje se vê, temos pecado e procedido perversamente (Dn 9.15). Daniel
reconhece as grandes coisas que Deus fez na vida deste povo. O Senhor já
quebrou os grilhões da escravidão lá no Egito, o Senhor tirou o povo do
opróbrio, da vergonha, tanto da escravidão no Egito quanto de muitos outros
povos no tempo dos juízes, mas o povo se rebela novamente contra o seu Deus e
se recusa a se voltar para o Senhor com arrependimento. Que coisa triste quando
Deus vem, faz um milagre na sua vida, te salva, te perdoa, te liberta, te
transforma, converte seu coração, torna você um membro da família de Deus e
depois que você se torna um convertido, salvo, remido, agora você transgride os
mandamentos deste Deus que te salvou, desobedece as suas ordens, endurece o seu
coração e Deus precisa tratar com você com a vara da disciplina, porque você se
recusa a escutar a voz do amor. Deus alerta ao homem e se ele não escuta a
advertência de Deus, então, Deus manda o juízo, manda o cativeiro, manda você
para o deserto porque somente lá você se dispõe a ouvir a voz de Deus.
Daniel
agora vai pedir e os seus pedidos são específicos: Ó Senhor, segundo todas as tuas justiças, aparte-se a tua ira e o teu
furor da tua cidade de Jerusalém, do teu
santo monte, porquanto, por causa dos nossos pecados e por causa das iniquidades
de nossos pais, se tornaram Jerusalém e o teu povo opróbrio para todos os que
estão em redor de nós. Agora, pois, ó Deus nosso, ouve a oração do teu servo e
as suas súplicas e sobre o teu santuário
assolado faze resplandecer o rosto, por amor do Senhor. Inclina, ó Deus meu, os ouvidos e ouve; abre os olhos e olha para a nossa desolação
e para a cidade que é chamada pelo teu nome, porque não lançamos as nossas
súplicas perante a tua face fiados em nossas justiças, mas em tuas muitas
misericórdias (Dn 9.16-18). Daniel está pedindo para Deus se atentar para Jerusalém
que está desolada, para o monte santo que está devastado, para o santuário que
está assolado, para o povo que está desolado; ele está pedindo para Deus algo
específico. É assim que devem ser as nossas petições: específicas. O que você
quer de Deus? Às vezes oramos: Deus me abençoe, mas que tipo de bênção você
quer? Deus abençoa meu lar, mas como você quer que Deus abençoe seu lar? Deus
abençoa minha vida espiritual, mas em que área de sua vida espiritual você quer
o toque de Deus? Deus abençoe a Igreja, mas como você quer que Deus abençoe a
Igreja? Deus quer que sejamos específicos em nossas orações. Que Deus nos
abençoe e venhamos a aprender com Daniel a apresentar ao Senhor a nossa oração,
os nossos pedidos! Amém!
Luiz
Lobianco
luizlobianco@hotmail.com
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