sexta-feira, 17 de agosto de 2018

LEVEDANDO A MASSA


O fermento na Bíblia, na maioria das vezes, é símbolo de corrupção e pecado. Era isso que Paulo queria dizer quando disse que um pouco de fermento leveda toda a massa (Gl 5.9). E o que é levedar? Levedar é fermentar a massa, tornar-se volumosa. E é justamente isso que o pecado faz. Basta ter apenas um impuro e imoral em um grupo que logo muitos estarão contaminados. Até que Adão e Eva estavam sozinhos no Jardim do Éden nada aconteceu. Todos os dias eles se reuniam e conversavam com Deus. Quando se acrescentou a serpente na história, simbolizada por Lúcifer, que havia sido expulso do céu por causa do pecado, a mulher foi contaminada, em seguida ela passa adiante sua contaminação abordando ao homem e por fim toda a humanidade foi atingida. A Bíblia confirma isso quando diz: Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram (Rm 5.12). A massa toda foi levedada! Em outra linguagem a Bíblia diz que um abismo chama outro abismo (Sl 42.7). Foi o que aconteceu com Davi. Primeiro aconteceu o adultério e este se convergiu no assassinato de um inocente.
A primeira experiência neste mundo nos mostra o quanto um pouco de fermento leveda toda a massa, ou seja, que apenas um único pecado, um único pecador pode contaminar toda a criação de Deus. A segunda experiência está na eternidade. Ela acontece somente depois de passarmos pela primeira. Nesta segunda experiência, Deus faz diferente da primeira. Ao invés de preparar um único lugar, que é a Terra, ele prepara dois lugares para dois grupos distintos. Ao invés de permitir a interação entre os grupos, como a serpente contaminada interagiu com Eva, Ele veta toda e qualquer interação entre os grupos. É isso que nos ensina a parábola do homem rico e do mendigo Lázaro quando diz: E, além de tudo, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que querem passar daqui para vós outros não podem, nem os de lá passar para nós (Lc 16.26). Estes dois lugares é o céu e o inferno. Os dois grupos são os salvos e os perdidos. E o sentido de passarmos por esta vida neste mundo é decidirmos para qual lugar iremos quando por fim acabar a nossa peregrinação, a qual grupo iremos pertencer no futuro. A existência destes dois lugares e destes dois grupos não depende de sua crença, não depende de você acreditar ou não em sua realidade, e desde que você nasceu estabelecido estás para tomar esta decisão a qual não é opinativa, mas obrigatória. O mesmo não se pode dizer de seu destino final que depende totalmente de sua decisão e de sua crença, de forma que o céu está reservado aos que creem e o inferno aos incrédulos.
Falando do céu a Bíblia diz: Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, ataviada como noiva adornada para o seu esposo. Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles. E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram (Ap 21.1-4). E continua dizendo: Nunca mais haverá qualquer maldição. Nela, estará o trono de Deus e do Cordeiro. Os seus servos o servirão, contemplarão a sua face, e na sua fronte está o nome dele. Então, já não haverá noite, nem precisam eles de luz de candeia, nem da luz do sol, porque o Senhor Deus brilhará sobre eles, e reinarão pelos séculos dos séculos (Ap 22.3-5). Este é o lugar reservado para os purificados, os regenerados pelo Cordeiro de Deus que é Jesus Cristo. E falando do inferno a Bíblia diz: Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos impuros, aos feiticeiros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte (Ap 21.8). Estes são aqueles que não creram, aqueles que faziam chacotas dos purificados, aqueles que recusaram todos os convites e não quiseram se comprometer com Deus.
Hoje temos a existência de três lugares: A Terra, onde vivemos para tomar a nossa decisão, o céu, onde estão os remidos do Senhor, e o inferno, para onde vão aqueles que não creram e não aceitaram a salvação de Deus. Mas em um futuro próximo existirá apenas dois lugares e seus destinatários terão o seu estado permanente em seus lugares para sempre. No inferno foram as pessoas sem nenhuma transformação de vida. Levaram consigo seus egoísmos, seus orgulhos, suas maldades, suas invejas, seus ódios, suas tradições e todo mal que residiam em seus corações. No céu foram as pessoas que tinham tudo isso em suas vidas, entretanto creram, se entregaram, se comprometeram com Deus e foram transformadas. E o céu permanecerá puro para sempre porque nele jamais entrará um impuro, um que não tenha sido purificado por Deus. Eles não são santinhos, mas sim pessoas transformadas e purificadas por Deus. Jamais haverá choro e sofrimento no céu porque lá não entrará nenhuma pessoa egoísta, ciumenta, irada, orgulhosa, pois nenhuma pessoa malvada entrará lá. No céu não haverá furto ou roubo, porque nenhum ladrão entrará lá. O ladrão da cruz que creu e se entregou a Cristo foi para o céu porque foi transformado e purificado, mas o ladrão incrédulo não teve o mesmo destino. Também no céu jamais haverá assassinato porque nenhum assassino entrará lá.
A convivência no céu será maravilhosa, mas o mesmo não podemos dizer do inferno por causa dos tipos de pessoas que estarão lá. A convivência lá é tão cruel que o rico dizia na parábola: Então, replicou: Pai, eu te imploro que o mandes à minha casa paterna, porque tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de não virem também para este lugar de tormento (Lc 16.27,28). E o que fazer para não ir para este lugar de tormento? A resposta é a mesma que Pedro deu a uma grande multidão a dois mil anos atrás: Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados (At 3.18). A mesma que Paulo deu a um grupo de pessoas: Crê no Senhor Jesus e serás salvo (At 16.31). Decidindo por este caminho terás herança no céu, porque se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas (2 Co 5.17). Que Deus te abençoe e tomar o rumo certo, a decisão correta e lá no céu desfrutaremos juntos do gozo eterno. Amém!
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com

domingo, 12 de agosto de 2018

NÃO HÁ OPORTUNIDADE DE DESPEDIDA!


Hoje é o dia dos pais! Grande é a satisfação de reunir a família, comprar presente, dar os parabéns, poder abraçar e beijar ao seu pai, mas nem todos terão este privilégio no dia de hoje. Neste dia comemorativo, passando pelas postagens das redes sociais, é possível notar muitos filhos sem os seus pais, e também pais que ficarão sem o abraço e os parabéns de seus filhos; e todos por uma única realidade: A morte! A morte não fazia parte do plano de Deus para a vida do homem quando este o criou e o colocou no Jardim do Éden. Era para o homem cuidar do Jardim, multiplicar-se e expandir-se por toda a Terra onde viveria eternamente, sem passar pela morte. Mas havia uma regra: E o SENHOR Deus lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás (Gn 2.16,17). Uma árvore, e apenas uma árvore entre todas as demais que havia naquele Jardim, cujo fruto o homem recebeu a ordem de não comer, porque, no dia em que ele comesse tal fruto, certamente ele morreria. O homem não atendeu a ordem de Deus por muito tempo, pois um dia ele comeu do fruto e, conforme lhe fora anunciado, a morte passou a fazer parte de sua existência.
Há pelo menos três coisas que torna a morte sombria: A separação que ela provoca, o desconhecimento do momento de sua chegada e a falta de domínio do homem sobre ela. Estas três coisas assombram o homem e o deixa completamente impotente diante da morte. A separação da morte é cruel! Depois dela não há mais noticias, não há telefone, não há email, não há cartas, nenhuma comunicação entre aquele que se foi com aqueles que ficaram. É uma separação completa e permanente, pelo menos enquanto ainda estivermos por aqui, porque qualquer possibilidade de reencontro somente é possível do outro lado da vida; e ainda assim há muita obscuridade para este momento. Há um total desconhecimento sobre o dia da morte, ninguém pode conseguir uma previsão de quando chegará este dia em sua vida, nem mesmo o doente terminal, que sabe o quanto ela está próxima, mas não sabe o seu dia exato. A morte está totalmente fora do controle do homem. A Bíblia diz: Porque para todo propósito há tempo e modo; porquanto é grande o mal que pesa sobre o homem. Porque este não sabe o que há de suceder; e, como há de ser, ninguém há que lho declare. Não há nenhum homem que tenha domínio sobre o vento para o reter; nem tampouco tem ele poder sobre o dia da morte (Ec 8.6-8). E o Senhor Jesus, falando sobre a vida, indagou àqueles que lhe escutava: Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida (MT 6.27)?
Não há como saber o dia da morte! E neste mistério não há concessões, não há exceção, pois todos nós estamos em pé de igualdade neste mistério! Então, se esta hora está oculta ao homem, não há possibilidade de dizer adeus aos que partem! Os filhos não se despedem dos pais e os pais não se despedem de seus filhos, porque não há possibilidade de despedidas, não há oportunidade para se por as coisas em ordem! Então, se não há possibilidade de dizer adeus, viva cada dia como se fosse o último dia. Quantos que se foram sem ao menos dizer um tchau? Um homem que estava viajando e a cerca de 180 km de sua chegada liga e diz: prepara a janta que estou chegando, chego ainda para o jantar. Pouco depois um acidente de trânsito e ele não chega ao seu destino e nem ao menos naquele telefonema ele pode dizer adeus, porque não sabia que aquela era a última vez que falava com seus queridos. Vi um pai que chega para reconhecer o corpo de seu filho, e ele diz uma frase que nunca vou esquecer: Os filhos são como água, a gente aperta com as mãos, mas eles escapam pelos vãos dos dedos. Aquele filho saiu de casa para voltar logo depois e nem ao menos houve oportunidade para se despedir de seus pais, porque ele não sabia que aquela seria a sua última volta de moto. O dia 11 de setembro de 2001 parecia ser um dia como qualquer outro e as pessoas que trabalhavam nas torres do World Trade Center em Nova York saíram de suas casas com a intenção de logo voltarem para suas famílias, mas esta volta não ocorreu para muitos deles e não houve nem sequer um aviso, um recado para poderem se despedir de seus familiares, isso porque não sabiam que aquele dia seria o último dia de trabalho em suas vidas. Não houve oportunidade para despedidas!
A lição que devemos tirar desta situação é que, se não há possibilidade de dizer adeus devemos viver com nossos queridos como se fosse a última vez que estivéssemos com eles, para que, depois, não fique a triste sensação da falta de despedida. Isso implica em viver em paz todo o tempo, em amar todo o tempo, em perdoar todo o tempo, em ser gentil, amável, cortês em todo o tempo, porque não se sabe quando haverá a interrupção deste tempo. Viver como se fosse a última vez implica em viver cada dia como se fosse o último dia em que estivéssemos juntos, para que depois sobre apenas as doces recordações dos momentos felizes que se passaram juntos, sem remorso, sem arrependimento, sem lamentação, apenas as doces lembranças! Agindo assim, podem não ter a oportunidade de se despedirem, mas aproveitaram ao máximo cada dia que estiveram juntos. Menestrel, de Willian Shakespeare, diz: Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa… por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas; pode ser a última vez que as vejamos.
Digo ainda que se não há possibilidade de dizer adeus, nunca deixe para trás alguma pendência. Vi um dia uma pessoa dizer no caixão de seu ente querido: Temos tantas oportunidades para fazer as coisas de uma forma melhor e de repente elas se acabam. Parece que havia sido deixado para trás alguma pendência. Talvez, agora, havia o desejo de ser mais presente, de expressar aquele carinho que, talvez, a muito não demonstrava, mas não havia mais oportunidade para isso! Já imaginou pai e filho, se em um daqueles dias em que estão vivendo em pé de guerra um contra o outro, de repente Deus chama um de vocês? Sem haver oportunidade para despedidas, para qualquer reconciliação, para um pedido de perdão? Com certeza não será fácil de conviver com o sentimento de que algo mais poderia ter sido feito para que tudo pudesse ter sido diferente. Uma estrela pode estar morta, mas ela ainda pode brilhar no fundo de nossa noite. Assim são as doces recordações de alguém que se foi quando se viveu uma vida que vale a pena viver, uma vida de amor e de ternura, em que houve momentos perfeitos que passaram, mas não se perderam. Melhor viver com saudades do que viver com remorsos!
Termino dizendo que para aqueles que creem em Cristo nunca haverá adeus. Para aqueles que creem em Cristo não importa se não houve oportunidade para despedidas, porque para o cristão não existe o adeus, mas apenas o até logo, porque para o cristão a morte não é o fim da linha, mas o ponto de chegada, o raiar de uma grandiosa eternidade. No decurso da vida, em algum ponto obscuro, a morte nos separa de pessoas queridas sem qualquer aviso. A melhor opção é viver a cada dia como se fosse o último sem deixar para trás nenhuma pendência a ser resolvida, e melhor ainda é crer em Jesus Cristo e andar em seus caminhos, porque sendo assim não precisamos de adeus, pois logo nos encontraremos ao adentrarmos nos portais da eternidade. Que Deus te abençoe e console o seu coração na esperança bendita da eternidade com Jesus Cristo. Amém!
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com

quarta-feira, 8 de agosto de 2018

A VIAGEM DA VIDA E SUAS INTEMPÉRIES: AS DECORRÊNCIAS DOS VENTOS CONTRÁRIOS


Estamos falando sobre as tempestades da vida com base na viagem de navio do Apóstolo Paulo para a Itália. Vimos que ser justo não implica em isenção de adversidades na vida e a primeira intempérie da viagem que foram os ventos contrários. Hoje falaremos das consequências destes ventos. A narração da viagem continua: Navegando vagarosamente muitos dias e tendo chegado com dificuldade defronte de Cnido, não nos sendo permitido prosseguir, por causa do vento contrário, navegamos sob a proteção de Creta, na altura de Salmona. Costeando-a, penosamente, chegamos a um lugar chamado Bons Portos, perto do qual estava a cidade de Laséia. Depois de muito tempo, tendo-se tornado a navegação perigosa, e já passado o tempo do Dia do Jejum, admoestava-os Paulo, dizendo-lhes: Senhores, vejo que a viagem vai ser trabalhosa, com dano e muito prejuízo, não só da carga e do navio, mas também da nossa vida. Mas o centurião dava mais crédito ao piloto e ao mestre do navio do que ao que Paulo dizia (At 27.7-11).
A viagem não estava nada fácil! Os transtornos causados pelas intempéries começaram a surgir. A primeira implicação dos ventos contrários é nos fazer andar vagarosamente. Você já enfrentou situações estagnadas em sua vida? Entra ano e sai ano e tudo permanece a mesma coisa! Parece que a sua vida está dando voltas em círculos. Você não avança e as coisas não saem do lugar, enquanto que você gostaria mesmo era de avançar e de ver resultados, afinal, você é uma pessoa dinâmica. São situações que permanecem as mesmas há tempos, são conflitos que não se apaziguam nunca, são soluções que nunca chegam para resolver as situações adversas, é o socorro que não vem e você não sabe mais o que fazer, afinal, você se sente se afogando no mar da vida, já mergulhado, apenas com as mãos de fora pedindo ajuda, mas parece que ninguém está vendo ou se importando com a sua trágica situação. Além de andar vagarosamente, Paulo chegava aos lugares com dificuldade e navegava penosamente. Dizem que a desgraça nunca vem sozinha, ela sempre vem acompanhada de suas parceiras, e além de você ter que enfrentar a estagnação das suas situações, sua vida segue com dificuldade e você caminha penosamente, enfrentando os desanimadores resultados das intempéries da vida.
Quando estamos desesperançados, vencidos, desanimados, Deus nos fortalece e nos ajuda a superar. Mas não é fácil esperar em Deus no dia da angústia! Não é simples crer que Deus reverterá nossa momentânea derrota em vitória! Sempre temos a tendência de achar que permaneceremos prostrados no fim da linha, no fim do túnel, no fundo do poço, esquecidos ali por Deus, estagnados para sempre! Estas coisas também se passaram pela cabeça de Jó enquanto esteve sentado naquele monte de cinzas raspando suas chagas, mas ele se levantou daquele monte de cinzas para receber de Deus a cura e a porção dobrada de tudo o que possuía, a ponto de chegar a dizer: Eu te conhecia só de ouvir falar de Ti, mas agora os meus olhos te veem (Jó 42.5). Estes pensamentos também devem ter perturbado José naquela úmida e escura prisão, mas ele saiu daquela prisão para governar toda a terra do Egito e salvar o mundo inteiro de padecer de fome. Isso também deve ter se passado na mente de Moisés durante os cerca de 40 anos em que permaneceu pastoreando ovelhas no deserto, mas ele saiu daquele deserto para enfrentar o poderio de Faraó do Egito e conduzir a libertação de um povo escravizado. Esta disposição incrédula também tentou abalar a fé de Abraão que recebeu de Deus à promessa de um filho legítimo com Sara, pois tanto ele como Sara estavam velhos demais, mas ele foi pai aos cem anos de idade e tornou-se o pai da fé e a sua descendência herdeira de Deus. Estes exemplos nos ensinam que podemos conseguir grandes conquistas ao longo do percurso da vida, mas em quase todas elas, antes, é necessário transpor as intempéries da tempestade, suportar o sol escaldante durante a caminhada e até mesmo tolerar a sede pelo árido sentimento da ausência de Deus no percurso.

Não sei como está a sua vida hoje, mas se está passando por uma tempestade não se deixe ludibriar pelos pensamentos incrédulos de sua mente, pelos cochichos maliciosos e desanimadores que chegarão aos seus ouvidos, pelas palavras marotas e perniciosas que lhe falarão. Creia em Deus e tenha a certeza de que, mesmo que não o sinta, Ele está contigo, pois Deus jamais abandona um filho seu em momentos de aflição. E se há situações estagnadas em sua vida saiba que Deus está no controle, saiba que é Ele quem domina o vento, pois a Bíblia diz: E ele (Jesus), despertando, repreendeu o vento e disse ao mar: Acalma-te, emudece! O vento se aquietou, e fez-se grande bonança (Mc 4.39). Isso nos ensina que a tempestade que assola a sua vida Deus a tem sob seu controle. Creia nisso e aguarde a bonança em sua vida! E se hoje você está desacreditado, desmotivado, abatido, desventurado acredite que Deus o libertará, conforme diz o salmista: Quem há semelhante ao SENHOR, nosso Deus, cujo trono está nas alturas, que se inclina para ver o que se passa no céu e sobre a terra? Ele ergue do pó o desvalido e do monturo, o necessitado, para o assentar ao lado dos príncipes, sim, com os príncipes do seu povo (Sl 113.5-8). Somente Deus pega o desacreditado e o faz cantar o hino de vitória, somente Ele pode fazer do desacreditado um vencedor, somente Ele pode tornar a nossa situação desfavorável em bênção. Por tudo isso não há ninguém melhor que o Senhor nosso Deus para nos libertar das situações estagnadas da vida. Que este Deus que domina as tempestades e as torna em bonança transforme a sua vida e resolva as situações estagnadas de sua vida! Amém!
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com

domingo, 5 de agosto de 2018

A VIAGEM DA VIDA E SUAS INTEMPÉRIES: OS VENTOS CONTRÁRIOS


Estamos falando sobre as tempestades da vida com base na viagem de Paulo de navio para a Itália. Vimos no texto anterior que ser justo não implica em ser isento das adversidades da vida. A princípio a viagem estava tranquila, mas a narração da viagem diz: Partindo dali, navegamos sob a proteção de Chipre, por serem contrários os ventos; e, tendo atravessado o mar ao longo da Cilícia e Panfília, chegamos a Mirra, na Lícia. Achando ali o centurião um navio de Alexandria, que estava de partida para a Itália, nele nos fez embarcar (At 27.4-7). A primeira intempérie da viagem são os ventos contrários. A intenção dos viajantes era ir direto para a Itália, mas os ventos contrários não lhes permitiram. As forças dos ventos os obrigaram a mudar de curso e atrasaram os planos dos viajantes. Você já enfrentou ventos contrários em sua vida? São ocasiões em que você tinha um propósito firme de andar em uma direção e tudo te faz andar em uma direção contrária. É uma viagem que você tem que adiar. São umas férias que você tem que interromper. São planos, projetos na vida que pareciam tão certos e te trariam resultados tão positivos e de repente são frustrados ou adiados. São tentativas frustradas de inversão de situações, de superação da atual condição de sua vida. São sonhos interrompidos bruscamente. Há momentos na vida em que parece que somente os ventos contrários estão soprando sobre nossas velas. São situações que podem perdurar por um longo período e isso desgasta seu ânimo, seu vigor, sua motivação e quando estamos vivendo situação assim parece que os problemas nunca vêm sozinhos, mas sempre acompanhados de outro, de forma que chegam como em um efeito cascata.
E que lições podemos tirar para nossas vidas dos ventos contrários? Primeiramente, devemos nos lembrar da autonomia do vento. A Bíblia diz: O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai... (Jo 3.8). Os ventos sopram à nossa rebelia. Eles não seguem a nossa vontade. Não obedecem ao curso de nossas vidas. Eles são independentes! Não adianta lutar contra eles. Não adianta resistir, insistir, porque eles são muito mais fortes do que nós e seguirão o seu rumo à mercê de sua própria vontade. Assim são as dificuldades em nossas vidas. Nós não as queríamos, não as procuramos e até as tentamos evitar muitas vezes, mas elas são inevitáveis na vida. Elas sempre vão existir de uma maneira ou de outra. Não adianta dar três toques na parede, não adianta evitar passar por debaixo de uma escada, não adianta fugir dos gatos pretos, não adianta entrar ou sair por determinada porta, levantar com determinado pé, não adianta possuir um talismã, não adianta deixar a Bíblia aberta no Salmo 91, porque seus esforços não evitarão as adversidades da vida. Claro que, às vezes, as dificuldades em nossas vidas são frutos daquilo que semeamos, consequências de uma desobediência, de uma atitude mal pensada, de um ataque de nervosismo, do domínio da impaciência, pelo fato de não ouvirmos conselhos e não atendermos a muitos que Deus envia para nos alertar. Mas, às vezes, elas também surgem do nada e não há nada que você possa fazer para evitar que isso aconteça, porque os ventos contrários são autônomos e sua ação neutraliza as nossas forças.
Apesar de o vento ser autônomo, apesar de não adiantar resistir a eles, há algo perigoso que muitos o fazem: Soltar o leme e seguir a direção do vento. Às vezes, essa pode ser a melhor atitude a ser tomada, mas isso também acontece quando desistimos de lutar. Muitas pessoas não suportam os ventos contrários de suas vidas. Muitos não resistem à força do vento e se entregam. São pessoas que acham que estavam equivocadas, que não vale a pena ser fiel e perseverar até o fim. São pessoas que desistem fácil de seus sonhos, que jogam a toalha na primeira dificuldade da vida, que penduram a chuteira quando as brancas nuvens de sua vida se convergem em nuvens negras e por fim em tempestade, são pessoas que mudam seus ideais conforme as circunstâncias da vida. Não é assim que devemos agir nos ventos contrários, porque nestes momentos o importante é permanecer firme para os propósitos de Deus, pois Ele tem um propósito para a sua vida e conforme-se quando as adversidades estão incluídas nos planos de Deus para você. Deus é extremamente sábio! Deixe-o agir em você com a sua sabedoria! Deus tinha um propósito na vida de Paulo. E qual era o propósito de Deus para Paulo? Roma! O destino de Paulo não era o fundo do mar. O destino de Paulo não era nenhuma ilhota, nenhum lugarejo, mas era Roma, a capital do Império Romano. O propósito de Deus era Paulo comparecer e testemunhar perante o imperador e apesar das intempéries da viagem ele compareceu e testemunhou perante César. O inimigo pode ter enviado ventos contrários para tentar afastar Paulo dos propósitos de Deus, mas a Bíblia nos diz que: Maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo (1 Jo 4.4). O teu Deus é maior do que tudo. Deus é Soberano porque nenhum de seus propósitos pode deixar de ser cumprido. Se isso pudesse acontecer um dia Ele não seria chamado de Deus Onipotente, o Deus que pode todas as coisas. Que este Deus abençoe a sua vida! Amém!
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

A VIAGEM DA VIDA E SUAS INTEMPÉRIES: SER JUSTO NÃO SIGNIFICA SER IMUNE ÀS ADVERSIDADES DA VIDA


Estamos falando sobre as tempestades da vida com base na vida do Apóstolo Paulo, especificamente em sua viagem de navio para a Itália. Vimos que era da vontade de Paulo ir a Roma, que também era propósito de Deus que Paulo fosse a Roma. Portanto, Paulo, quando entrou naquele navio, estava debaixo dos desígnios de Deus que pretendia enviá-lo à capital do Império Romano, para ali testemunhar de seu nome e plantar uma igreja. Então, se Paulo estava debaixo dos propósitos de Deus não era natural que se esperasse uma viagem sem atropelos e sem incidentes até Roma? Pelo menos é assim que a maioria das pessoas pensa. Mas a viagem não fora nada tranquila, pelo contrário, ela foi muito turbulenta, o que nos ensina uma grande verdade: O justo não está isento de passar pelas tempestades da vida. Claro que a chegada de Paulo em Roma estava garantida, ele mesmo testemunha isso quando diz: Mas, já agora, vos aconselho bom ânimo, porque nenhuma vida se perderá de entre vós, mas somente o navio. Porque, esta mesma noite, um anjo de Deus, de quem eu sou e a quem sirvo, esteve comigo, dizendo: Paulo, não temas! É preciso que compareças perante César (At 27.22-24). A chegada era segura, mas a viagem seria muito agitada!
Esta mesma verdade podemos aplicar em nossa vida. Jesus nos garante chegada segura, mas quanto ao percurso Ele diz: No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo (Jo 16.33). E quando estamos sofrendo, angustiados, surgem em nosso interior inúmeras perguntas. São questões sérias, graves e muitas delas ficarão sem respostas. E ao longo da vida, muitas vezes, o silêncio de Deus nos incomodará mais do que o próprio sofrimento, assim como as orações não respondidas há de nos afligir mais do que aquelas que foram atendidas, porque as razões de passarmos por angústias são, na maioria das vezes, ocultadas ao nosso entendimento e a falta de sentido no sofrimento pelo qual estamos agita nosso interior. Perguntas como: Por que o justo sofre? Por que passamos por lutas? Por que nossos amigos, que não tem o mesmo compromisso que temos com Deus, parecem ter uma vida muito melhor que a nossa? Por que aquela pessoa que nunca botou o pé em uma igreja, nunca abriu a Bíblia, nunca fez uma oração, parece ter uma vida muito mais calma e serena que a nossa? Eles parecem não passar por tempestades, eles parecem navegar por mares calmos, enquanto nós cruzamos os oceanos mais turbulentos da vida.
Nunca devemos nos esquecer de que um justo não vive em uma estufa, não vive em uma redoma de vidro, não está protegido das intempéries da vida, pois passa pelas adversidades da vida como qualquer outra pessoa. Ser justo não significa ser imune ao sofrimento, às tragédias, aos acidentes e muito menos às tribulações da vida. Entretanto, com toda convicção podemos afirmar que o justo é guardado e é protegido por Deus nas tribulações da vida e sai delas muito mais perto de Deus e muito mais fortalecido na fé do que quando nelas entrou. E sabe por quê? Porque a Bíblia diz que o justo, ainda morrendo, tem esperança (Pv 14.32), e quando se tem esperança tudo é diferente, quando se vê a luz no fim do túnel, por mais escuro que esteja o caminho, tudo muda, e mesmo apalpando por causa da escuridão seguimos em frente pela esperança da luz que enxergamos no final. Temos muitos exemplos disso na Bíblia. Deus não livrou a Daniel da cova dos leões, mas na cova protegeu-o da voracidade dos leões. Deus não livrou os amigos de Daniel da fornalha de fogo, mas na fornalha guardou-os do poder do fogo. Deus não livrou o Apóstolo Paulo de um tufão enquanto navegava, mas na tempestade, Deus o libertou da morte certa de um naufrágio. Deus não livrou a Paulo de ser picado por uma serpente, mas o livrou do poder da morte do veneno. Portanto, Deus não nos livra do deserto, mas não nos deixa lá sozinhos e passa o deserto conosco. Deus não nos livra das tempestades da vida, mas na tempestade nos oferece abrigo e proteção. Deus não nos livra dos naufrágios da vida, mas nos busca lá do fundo do abismo e de lá nos resgata.
Quantas vezes não somos abatidos subitamente por uma tempestade na vida? Talvez você esteja enfrentando uma neste momento! Quem sabe você está sofrendo baixas em sua vida financeira. Talvez, a sua vida mudou inesperadamente e você, que antes era tão feliz, agora tudo que faz é chorar. Talvez, você esteja enfrentando o drama de uma doença séria, grave, que se estabeleceu em seu corpo e tem feito você gastar seu tempo e seus recursos, mas não tem tido o retorno que esperava. Nesta hora vêm as perguntas mais inquietantes de nossa alma: Por que Deus? Por que comigo? Por que nesta hora? Por que sofrimento com tamanha intensidade? Por que perdi minha saúde? Por que perdi meus bens? Por que perdi um ente querido? Por que aconteceu esta tragédia comigo? Talvez você esteja passando por noites muito longas buscando respostas, explicações, mas a única resposta que você tem é o barulho da tempestade que assola a sua vida. Quero lhe dizer que Deus é fiel e que Ele está no controle de sua vida e Ele sabe o que está fazendo. Saiba que Ele está levando você para algo maior e melhor, pois os filhos de Deus não sofrem sem causa, sem propósito, afinal, todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus (Rm 8.28). Não importa o que você esteja passando, saiba que Deus, em silêncio, está lutando por você. Tenha a certeza de que não há crise que Deus não possa reverter e que os desígnios de Deus não podem ser frustrados, de forma que se você não encontra explicações entenda que o seu Deus é Onipotente e que, no tempo dele, e não no seu, Ele poder reverter o quadro que te assola. Não perca a esperança! Não desanime! Não fique prostrado no meio do caminho! Não entregue os pontos! Levante a cabeça, pois Jesus te ama e Ele quer estar do seu lado na hora mais difícil de sua vida. Que estas palavras te fortaleça e que Deus assim te abençoe! Amém!
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com