domingo, 12 de agosto de 2018

NÃO HÁ OPORTUNIDADE DE DESPEDIDA!


Hoje é o dia dos pais! Grande é a satisfação de reunir a família, comprar presente, dar os parabéns, poder abraçar e beijar ao seu pai, mas nem todos terão este privilégio no dia de hoje. Neste dia comemorativo, passando pelas postagens das redes sociais, é possível notar muitos filhos sem os seus pais, e também pais que ficarão sem o abraço e os parabéns de seus filhos; e todos por uma única realidade: A morte! A morte não fazia parte do plano de Deus para a vida do homem quando este o criou e o colocou no Jardim do Éden. Era para o homem cuidar do Jardim, multiplicar-se e expandir-se por toda a Terra onde viveria eternamente, sem passar pela morte. Mas havia uma regra: E o SENHOR Deus lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás (Gn 2.16,17). Uma árvore, e apenas uma árvore entre todas as demais que havia naquele Jardim, cujo fruto o homem recebeu a ordem de não comer, porque, no dia em que ele comesse tal fruto, certamente ele morreria. O homem não atendeu a ordem de Deus por muito tempo, pois um dia ele comeu do fruto e, conforme lhe fora anunciado, a morte passou a fazer parte de sua existência.
Há pelo menos três coisas que torna a morte sombria: A separação que ela provoca, o desconhecimento do momento de sua chegada e a falta de domínio do homem sobre ela. Estas três coisas assombram o homem e o deixa completamente impotente diante da morte. A separação da morte é cruel! Depois dela não há mais noticias, não há telefone, não há email, não há cartas, nenhuma comunicação entre aquele que se foi com aqueles que ficaram. É uma separação completa e permanente, pelo menos enquanto ainda estivermos por aqui, porque qualquer possibilidade de reencontro somente é possível do outro lado da vida; e ainda assim há muita obscuridade para este momento. Há um total desconhecimento sobre o dia da morte, ninguém pode conseguir uma previsão de quando chegará este dia em sua vida, nem mesmo o doente terminal, que sabe o quanto ela está próxima, mas não sabe o seu dia exato. A morte está totalmente fora do controle do homem. A Bíblia diz: Porque para todo propósito há tempo e modo; porquanto é grande o mal que pesa sobre o homem. Porque este não sabe o que há de suceder; e, como há de ser, ninguém há que lho declare. Não há nenhum homem que tenha domínio sobre o vento para o reter; nem tampouco tem ele poder sobre o dia da morte (Ec 8.6-8). E o Senhor Jesus, falando sobre a vida, indagou àqueles que lhe escutava: Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida (MT 6.27)?
Não há como saber o dia da morte! E neste mistério não há concessões, não há exceção, pois todos nós estamos em pé de igualdade neste mistério! Então, se esta hora está oculta ao homem, não há possibilidade de dizer adeus aos que partem! Os filhos não se despedem dos pais e os pais não se despedem de seus filhos, porque não há possibilidade de despedidas, não há oportunidade para se por as coisas em ordem! Então, se não há possibilidade de dizer adeus, viva cada dia como se fosse o último dia. Quantos que se foram sem ao menos dizer um tchau? Um homem que estava viajando e a cerca de 180 km de sua chegada liga e diz: prepara a janta que estou chegando, chego ainda para o jantar. Pouco depois um acidente de trânsito e ele não chega ao seu destino e nem ao menos naquele telefonema ele pode dizer adeus, porque não sabia que aquela era a última vez que falava com seus queridos. Vi um pai que chega para reconhecer o corpo de seu filho, e ele diz uma frase que nunca vou esquecer: Os filhos são como água, a gente aperta com as mãos, mas eles escapam pelos vãos dos dedos. Aquele filho saiu de casa para voltar logo depois e nem ao menos houve oportunidade para se despedir de seus pais, porque ele não sabia que aquela seria a sua última volta de moto. O dia 11 de setembro de 2001 parecia ser um dia como qualquer outro e as pessoas que trabalhavam nas torres do World Trade Center em Nova York saíram de suas casas com a intenção de logo voltarem para suas famílias, mas esta volta não ocorreu para muitos deles e não houve nem sequer um aviso, um recado para poderem se despedir de seus familiares, isso porque não sabiam que aquele dia seria o último dia de trabalho em suas vidas. Não houve oportunidade para despedidas!
A lição que devemos tirar desta situação é que, se não há possibilidade de dizer adeus devemos viver com nossos queridos como se fosse a última vez que estivéssemos com eles, para que, depois, não fique a triste sensação da falta de despedida. Isso implica em viver em paz todo o tempo, em amar todo o tempo, em perdoar todo o tempo, em ser gentil, amável, cortês em todo o tempo, porque não se sabe quando haverá a interrupção deste tempo. Viver como se fosse a última vez implica em viver cada dia como se fosse o último dia em que estivéssemos juntos, para que depois sobre apenas as doces recordações dos momentos felizes que se passaram juntos, sem remorso, sem arrependimento, sem lamentação, apenas as doces lembranças! Agindo assim, podem não ter a oportunidade de se despedirem, mas aproveitaram ao máximo cada dia que estiveram juntos. Menestrel, de Willian Shakespeare, diz: Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa… por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas; pode ser a última vez que as vejamos.
Digo ainda que se não há possibilidade de dizer adeus, nunca deixe para trás alguma pendência. Vi um dia uma pessoa dizer no caixão de seu ente querido: Temos tantas oportunidades para fazer as coisas de uma forma melhor e de repente elas se acabam. Parece que havia sido deixado para trás alguma pendência. Talvez, agora, havia o desejo de ser mais presente, de expressar aquele carinho que, talvez, a muito não demonstrava, mas não havia mais oportunidade para isso! Já imaginou pai e filho, se em um daqueles dias em que estão vivendo em pé de guerra um contra o outro, de repente Deus chama um de vocês? Sem haver oportunidade para despedidas, para qualquer reconciliação, para um pedido de perdão? Com certeza não será fácil de conviver com o sentimento de que algo mais poderia ter sido feito para que tudo pudesse ter sido diferente. Uma estrela pode estar morta, mas ela ainda pode brilhar no fundo de nossa noite. Assim são as doces recordações de alguém que se foi quando se viveu uma vida que vale a pena viver, uma vida de amor e de ternura, em que houve momentos perfeitos que passaram, mas não se perderam. Melhor viver com saudades do que viver com remorsos!
Termino dizendo que para aqueles que creem em Cristo nunca haverá adeus. Para aqueles que creem em Cristo não importa se não houve oportunidade para despedidas, porque para o cristão não existe o adeus, mas apenas o até logo, porque para o cristão a morte não é o fim da linha, mas o ponto de chegada, o raiar de uma grandiosa eternidade. No decurso da vida, em algum ponto obscuro, a morte nos separa de pessoas queridas sem qualquer aviso. A melhor opção é viver a cada dia como se fosse o último sem deixar para trás nenhuma pendência a ser resolvida, e melhor ainda é crer em Jesus Cristo e andar em seus caminhos, porque sendo assim não precisamos de adeus, pois logo nos encontraremos ao adentrarmos nos portais da eternidade. Que Deus te abençoe e console o seu coração na esperança bendita da eternidade com Jesus Cristo. Amém!
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com

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