João estava exilado na ilha de Patmos quando recebe um chamado de
Deus: Sobe para aqui, e te mostrarei o que deve acontecer depois destas
coisas (Ap 4.1). Isso foi algo maravilhoso e de muita relevância
para a Igreja, pois é graças a este fato inusitado que recebemos, da parte de
Deus, um pequeno prospecto da eternidade e de acontecimentos vindouros. O céu
se abre e João se encontra, em espírito, no Céu. A primeira coisa que ele vê no
Céu é Deus assentado no Trono: Imediatamente, eu me achei em espírito, e eis
armado no céu um trono, e, no trono, alguém sentado; esse que se acha assentado
é semelhante, no aspecto, a pedra de jaspe e de sardônio, e, ao redor do trono,
há um arco-íris semelhante, no aspecto, a esmeralda (Ap 4.1-3). João relata
que ele viu um Trono e assentado neste Trono alguém semelhante a duas pedras
preciosas: jaspe e sardônio. E ao redor do Trono um arco-íris que brilhava como
uma esmeralda. Quando João olha para Deus, ele não consegue descreve-lo com
palavras humanas, isso porque Deus é tão glorioso a ponto de ser indescritível.
Então, João compara Deus e a sua glória com pedras preciosas.
Esta visão confronta a famosa declaração de Nietzsche: Deus está
morto! E ele não é o único ateu que tenta provar que Deus não existe. O debate
sobre a existência ou não de Deus nunca sai de cena e a cada dia que passa a
inexistência de um Deus Único, Soberano, Criador parece ser mais viável neste
mundo que, além de ser tão injusto parece estar desgovernado. Alguns pensam que
Deus não existe, outros acham que Ele morreu, enquanto outros dizem que Ele
simplesmente nos abandonou e nos deixou à mercê do destino. Mas a verdade é que
Deus está vivo, assentado em seu Trono, governando a sua criação, vendo e
registrando todas as coisas que acontecem aqui neste mundo. Um dia Ele quebrará
o seu silêncio e quando isso acontecer a humanidade irá preferir mil vezes a
sua aparente inércia do que a sua terrível manifestação. Deus não é aquele ser
que pode ser questionado em suas ações, Ele simplesmente faz acontecer o que
quer que seja, pois Ele não é limitado em poder e nem pelo tempo, porque para Ele
mil anos é como um dia, e um dia, como mil anos (2 Pd 3.8). E este não é um
assunto para ser discutido, provado pela ciência ou pela razão, mas sim aceito
pela fé, porque a única estrada que nos conduz até Deus é a fé.
Esta visão confronta também o politeísmo. A ordem existente no
Universo deve ser para nós uma evidência da existência de um Criador e que esta
criação é governada por quem a criou e não largada ao caos. Isso só pode ser
possível se houver apenas uma única cabeça no governo, caso contrário a ordem
não existiria, antes, seria como nossos governos terrenos, cada um governando
do seu jeito, com leis sendo revogadas e leis sendo criadas, uma tremenda
bagunça, além de conflitos e guerras. E quando você assiste a um filme dos
deuses gregos percebe-se que existe rivalidade entre eles, e o pior, distorção
de caráter. Deus é um que subsiste em três pessoas e você jamais viu e jamais
verá qualquer rivalidade entre Eles, assim como jamais verá qualquer distorção
do caráter de Deus, pois a Bíblia diz: Deus é luz, e não há nele treva
nenhuma (1 Jo 1.5). João viu um único Trono, porque há apenas um único
Trono que governa e somente um é digno de estar assentado neste Trono. E este
que está assentado no Trono desafia aos demais deuses criados pelos humanos: A
quem, pois, me comparareis para que eu lhe seja igual? — diz o Santo
(Is 40.25). Com quem comparareis a Deus? Ou que coisa
semelhante confrontareis com ele (Is 40.18)?
Deus é incomparável. Ele jamais poderá ser medido em poder e
glória. Ele jamais poderá ser definido em sua personalidade. O que pode ser feito
é o que João fez, comparar seu aspecto a algo que conhecemos, não que Deus seja
igual, pelo contrário, Ele é superior a qualquer aspecto que o assemelhamos,
contudo, precisamos de uma linguagem humana para poder descrever alguma coisa
de seu poder e glória. Nossas palavras a Ele devem ser como a do salmista: Quão
grandes, Senhor, são as tuas obras! Os teus pensamentos, que
profundos (Sl 92.5)! E quanto à sua existência devemos ter a mesma
convicção do salmista: Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha
cama no mais profundo abismo, lá estás também (Sl 139.8). Nossos
pensamentos quanto ao Senhor devem ser como os de Paulo: Quem, pois,
conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro? Ou quem primeiro deu
a ele para que lhe venha a ser restituído? Porque dele, e por meio dele, e para
ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém (Rm
11.34-36)! Deus é Bendito e único Soberano, o Rei dos reis e Senhor dos
senhores; o único que possui imortalidade, que habita em luz inacessível, a
quem homem algum jamais viu, nem é capaz de ver. A ele honra e poder eterno.
Amém (1 Tm 6.15-16)! Sua opinião quanto a Deus em nada afeta a Ele, pelo
contrário, ela se volta para ti mesmo, a favor ou contra, depende do que você
acha de Deus. Quanto a mim, faço das minhas palavras as mesmas de Paulo: Assim,
ao Rei eterno, imortal, invisível, Deus único, honra e glória pelos séculos dos
séculos. Amém (1 Tm 1.17)!
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com