Já parou para pensar o quanto
nossa geração contemporânea é fraca e frágil? Geração esta composta de pessoas
completamente egoístas e extremamente rebeldes. São pessoas magoadas porque não
recebem a atenção que desejam; pessoas revoltadas porque não tem o padrão de
vida que satisfaça seus caprichos; pessoas machucadas porque em algum momento
foram contrariadas. O egoísmo e a rebeldia são tão intensos que chegam a
alcançar o relacionamento com Deus. Muitos não seguem ao Senhor por não
concordarem com seu agir, por achar que Deus é imperfeito, errado e injusto em
seu governo, pois não conseguem conciliar o amor de Deus com as tragédias deste
mundo e de suas vidas. Encontramos isso também no meio da Igreja, onde pessoas
se encontram magoadas e revoltadas com Deus por não obterem as respostas de suas
orações adequadas aos seus anseios. Com isso podemos questionar: Qual legado
esta geração estará deixando para a humanidade?
Voltando nossa atenção para a
geração da Igreja Primitiva, o que seria de nós hoje sem o legado que eles
deixaram? O que teria acontecido com o Evangelho se eles não tivessem sido
fortes e corajosos? O que teriam deixado para as gerações futuras se tivessem
sido pessoas sensíveis? Se tivessem permitido que as mágoas e os traumas
tirassem deles a razão de viver? E o que aconteceu na vida destas pessoas tão
preciosas? Eles viram surgir Jesus Cristo, um homem diferente, com mensagens
maravilhosas e consoladoras, com mãos poderosas que realizavam milagres, mas
que de repente caiu nas mãos das autoridades e fora morto. Isso era motivo mais
do que suficiente para ignorarem e se esquecerem de tudo que este homem havia
dito e feito. Mas de repente, sem nenhuma explicação plausível, algumas pessoas
creem neste homem que ressuscitou e começam a testemunhar a transformação que
Jesus realizou em suas vidas.
Já parou para pensar nas
expectativas destas pessoas? Sentiram-se tão maravilhados com o milagre que
aconteceu em suas vidas que não conseguiam se calar e falavam para outras
pessoas na esperança delas ouvirem e acontecer com elas o mesmo milagre que
lhes acontecera. Mas o que aconteceu? Não foram somente rejeitados pela
sociedade, foram também perseguidos e maltratados. Eram jogados nas arenas para
serem devorados pelas feras, eles eram decapitados, queimados vivos em
fogueiras, crucificados; os mais privilegiados eram açoitados em praças
públicas, presos e esquecidos nas masmorras romanas. Estas pessoas opinaram não
ser covardes, mas corajosos. Resolveram não viver magoados, traumatizados, mas
honrados pela oportunidade de terem sido injustiçados como fora Jesus Cristo,
seu Mestre e Senhor que lhes disse: Bem-aventurados
os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.
Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos
perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós (Mt 5.10,11).
Quando consideramos o legado da
Igreja primitiva temos a oportunidade de vislumbrar irmãos preciosos que eram
fervorosos na comunhão, mas não tem como não imaginá-los na arena sendo
devorados pelas feras, encharcando a terra com seus sangues, servindo de
espetáculo para um público ávido por sangue. Contudo, deixavam seus
expectadores atônitos, pois seus rostos não expressavam desespero e nem
revolta, antes, expressavam alegria e louvor, sentindo-se honrados por serem
injustiçados como o fora seu Senhor. Partiam deste mundo de forma cruel e
injusta, mas com expressão de louvor, pois tinham a convicção das promessas que
Jesus lhes fizera, da imortalidade de suas almas e do destino para onde elas estavam
indo: O Reino de Deus. Eles sabiam que suas mortes não eram prejuízo para Deus
que diz: Preciosa é aos olhos do Senhor a
morte dos seus santos (Sl 116.15).
Assim foi semeado o Evangelho e
dessa forma chegou até nós. Portanto, somos frutos de sementes semeadas no
sangue daqueles que não hesitaram em morrer para manter a expansão do
Evangelho. Irmãos que tiveram coragem de enfrentar as prisões, os açoites, as
arenas e até mesmo a própria morte em nome da fé. Nenhum deles pensou em ser
covarde, nenhum deles partiu revoltado com Deus, nem um deles partiu lamuriando,
porque morriam por amor àquele que lhes amou primeiro. Eram firmes nas promessas
de Jesus Cristo de que, quem fosse fiel até à morte, teria a coroa da vida.
Ainda hoje, na Igreja Perseguida, os que abraçam a fé enfrentam prisões e até
mesmo a própria morte por isso. Suas famílias não têm acesso à educação e a
saúde, não têm oportunidades de empregos e perdem os direitos sobre seus bens.
Contudo, nem por isso negam a fé e nem seguem ao Senhor com melancolia, antes,
seguem ao Senhor com ousadia e coragem. Não despreze a fé e o Evangelho que
chegou até nós através de irmãos sangrando. Não seja covarde e nem fraco diante
das adversidades. Que Deus assim te abençoe! Amém!
Luiz Lobianco
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