1 Vi
ainda todas as opressões que se fazem debaixo do sol: vi as lágrimas dos que
foram oprimidos, sem que ninguém os consolasse; vi a violência na mão dos
opressores, sem que ninguém consolasse os oprimidos.
2 Pelo
que tenho por mais felizes os que já morreram, mais do que os que ainda vivem;
3 porém mais que uns e outros tenho por feliz
aquele que ainda não nasceu e não viu as más obras que se fazem debaixo do sol (Ec
4.1-3).
Hoje
quero refletir no texto que diz: Porque
sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora
(Rm 8.22). Quando penso no sofrimento da humanidade, nas pessoas que
choram e que tanto sofrem me vem ao coração o clamor: Maranata! Vem Senhor
Jesus! Porque somente com a vinda de Cristo que deixaremos de chorar e de
ver pessoas passando por agonias sem fim neste mundo. A Queda do homem é a
origem e causa de seu sofrimento, a qual desencadeou muitas razões para tanta
aflição neste mundo. O desequilíbrio social é uma delas e tem sido uma das que
mais tem afligido a humanidade. Quando olhamos para este mal, dificilmente
deixamos de pensar que parece haver tremenda injustiça da parte de Deus pela
forma como uns são favorecidos com tanto enquanto que outros são penalizados
por possuírem tão pouco ou até mesmo quase nada. Não é fácil ver tanta fartura
na mesa de uns e tanta escassez, fome e miséria na mesa de outros. Entretanto, esta
desigualdade não é culpa de Deus, mas do próprio homem que fez sua escolha lá
no Jardim do Éden. Tanto Adão como Eva eram completos quando viviam no Jardim,
nada lhes faltavam e nenhum deles era melhor que o outro e nem um possuía mais
que o outro. Esta igualdade acabou quando desobedeceram a Deus. Ao serem
expulsos do Éden por causa do pecado, a igualdade entre ambos já não era a
mesma, pois Deus já havia colocado restrições à mulher em relação ao homem. A
partir daí a desigualdade no mundo só cresceu e oprime a humanidade até hoje.
Outro
fator que contribui para aumentar a aflição no mundo é o egoísmo da natureza
humana. Cada um pensa somente em si próprio e está preocupado tão somente com
seu bel prazer. Apesar de esse pensar em si próprio estar presente em todos os
tempos da história da humanidade, nos dias de hoje o vemos muito mais
acentuado. Isso não deve nos deixar surpresos porque Paulo, falando sobre os
últimos dias, disse: Pois os homens
serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores,
desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes (2 Tm 3.2). Paulo
descreve aqui um panorama geral dos dias de hoje. Este egoísmo do homem oprime
seu próximo e faz as pessoas não se preocuparem com a dor alheia, de forma que
as lágrimas dos oprimidos refletem a falta de amor, compaixão e misericórdia
existente entre os seres humanos. Na maior aflição de minha vida, uma pessoa
muito querida me disse: Não se abate
por causa das pessoas porque ninguém está nem aí para você. E é isso
mesmo que acontece por aí, pois poucos se importam com suas lágrimas, com seu
sofrimento, com sua dor, com sua aflição.
A
última coisa que espalha angústia e sofrimento entre as pessoas é a violência
do homem. É impressionante a insensibilidade do homem quanto à dor de seu próximo.
É triste de ver a capacidade do homem de maltratar e até mesmo matar àquele que
lhe pede por clemência e misericórdia. Desde Caim a violência acompanha a
humanidade de forma que desde lá sempre houve violência sobre a terra, mas
parece que nunca de uma forma tão intensa e abrangedora como nos dias de hoje.
Foi o tempo em que o homem tinha medo apenas das guerras e das tragédias da
natureza. Hoje, seu maior medo é o próprio homem e este pavor nos faz sentir
totalmente desprotegidos e prisioneiros dentro de nossa própria casa, mas o
pavor da violência somente dominará nossas vidas se o permitirmos. O ponto de
partida para uma sociedade não violenta é o exercício da solidariedade e da
empatia, que é quando sentimos a dor do outro como se fosse a nossa.
Salomão
fala das opressões e injustiças que há debaixo do sol: Vi ainda todas as opressões que se fazem debaixo do sol: vi as lágrimas
dos que foram oprimidos, sem que ninguém os consolasse; vi a violência na mão
dos opressores, sem que ninguém consolasse os oprimidos (Ec 4.1). Ele diz
que os oprimidos não eram consolados, que não havia paz para os aflitos. Quando
lemos o Evangelho, vemos que foi para este fim que Jesus
Cristo veio ao mundo, para consolar e amparar os aflitos. Sua missão era
quebrar as cadeias da opressão do pecado e libertar o homem de sua escravidão,
oferecendo-lhe a vida eterna. Jesus se tornou o consolador da humanidade e traz
a esperança de que o poder dos opressores um dia será quebrado. Suas palavras
são como bálsamo para o coração aflito: Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos
aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, porque sou manso e
humilde de coração, e encontrareis descanso para vossas almas. Pois o meu jugo
é suave e o meu fardo é leve (Mt 11:28-30). As palavras de Jesus
trazem a certeza de que há repouso em seus braços de amor, que há consolo na
aflição, que há conforto na opressão. Ainda que o poder do inimigo pareça
destruidor, nós podemos ter a certeza de que no Calvário a vitória já foi
garantida. Portanto, meu amigo, se você está amargurado e aflito, Jesus pode
aliviar a sua alma e te trazer paz e descanso. Se você se sente oprimido por
alguma coisa, ou por alguém, levante os seus olhos para o alto, coloque o
joelho no chão, e clame àquele que pode te consolar, que pode te guiar, que
pode te salvar e te dar descanso, alívio e paz. Que o poder revigorador de
Jesus Cristo tome conta da sua vida nesta hora e para sempre! Amém!
Luiz
Lobianco
luizlobianco@hotmail.com
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