quarta-feira, 14 de outubro de 2009

CONSOLO PARA OS OPRIMIDOS

1  Vi ainda todas as opressões que se fazem debaixo do sol: vi as lágrimas dos que foram oprimidos, sem que ninguém os consolasse; vi a violência na mão dos opressores, sem que ninguém consolasse os oprimidos.
2  Pelo que tenho por mais felizes os que já morreram, mais do que os que ainda vivem;
3  porém mais que uns e outros tenho por feliz aquele que ainda não nasceu e não viu as más obras que se fazem debaixo do sol (Ec 4.1-3).
Hoje quero refletir no texto que diz: Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora (Rm 8.22). Quando penso no sofrimento da humanidade, nas pessoas que choram e que tanto sofrem me vem ao coração o clamor: Maranata! Vem Senhor Jesus! Porque somente com a vinda de Cristo que deixaremos de chorar e de ver pessoas passando por agonias sem fim neste mundo. A Queda do homem é a origem e causa de seu sofrimento, a qual desencadeou muitas razões para tanta aflição neste mundo. O desequilíbrio social é uma delas e tem sido uma das que mais tem afligido a humanidade. Quando olhamos para este mal, dificilmente deixamos de pensar que parece haver tremenda injustiça da parte de Deus pela forma como uns são favorecidos com tanto enquanto que outros são penalizados por possuírem tão pouco ou até mesmo quase nada. Não é fácil ver tanta fartura na mesa de uns e tanta escassez, fome e miséria na mesa de outros. Entretanto, esta desigualdade não é culpa de Deus, mas do próprio homem que fez sua escolha lá no Jardim do Éden. Tanto Adão como Eva eram completos quando viviam no Jardim, nada lhes faltavam e nenhum deles era melhor que o outro e nem um possuía mais que o outro. Esta igualdade acabou quando desobedeceram a Deus. Ao serem expulsos do Éden por causa do pecado, a igualdade entre ambos já não era a mesma, pois Deus já havia colocado restrições à mulher em relação ao homem. A partir daí a desigualdade no mundo só cresceu e oprime a humanidade até hoje.
Outro fator que contribui para aumentar a aflição no mundo é o egoísmo da natureza humana. Cada um pensa somente em si próprio e está preocupado tão somente com seu bel prazer. Apesar de esse pensar em si próprio estar presente em todos os tempos da história da humanidade, nos dias de hoje o vemos muito mais acentuado. Isso não deve nos deixar surpresos porque Paulo, falando sobre os últimos dias, disse: Pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes (2 Tm 3.2). Paulo descreve aqui um panorama geral dos dias de hoje. Este egoísmo do homem oprime seu próximo e faz as pessoas não se preocuparem com a dor alheia, de forma que as lágrimas dos oprimidos refletem a falta de amor, compaixão e misericórdia existente entre os seres humanos. Na maior aflição de minha vida, uma pessoa muito querida me disse: Não se abate por causa das pessoas porque ninguém está nem aí para você. E é isso mesmo que acontece por aí, pois poucos se importam com suas lágrimas, com seu sofrimento, com sua dor, com sua aflição.
A última coisa que espalha angústia e sofrimento entre as pessoas é a violência do homem. É impressionante a insensibilidade do homem quanto à dor de seu próximo. É triste de ver a capacidade do homem de maltratar e até mesmo matar àquele que lhe pede por clemência e misericórdia. Desde Caim a violência acompanha a humanidade de forma que desde lá sempre houve violência sobre a terra, mas parece que nunca de uma forma tão intensa e abrangedora como nos dias de hoje. Foi o tempo em que o homem tinha medo apenas das guerras e das tragédias da natureza. Hoje, seu maior medo é o próprio homem e este pavor nos faz sentir totalmente desprotegidos e prisioneiros dentro de nossa própria casa, mas o pavor da violência somente dominará nossas vidas se o permitirmos. O ponto de partida para uma sociedade não violenta é o exercício da solidariedade e da empatia, que é quando sentimos a dor do outro como se fosse a nossa.
Salomão fala das opressões e injustiças que há debaixo do sol: Vi ainda todas as opressões que se fazem debaixo do sol: vi as lágrimas dos que foram oprimidos, sem que ninguém os consolasse; vi a violência na mão dos opressores, sem que ninguém consolasse os oprimidos (Ec 4.1). Ele diz que os oprimidos não eram consolados, que não havia paz para os aflitos. Quando lemos o Evangelho, vemos que foi para este fim que Jesus Cristo veio ao mundo, para consolar e amparar os aflitos. Sua missão era quebrar as cadeias da opressão do pecado e libertar o homem de sua escravidão, oferecendo-lhe a vida eterna. Jesus se tornou o consolador da humanidade e traz a esperança de que o poder dos opressores um dia será quebrado. Suas palavras são como bálsamo para o coração aflito: Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para vossas almas. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve (Mt 11:28-30). As palavras de Jesus trazem a certeza de que há repouso em seus braços de amor, que há consolo na aflição, que há conforto na opressão. Ainda que o poder do inimigo pareça destruidor, nós podemos ter a certeza de que no Calvário a vitória já foi garantida. Portanto, meu amigo, se você está amargurado e aflito, Jesus pode aliviar a sua alma e te trazer paz e descanso. Se você se sente oprimido por alguma coisa, ou por alguém, levante os seus olhos para o alto, coloque o joelho no chão, e clame àquele que pode te consolar, que pode te guiar, que pode te salvar e te dar descanso, alívio e paz. Que o poder revigorador de Jesus Cristo tome conta da sua vida nesta hora e para sempre! Amém!
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com

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