1 Então, me mostrou o rio da água da vida,
brilhante como cristal, que sai do trono de Deus e do Cordeiro.
2 No
meio da sua praça, de uma e outra margem do rio, está a árvore da vida, que
produz doze frutos, dando o seu fruto de mês em mês, e as folhas da árvore são
para a cura dos povos.
3 Nunca mais haverá qualquer maldição. Nela,
estará o trono de Deus e do Cordeiro. Os seus servos o servirão,
4 contemplarão a sua face, e na sua fronte está
o nome dele.
5 Então, já não haverá noite, nem precisam eles
de luz de candeia, nem da luz do sol, porque o Senhor Deus brilhará sobre eles,
e reinarão pelos séculos dos séculos (Ap 22.1-5).
Nossa jornada neste mundo não é nada fácil!
Ao longo dela, não somente presenciamos tantos choros e sofrimentos na vida de
tantas pessoas, como também, muitas vezes, eles fazem parte de nossa vida.
Tanto isso é realidade que Paulo chega a dizer: Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta
angústias até agora (Rm 8.22). E ele não exclui os filhos de Deus desse
sofrimento sufocante, pois continua: E
não somente ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente
gememos em nosso íntimo (Rm 8.23). Fato é que, desde a Queda do homem lá no
Éden, este mundo já presenciou sofrimentos inimagináveis. Se houvesse uma taça
a ser preenchida com o sofrimento do mundo poderíamos dizer, com certeza, que
esta taça já teria transbordado a muito tempo, mas quando lembramos que todo
este sofrimento somente terá fim com a volta de Cristo sujeitamo-nos à certeza
de que há muito ainda para esta taça derramar. E quando, especificamente,
estudamos a grande tribulação pela qual a Igreja e o mundo ainda irão passar,
tudo que podemos fazer é nos colocar nas mãos de um Deus terno e misericordioso,
que permite o choro e o sofrimento, mas que sempre está perto para enxugar as
lágrimas e consolar aos aflitos. Este Deus, ao falar desta grande tribulação,
afirmou: Porque nesse tempo haverá grande
tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido e nem
haverá jamais (Mt 24.21). Se as coisas hoje estão difíceis, tais palavras
nos faz refletir em como ficarão elas quando chegar o que ainda há de vir. Deus
é aquele General Soberano que permite que coisas ruins aconteçam, mas seus
filhos sempre estão em sua mente e em seu coração, de forma que Ele também
declarou: Não tivessem aqueles dias sido
abreviados, ninguém seria salvo; mas, por causa dos escolhidos, tais dias serão
abreviados (Mt 24.22). Ele é o Deus amoroso que, nas dificuldades, sempre
providencia uma válvula de escape para seus filhos.
Há muitas razões para tanto sofrimento neste
mundo. Sabemos que a origem de toda esta angústia é o pecado, e por causa dele
a maldade do homem parece não ter limites. Sabemos que uma criança é inocente,
mas esta mesma criança, em sua inocência, é capaz de beliscar outra criança com
a qual está brincando até ao ponto de fazê-la sangrar, gritar e chorar, e ainda
assiste a tudo sem o mínimo de ressentimento no mais puro egoísmo. A maldade
está presente em nós desde pequenos e quando crescemos esta maldade toma
proporções incalculáveis e, em alguns, ela parece ser a personificação do mal,
dos quais podemos citar Calígula, o imperador Nero, Adolf Hitler, Josef Stalin
e muitos outros. Estes homens foram responsáveis pelo sofrimento e angústia de
milhões e milhões de pessoas, sem contar que ainda executaram, injustamente,
outras milhões delas. Por causa de homens assim é que há tantas guerras neste
mundo e nada trás mais angústia e sofrimento na vida do homem do que as
guerras.
O
fato de estar falando tudo isso é para citar um texto de Isaias que diz: Pois eis que eu crio novos céus e nova
terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, jamais haverá memória delas
(Is 65.17). Deus está dizendo que ira criar tudo novamente. Se Ele está dizendo
isso é porque tudo o que há hoje será um dia destruído. Não me impressiona o
fato de Deus criar a tudo novamente, pois Ele é o Criador e pode destruir a
tudo e reconstruir a quantas vezes Ele quiser. O que me impressiona é o fato de
Deus afirmar que, nesta nova criação, não haverá lembranças das coisas que hoje
vivemos. Como esquecer tanta angústia e sofrimento? Como esquecer tantas
guerras? Como esquecer tanto genocídio? Como esquecer tanta fome? Como esquecer
o reinado de tantos déspotas? Dizem que o tempo é o melhor remédio para curar
as feridas. O tempo nos faz transpor os traumas da vida, nos conduz ao perdão
das ofensas, nos faz esquecer as lágrimas vertidas. E qual será o tempo que
teremos para esquecer as mazelas dessa vida? A eternidade! Difícil definir a
eternidade, vamos apenas ficar na definição de que ela jamais terá fim, ou
seja, teremos todo o tempo para esquecer as coisas horríveis pelas quais
passamos e aconteceram neste mundo.
A
imortalidade é o sonho da humanidade, mas como almejar vida eterna em meio a
tanta crueldade e selvageria? Presenciar e viver a tudo isso pelo período de
cerda de 80 anos já é um peso tão grande, imagine conviver com estas mazelas
para sempre? Até nisso podemos ver a magnitude de Deus, que permitiu a Queda e
a entrada do pecado e, consequentemente, do sofrimento no mundo, mas
estabeleceu um limite para que nossos olhos os contemplassem e, em seu infindo
amor, nos dá toda a eternidade para nos esquecer deles. Claro que as condições
em que viveremos a eternidade é fundamental para o esquecimento das nossas
angústias e traumas, mas este é assunto para o próximo texto. Entretanto, se
você está cansado deste mundo, se você não suporta mais ver tantas pessoas
chorarem ou se seus olhos já se cansaram de suas próprias lágrimas, pense na
eternidade, em como será maravilhoso ter a oportunidade de, finalmente, fazer
parte de uma história em que termina com o “feliz para sempre”, pois é assim
que termina a história dos filhos de Deus. Faça parte
desta história! Prepare o teu coração para entrar na eternidade! Prepare a tua
vida para curtir a eternidade! Pense nisso!
Luiz
Lobianco
luizlobianco@hotmail.com