segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

AS ALMAS DEBAIXO DO ALTAR

Apocalipse tem uma passagem que aguça a esperança cristã. Ela diz: Quando ele abriu o quinto selo, vi, debaixo do altar, as almas daqueles que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que sustentavam.  Clamaram em grande voz, dizendo: Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? Então, a cada um deles foi dada uma vestidura branca, e lhes disseram que repousassem ainda por pouco tempo, até que também se completasse o número dos seus conservos e seus irmãos que iam ser mortos como igualmente eles foram (Ap 6.9-11). Este é o Quinto Selo. Ele fala do lamento dos mártires da fé cristã. Ele aborda o martírio dos cristãos que foram e são perseguidos, que passaram e que são torturados pelo simples fato de amarem a Jesus Cristo, que foram e são mortos por causa de Cristo, e cujas almas suplicam o juízo de Deus contra aqueles que martirizaram e ainda martirizam os cristãos. O objetivo desta visão não é de demonstrar a imortalidade da alma, a consciência da alma após a morte ou a presença da alma no céu após a morte, apesar de o poder fazer muito bem, mas o objetivo desta visão é mostrar que Deus não deixará impune àqueles que martirizaram aos seus filhos.
Muitos focam nesta visão coisas sem importância. Criticam por verem almas clamando no céu, como que presas, enquanto que o céu é um lugar de descanso, criticam por verem almas serem vestidas, enquanto que alma não tem corpo, mas se esquecem de focar na mensagem que Jesus queria transmitir à Igreja. E por que Jesus, naquele momento, queria transmitir esta mensagem à Sua Igreja? Com que finalidade Jesus revelou esta visão ao seu servo João? Ele fez isso porque a Igreja estava sendo perseguida e martirizada. Milhares de cristão estavam sendo mortos em prisões e arenas. Eles não estavam precisando ver almas no céu, nem almas serem vestidas de vestiduras brancas, antes, eles precisavam de consolo e de fortalecimento para que pudessem persistir até o fim, mesmo que isso lhes custasse a própria vida. O que eles precisavam era de esperança! Eles precisavam saber que, estes que hoje os levam aos tribunais, serão os mesmos que estarão diante do tribunal de Deus no futuro, mas não mais como acusadores, e sim como réus, culpados pelo sangue dos inocentes mártires, e que nenhum tribunal, ou juiz, ou advogado poderão lhes livrar da sentença, da condenação de perecerem no inferno pelo assassinato dos cristãos.
E quem são estas almas? Estas almas debaixo do altar são as almas de um grupo específico de pessoas. Estas almas não são todas as almas que estão no céu. Há outro texto de Apocalipse em que, ali sim, fala de todas as almas no céu: Depois destas coisas, vi, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos; e clamavam em grande voz, dizendo: Ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação (Ap 7.9,10). Estes também estão de vestiduras brancas e também estão clamando em grande voz. Estes sim são todos os remidos do Senhor. As de Apocalipse seis trata-se de um grupo específico de almas, que são aqueles que foram mortos por causa do Evangelho, por causa do seu testemunho, por causa do nome de Jesus Cristo, por causa da sua fé. Foram mortos porque creram e amaram a Palavra de Deus até mesmo acima de suas próprias vidas. E mais, foram mortos por causa de seu testemunho, ou seja, não se calaram diante do mundo e nem diante de seus inimigos, não guardaram em segredo a sua fé, não foram cristãos secretos; testemunharam mesmo sabendo que seriam mortos por isso.
Este grupo específico é mencionado mais uma vez em Apocalipse, agora no capítulo vinte: Vi também tronos, e nestes sentaram-se aqueles aos quais foi dada autoridade de julgar. Vi ainda as almas dos decapitados por causa do testemunho de Jesus, bem como por causa da palavra de Deus, tantos quantos não adoraram a besta, nem tampouco a sua imagem, e não receberam a marca na fronte e na mão; e viveram e reinaram com Cristo durante mil anos (Ap 20.4). Este texto está falando do milênio. Não vou entrar nesta questão, pois não é pertinente ao nosso tema, mas quero destacar o principal, aquilo não está em sentido figurado: E VIVERAM E REINARAM COM CRISTO. É nisso que temos que focar na visão, o privilégio de viver e reinar com Cristo, não por apenas mil anos, mas por toda a eternidade.
Esta era a mensagem que Jesus queria transmitir para a Sua Igreja. No momento ela estava sendo perseguida, desprezada, maltratada, pisoteada, negligenciada, mas que ela nasceu para vencer, porque as portas do inferno jamais prevalecerão sobre ela e por isso ela já é vitoriosa! É difícil imaginar a vitória quando se está perdendo, porque quando plantamos nossos olhos na Igreja neste mundo tudo que vemos é uma aparente derrota, mas quando olhamos para a Igreja glorificada no céu podemos contemplar todo o esplendor de sua glória. Portanto, meu querido irmão ou irmã, não desanime. Não se incomode de aqui vermos o mundo e suas ideologias prevalecerem, porque lá no céu, os que hoje escancaram a boca para proclamarem suas ideologias perniciosas, amanhã se calarão diante do Supremo Juiz. Que Deus assim nos abençoe e nos fortaleça a cada dia!
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com


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