sábado, 14 de julho de 2018

UM VASO NAS MÃOS DO OLEIRO: A FRAGILIDADE DO VASO


Estamos falando de como somos vasos nas mãos de Deus, nos baseando no episódio em que o profeta Jeremias vai até a casa de um oleiro e observa ele fazer um vaso de barro. Vimos do valor da obediência para ouvirmos a voz de Deus e de como somos moldados em suas mãos em nosso viver, que conforme o seu querer e o seu agir em nossas vidas vai aperfeiçoando nosso caráter. Também vimos que ainda somos uma obra inacabada nas mãos de Deus, pois o Senhor transforma nossa vida até ao nosso último suspiro. Hoje vamos falar da fragilidade do vaso, da forma como somos frágeis e podemos nos quebrar nas mãos do oleiro. O texto de Jeremias diz: Como o vaso que o oleiro fazia de barro se lhe estragou na mão... (Je 18.4). O texto não informa o que causou a quebra do vaso, simplesmente diz que ele se quebrou nas mãos do oleiro. Não se sabe como, mas o vaso em construção quebrou-se! Felizmente, o vaso quebrou-se nas mãos daquele que sabe refazer o que está quebrado, porque o oleiro toma aquele mesmo barro e torna a fazer outro vaso, agora perfeito! Isso nos ensina uma lição muito preciosa: A vida pode nos quebrar, mas quando nos quebramos nas mãos de Deus, Ele pode refazer tudo novamente.
Apesar do ser humano se sentir forte e poderoso pelo fato de ter sido criado de forma privilegiada ante aos demais seres vivos, por ser ele um animal racional, a sua fragilidade é notória diante das dificuldades da vida. Nos momentos de tribulações a sua fortaleza cai por terra e tudo aquilo que parecia tão sólido resume-se a cinzas. Nestes momentos ele percebe a sua pequenez, a sua incapacidade, a sua incompetência diante das mazelas da vida. Na verdade o homem é um ser completamente insignificante comparado à grandeza de Deus. O salmista confirma isso quando diz: Fizeste-o, no entanto, por um pouco, menor do que Deus e de glória e de honra o coroaste. Deste-lhe domínio sobre as obras da tua mão e sob seus pés tudo lhe puseste: ovelhas e bois, todos, e também os animais do campo; as aves do céu, e os peixes do mar, e tudo o que percorre as sendas dos mares (Sl  8.5-8). E por causa de sua insignificância a soberba humana é descrita na Bíblia como algo meramente vã, em que as atitudes orgulhosas do ser humano são comparadas a correr atrás do vento. Portanto, para a sua realização, é extremamente necessário que o homem esteja consciente de que não consegue ultrapassar os seus limites, não consegue ir além daquilo que Deus lhe estabeleceu.
No decorrer da vida passamos por muitos momentos difíceis, em que nos sentimos quebrados, estraçalhados, acabados. Momentos em que as nuvens, que antes nos faziam sombras e nos protegiam do calor do deserto, agora se transformam em densas tempestades. Momentos que, de tão repentino que chegam, nos faz pensar que passamos do epílogo ao capítulo final de nossa vida. Pode ser o desemprego que afetou a instabilidade da família, uma crise financeira que se estabelece e coloca a todos em pé de guerra, a separação conjugal que sempre causa grandes transtornos, o rompimento de um relacionamento que parecia instável, uma depressão profunda que se abate de repente, a perda de um ente querido que causa tanta tristeza e pesar, uma enfermidade que surge e muda a rotina, uma tragédia repentina, um mergulho no deserto emocional por razão conhecida ou desconhecida. E quando isso acontece nos sentimos como o próprio vaso quebrado nas mãos do oleiro. Então, tentamos consertar a nós mesmos, até descobrirmos que não podemos fazer nada, que somos incompetentes para esta reconstrução. E esta percepção de incapacidade é o começo da mudança, da volta por cima, do revés da vida, da reconstrução do vaso pelo oleiro.
Somos um vaso muito frágil! Podemos nos quebrar sim e isso é inevitável! Mas a consequência da quebra, de permanecer quebrado ou ser reconstruído depende da atitude que tomamos diante da tragédia e do oleiro. O ser humano, diante da fragilidade humana, precisa saber que se faz necessário a intensificação de sua fé. É claro que diante de prazeres e orgulhos da vida muita gente ignora a Deus, se acha autossuficiente, mas nos momentos de queda procuram-no querendo verdadeiros milagres, acreditando que Deus é somente um resolvedor de problemas; resolvido a questão volta a sua vida mesquinha e se esquece de Deus, até que seja quebrado novamente. Então, o que somos nós neste mundo? Seres frágeis! Seres frágeis em busca de algo que nem sempre sabemos o que é. Procuramos a felicidade, procuramos a prosperidade, procuramos o sucesso, procuramos a fama, nos cercamos de cuidados e, às vezes, nos esquecemos de cuidar daquilo de mais precioso que trazemos conosco que é a nossa alma. Por isso devemos nos questionar sempre: Será que o que estou fazendo hoje vai me deixar plenamente livre e limpo para gozar da presença de Deus quando o meu dia chegar? O que responderei a Deus ao ser indagado sobre o que fiz dos meus dias aqui nesta terra? Afinal, o maior motivo de sermos quebrados á a reflexão que tal tragédia provoca, porque é nas mazelas da vida que conseguimos refletir na vida e em Deus. Que Ele nos abençoe para que nestes momentos venhamos a identificar os erros e corrigi-los, de forma que, ao sermos reconstruídos, o novo vaso seja melhor do que aquele que se quebrou. Se isso não ocorrer a quebra do vaso e o trabalho do oleiro de reconstruí-lo terá sido em vão! E isso pode levar ao oleiro a começar o processo tudo novamente! Pense nisso!
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com

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