É sábia
a escolha do povo? Ela é sensata? Há bom senso em suas escolhas? Ela passa pelo
crivo da prudência? Ela é fruto de uma ponderação criteriosa? Ela está alinhada
aos princípios de Deus? Quando olhamos para a História vemos que não! Quando
havia apenas duas pessoas na Terra ambas fizeram a escolha errada e totalmente
desalinhada com Deus. Foi o que aconteceu com Adão e Eva e todos nós vivemos
até hoje as suas consequências! Depois, enquanto Noé pregava o dilúvio, toda a
comunidade zombava dele e desprezaram a oportunidade que lhes era oferecida,
pois decidiram desprezar o que Noé falava e trágicas foram as consequências
dessa escolha. Não foi diferente com Moisés! Nas primeiras pragas o povo se
motivou, mas quando faraó endureceu e aumentou o rigor sobre eles, o povo se
voltou contra Moisés. Pacientemente, Deus ignorou a rebeldia do povo e
prosseguiu em sua libertação. Mas mesmo depois de serem libertados pela mão
poderosa de Deus o povo não conseguia permanecer em seus princípios. Surgem
inimigos? Insurgem-se contra Moisés e Deus! Faltou água? Voltam-se contra
Moisés e Deus! Faltou comida? Rebelam-se contra Moisés e Deus! Quem conhece a
história sabe muito bem das consequências destas rebeliões. Foram tantas as
rebeldias que em determinado momento Deus queria aniquilar o povo e ficar
apenas com Moisés e fazer dele uma nova geração. Ele já havia feito isso com
Noé e sua família! Mas, pela intercessão de Moisés, Deus muda da ideia de
aniquilar aquele povo, mas somente permitiu a entrada do povo na terra
prometida quando todos estes morreram no deserto. Que trágica consequência!
Esta penalidade pela rebeldia do povo demorou 40 anos para ser totalmente
cumprida. Em todo este tempo o povo e seus filhos que futuramente iriam entrar
na terra prometida viveu andarilho em um deserto, fruto de suas escolhas.
Depois
da posse da terra prometida Deus estava governando o povo através de seus
profetas e juízes. Mas o povo chega para Samuel, que governava o povo por
intermédio de Deus, e exige um rei para governá-los. Samuel se entristece
profundamente, mas Deus lhe consola quando lhe diz: Disse o Senhor a Samuel: Atende à voz do povo em tudo quanto te diz, POIS NÃO TE REJEITOU A TI, MAS A MIM, PARA
EU NÃO REINAR SOBRE ELE (1
Sm 8.7). Mesmo indignado e
rejeitado Deus atendeu ao povo e lhe escolheu um rei: Saul! Foi tão trágico o
seu reinado que em determinado momento Samuel o procurou e lhe disse: Porque a rebelião é como o pecado de
feitiçaria, e a obstinação é como a idolatria e culto a ídolos do lar. Visto que rejeitaste a palavra do Senhor,
ele também te rejeitou a ti, para que não sejas rei. Então, disse Saul a
Samuel: Pequei, pois transgredi o mandamento do Senhor e as tuas palavras; PORQUE TEMI O POVO E DEI OUVIDOS À SUA VOZ.
Agora, pois, te rogo, perdoa-me o meu pecado e volta comigo, para que adore o
Senhor. Porém Samuel disse a Saul: Não tornarei contigo; visto que rejeitaste a palavra do Senhor, já ele te rejeitou a ti,
para que não sejas rei sobre Israel (1 Sm 15.23-26). Depois de um tempo, finalmente
veio a penalidade pela rebeldia: Os
filisteus perseguiram Saul e seus filhos e
mataram Jônatas, Abinadabe e Malquisua, filhos de Saul (1 Cr 10.2).
Mesmo com a morte de Saul e de seus filhos Deus continuava indignado, até que: Então, foi Davi e tomou os ossos de Saul e
os ossos de Jônatas, seu filho, dos moradores de Jabes-Gileade, os quais os
furtaram da praça de Bete-Seã, onde os filisteus os tinham pendurado, no dia em
que feriram Saul em Gilboa. Dali, transportou os ossos de Saul e os ossos de
Jônatas, seu filho; e ajuntaram também os ossos dos enforcados. Enterraram os
ossos de Saul e de Jônatas, seu filho, na terra de Benjamim, em Zela, na
sepultura de Quis, seu pai. Fizeram tudo o que o rei ordenara. DEPOIS DISTO, DEUS SE TORNOU FAVORÁVEL PARA
COM A TERRA (1 Sm 21.12-14). É muito sério isso! Foram décadas amargas
por causa da decisão de um povo!
Quero
destacar uma rebeldia muito contextualizada com nossos dias. Todos estes fatos acima
nos mostram as escolhas erradas e suas consequências, mas nenhuma outra foi tão
repugnante quanto à aquela que envolveu o Filho de Deus, Jesus Cristo. A Bíblia
diz que Jesus veio para o que era seu, E OS SEUS NÃO O RECEBERAM (Jo
1.11). Esta rejeição culminou no julgamento de Jesus por Pilatos que dizia ao
povo: É costume entre vós que eu vos
solte alguém por ocasião da Páscoa; quereis, pois, que vos solte o rei dos
judeus? ENTÃO, GRITARAM TODOS,
NOVAMENTE: NÃO ESTE, MAS BARRABÁS! ORA, BARRABÁS ERA SALTEADOR (Jo
18.39-40). A vontade do povo foi atendida por Pilatos: Então, Pilatos decidiu atender-lhes o pedido. SOLTOU AQUELE QUE ESTAVA ENCARCERADO POR CAUSA DA SEDIÇÃO E DO
HOMICÍDIO, A QUEM ELES PEDIAM; e, quanto a Jesus, entregou-o à vontade
deles (Lc 23.24-25). E o pior aconteceu no final: Vendo Pilatos que nada conseguia, antes, pelo contrário, aumentava o
tumulto, mandando vir água, lavou as mãos perante o povo, dizendo: Estou
inocente do sangue deste [justo]; fique o caso convosco! E O POVO TODO RESPONDEU: CAIA SOBRE NÓS O SEU SANGUE E SOBRE NOSSOS
FILHOS (Mt 27.24-25)! O povo escolheu que um ladrão fosse solto ao
invés do inocente Filho de Deus. Cerca de 37 anos depois, no ano 70 d.C.,
quando a maioria destes já estavam mortos e agora seus filhos eram adultos,
aconteceu a tragédia! Liderados por Tito, general Romano, Jerusalém foi
invadida e a História diz que: “Os
legionários, irritados com a resistência dos judeus, promoveram um verdadeiro
banho de sangue (foram pelo menos 100 mil mortos) e terminaram por incendiar o
Templo de Jerusalém, escravizando os sobreviventes”. Devastada Jerusalém o
povo judeu foi espalhado pelo mundo todo, permanecendo assim até 14 de maio de
1948. Quase dois mil anos colhendo as consequências da escolha de seus pais no
passado.
Escolhas
erradas, tristes consequências. Um povo nunca deixou de ser responsabilizado
pelas suas escolhas e as consequências delas alcançam as gerações vindouras.
Que Deus seja benigno e misericordioso para conosco e faça resplandecer sobre
nós o seu rosto. Que nossas escolhas sejam sábias, ponderadas, coerentes e
feitas com bom senso. Que nossas palavras sejam as do rejeitado Jesus Cristo,
que mesmo injustiçado na cruz disse: Contudo,
Jesus dizia: Pai, perdoa-lhes, PORQUE
NÃO SABEM O QUE FAZEM (Lc 23.34). Que esta seja a oração de hoje da
Igreja de Deus, porque Jesus, nosso maior exemplo, perdoou aos que o crucificaram,
mas não os isentou das consequências. Igualmente, pagaremos todos juntos o
preço da imprudência, mas termino com as palavras de Paulo que disse: Suportai-vos
uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa
contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós
(Cl 3.13). Que Deus assim nos abençoe e tenha misericórdia de nossa geração
vindoura! Amém!
Luiz
Lobianco
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