segunda-feira, 21 de novembro de 2022

AS ESCOLHAS DE UM POVO E SUAS CONSEQUÊNCIAS!

 

É sábia a escolha do povo? Ela é sensata? Há bom senso em suas escolhas? Ela passa pelo crivo da prudência? Ela é fruto de uma ponderação criteriosa? Ela está alinhada aos princípios de Deus? Quando olhamos para a História vemos que não! Quando havia apenas duas pessoas na Terra ambas fizeram a escolha errada e totalmente desalinhada com Deus. Foi o que aconteceu com Adão e Eva e todos nós vivemos até hoje as suas consequências! Depois, enquanto Noé pregava o dilúvio, toda a comunidade zombava dele e desprezaram a oportunidade que lhes era oferecida, pois decidiram desprezar o que Noé falava e trágicas foram as consequências dessa escolha. Não foi diferente com Moisés! Nas primeiras pragas o povo se motivou, mas quando faraó endureceu e aumentou o rigor sobre eles, o povo se voltou contra Moisés. Pacientemente, Deus ignorou a rebeldia do povo e prosseguiu em sua libertação. Mas mesmo depois de serem libertados pela mão poderosa de Deus o povo não conseguia permanecer em seus princípios. Surgem inimigos? Insurgem-se contra Moisés e Deus! Faltou água? Voltam-se contra Moisés e Deus! Faltou comida? Rebelam-se contra Moisés e Deus! Quem conhece a história sabe muito bem das consequências destas rebeliões. Foram tantas as rebeldias que em determinado momento Deus queria aniquilar o povo e ficar apenas com Moisés e fazer dele uma nova geração. Ele já havia feito isso com Noé e sua família! Mas, pela intercessão de Moisés, Deus muda da ideia de aniquilar aquele povo, mas somente permitiu a entrada do povo na terra prometida quando todos estes morreram no deserto. Que trágica consequência! Esta penalidade pela rebeldia do povo demorou 40 anos para ser totalmente cumprida. Em todo este tempo o povo e seus filhos que futuramente iriam entrar na terra prometida viveu andarilho em um deserto, fruto de suas escolhas.

Depois da posse da terra prometida Deus estava governando o povo através de seus profetas e juízes. Mas o povo chega para Samuel, que governava o povo por intermédio de Deus, e exige um rei para governá-los. Samuel se entristece profundamente, mas Deus lhe consola quando lhe diz: Disse o Senhor a Samuel: Atende à voz do povo em tudo quanto te diz, POIS NÃO TE REJEITOU A TI, MAS A MIM, PARA EU NÃO REINAR SOBRE ELE (1 Sm 8.7). Mesmo indignado e rejeitado Deus atendeu ao povo e lhe escolheu um rei: Saul! Foi tão trágico o seu reinado que em determinado momento Samuel o procurou e lhe disse: Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e a obstinação é como a idolatria e culto a ídolos do lar. Visto que rejeitaste a palavra do Senhor, ele também te rejeitou a ti, para que não sejas rei. Então, disse Saul a Samuel: Pequei, pois transgredi o mandamento do Senhor e as tuas palavras; PORQUE TEMI O POVO E DEI OUVIDOS À SUA VOZ. Agora, pois, te rogo, perdoa-me o meu pecado e volta comigo, para que adore o Senhor. Porém Samuel disse a Saul: Não tornarei contigo; visto que rejeitaste a palavra do Senhor, já ele te rejeitou a ti, para que não sejas rei sobre Israel (1 Sm 15.23-26). Depois de um tempo, finalmente veio a penalidade pela rebeldia: Os filisteus perseguiram Saul e seus filhos e mataram Jônatas, Abinadabe e Malquisua, filhos de Saul (1 Cr 10.2). Mesmo com a morte de Saul e de seus filhos Deus continuava indignado, até que: Então, foi Davi e tomou os ossos de Saul e os ossos de Jônatas, seu filho, dos moradores de Jabes-Gileade, os quais os furtaram da praça de Bete-Seã, onde os filisteus os tinham pendurado, no dia em que feriram Saul em Gilboa. Dali, transportou os ossos de Saul e os ossos de Jônatas, seu filho; e ajuntaram também os ossos dos enforcados. Enterraram os ossos de Saul e de Jônatas, seu filho, na terra de Benjamim, em Zela, na sepultura de Quis, seu pai. Fizeram tudo o que o rei ordenara. DEPOIS DISTO, DEUS SE TORNOU FAVORÁVEL PARA COM A TERRA (1 Sm 21.12-14). É muito sério isso! Foram décadas amargas por causa da decisão de um povo!

Quero destacar uma rebeldia muito contextualizada com nossos dias. Todos estes fatos acima nos mostram as escolhas erradas e suas consequências, mas nenhuma outra foi tão repugnante quanto à aquela que envolveu o Filho de Deus, Jesus Cristo. A Bíblia diz que Jesus veio para o que era seu, E OS SEUS NÃO O RECEBERAM (Jo 1.11). Esta rejeição culminou no julgamento de Jesus por Pilatos que dizia ao povo: É costume entre vós que eu vos solte alguém por ocasião da Páscoa; quereis, pois, que vos solte o rei dos judeus? ENTÃO, GRITARAM TODOS, NOVAMENTE: NÃO ESTE, MAS BARRABÁS! ORA, BARRABÁS ERA SALTEADOR (Jo 18.39-40). A vontade do povo foi atendida por Pilatos: Então, Pilatos decidiu atender-lhes o pedido. SOLTOU AQUELE QUE ESTAVA ENCARCERADO POR CAUSA DA SEDIÇÃO E DO HOMICÍDIO, A QUEM ELES PEDIAM; e, quanto a Jesus, entregou-o à vontade deles (Lc 23.24-25). E o pior aconteceu no final: Vendo Pilatos que nada conseguia, antes, pelo contrário, aumentava o tumulto, mandando vir água, lavou as mãos perante o povo, dizendo: Estou inocente do sangue deste [justo]; fique o caso convosco! E O POVO TODO RESPONDEU: CAIA SOBRE NÓS O SEU SANGUE E SOBRE NOSSOS FILHOS (Mt 27.24-25)! O povo escolheu que um ladrão fosse solto ao invés do inocente Filho de Deus. Cerca de 37 anos depois, no ano 70 d.C., quando a maioria destes já estavam mortos e agora seus filhos eram adultos, aconteceu a tragédia! Liderados por Tito, general Romano, Jerusalém foi invadida e a História diz que: “Os legionários, irritados com a resistência dos judeus, promoveram um verdadeiro banho de sangue (foram pelo menos 100 mil mortos) e terminaram por incendiar o Templo de Jerusalém, escravizando os sobreviventes”. Devastada Jerusalém o povo judeu foi espalhado pelo mundo todo, permanecendo assim até 14 de maio de 1948. Quase dois mil anos colhendo as consequências da escolha de seus pais no passado.

Escolhas erradas, tristes consequências. Um povo nunca deixou de ser responsabilizado pelas suas escolhas e as consequências delas alcançam as gerações vindouras. Que Deus seja benigno e misericordioso para conosco e faça resplandecer sobre nós o seu rosto. Que nossas escolhas sejam sábias, ponderadas, coerentes e feitas com bom senso. Que nossas palavras sejam as do rejeitado Jesus Cristo, que mesmo injustiçado na cruz disse: Contudo, Jesus dizia: Pai, perdoa-lhes, PORQUE NÃO SABEM O QUE FAZEM (Lc 23.34). Que esta seja a oração de hoje da Igreja de Deus, porque Jesus, nosso maior exemplo, perdoou aos que o crucificaram, mas não os isentou das consequências. Igualmente, pagaremos todos juntos o preço da imprudência, mas termino com as palavras de Paulo que disse: Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós (Cl 3.13). Que Deus assim nos abençoe e tenha misericórdia de nossa geração vindoura! Amém!

Luiz Lobianco

luizlobianco@hotmail.com

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário