segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

SALVAÇÃO PELA GRAÇA MEDIANTE A FÉ: A FÉ SALVADORA

A salvação do homem é pela graça de Deus, mediante a fé, por meio do sacrifício de Jesus Cristo. Os homens são alcançados por esta salvação mediante algo que jamais pode ser excluído: A fé. É o que chamamos de justificação pela fé. E ao contrário do que se pensava na Idade Média e muitos ainda pensam hoje, justiça não se compra, nem se conquista por meio de obras. Justiça se ganha! E o meio de ser alcançado por esta justiça, que não é uma justiça qualquer, é a fé, que é o único requisito exigido de Deus ao homem para que este seja salvo. Quando o carcereiro de Filipos jogou-se desesperado aos pés de Paulo e Silas na prisão, suplicando o que poderia fazer para ele ser salvo, Paulo lhe respondeu: CRÊ NO SENHOR JESUS E SERÁS SALVO, tu e tua casa (At 16.31). E na mais famosa declaração de Paulo sobre a salvação, ele diz: Porque PELA GRAÇA SOIS SALVOS, MEDIANTE A FÉ (Ef 2.8). Por isso que os reformadores apregoavam a Sola Fide (Só a fé), pois é somente pela fé que podemos ser salvos. Mas nem todo tipo de fé salva. Há uma fé que não serve para nada, que não produz coisa alguma na vida daquele que, supostamente, crê. A Bíblia assim diz sobre esta fé: Porque, assim como o corpo sem espírito é morto, ASSIM TAMBÉM A FÉ SEM OBRAS É MORTA (Tg 2.26).

Paulo diz que somos salvos pela graça de Deus independentemente de obras. Tiago aqui relaciona a fé com as obras no sentido de que quem tem fé tem obras. Ele apresenta as obras como consequência da fé, pois antes das obras vem a fé. A diferença entre Paulo e Tiago é que Paulo está falando de salvação e Tiago fala da fé. Portanto, neste texto, Tiago não está dizendo que a justificação vem pelas obras, mas ele está respondendo a uma questão: QUERES, POIS, FICAR CERTO, Ó HOMEM INSENSATO, DE QUE A FÉ SEM AS OBRAS É INOPERANTE (Tg 2.20)? Tiago não está falando de justificação, ele está falando a respeito do requisito exigido por Deus que é a fé. E ele estava tão convicto de que não é possível ter fé sem ter obras que desafia: Mas alguém dirá: Tu tens fé, e eu tenho obras; MOSTRA-ME ESSA TUA FÉ SEM AS OBRAS, E EU, COM AS OBRAS, TE MOSTRAREI A MINHA FÉ (Tg 2.18).

Observe que ele aqui classificou a fé em dois tipos. E temos na Bíblia uma demonstração desses dois tipos de fé. Para aqueles que possuem a fé salvadora, será dito: VINDE, BENDITOS DE MEU PAI! ENTRAI NA POSSE DO REINO que vos está preparado desde a fundação do mundo (Mt 25.34). E por que lhes estavam sendo dada a posse do Reino de Deus? Jesus diz: Porque tive fome, E ME DESTES DE COMER; tive sede, E ME DESTES DE BEBER; era forasteiro, E ME HOSPEDASTES; estava nu, E ME VESTISTES; enfermo, E ME VISITASTES; preso, E FOSTES VER-ME (Mt 25.35,36). Primeiro eles creram, e consequentemente reagiram a esta fé com obras. Mas para o outro grupo de fé, a fé inoperante será dito: Então, o Rei dirá também aos que estiverem à sua esquerda: APARTAI-VOS DE MIM, MALDITOS, PARA O FOGO ETERNO, preparado para o diabo e seus anjos (mt 25.41). E por que estes, apesar da fé, não foram justificados? Jesus diz: Porque tive fome, E NÃO ME DESTES DE COMER; tive sede, E NÃO ME DESTES DE BEBER; sendo forasteiro, NÃO ME HOSPEDASTES; estando nu, NÃO ME VESTISTES; achando-me enfermo e preso, NÃO FOSTES VER-ME (Mt 25.42,43). A fé que aqueles tinham era uma fé inútil, infrutífera, morta, porque não tinham obras.

E você pode falar: Mas estes não tinham fé? Tinham sim! Eram convictos de que estavam no caminho certo. Em outro momento Jesus confirma isso quando diz: NEM TODO O QUE ME DIZ: SENHOR, SENHOR, ENTRARÁ NO REINO DOS CÉUS, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! PORVENTURA, NÃO TEMOS NÓS PROFETIZADO EM TEU NOME, E EM TEU NOME NÃO EXPELIMOS DEMÔNIOS, E EM TEU NOME NÃO FIZEMOS MUITOS MILAGRES? Então, lhes direi explicitamente: NUNCA VOS CONHECI. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade (Mt 7.21-23). Estes eram os que ouviam a Jesus, creram nele, mas não praticavam suas palavras. Ou seja, tinham uma fé improdutiva. Jesus diz que quem tem a fé salvadora obtém outro resultado: Respondeu Jesus: SE ALGUÉM ME AMA, GUARDARÁ A MINHA PALAVRA; e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada (Jo 14.23).

Portanto, a fé salvadora é uma fé que produz diferença na vida daquele que crê, tanto que o transforma em uma nova criatura. Ela não é uma fé que se orgulha de suas obras e nem de sua pretensa capacidade de crer. Somente possui a fé salvadora quem reconhece perante Deus seu estado de completa inaptidão para agradá-lo e sua absoluta incapacidade de conquistar a salvação e a vida eterna. Quem tem uma fé assim, recebe a justiça que garante a salvação nos moldes da graça de Deus. Pense nisso com muita seriedade!

Luiz Lobianco

luizlobianco@hotmail.com

 

quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

SALVAÇÃO PELA GRAÇA MEDIANTE A FÉ: A INTERMEDIAÇÃO ÚNICA DE JESUS CRISTO

A salvação do homem é pela graça de Deus, mediante a fé, por meio do sacrifício de Jesus Cristo. Este é o ensino da Bíblia quanto à salvação do homem. A salvação é a alteração do destino de nossa alma, condenada ao inferno em função da queda do homem. Quando salvos nos tornamos filhos de Deus e assim herdamos o Reino de Deus. Por causa disso podemos dizer que a salvação é o bem mais precioso que existe para se adquirir e apesar dela ser imensurável ela é totalmente gratuita, sem merecimento e sem qualquer colaboração por parte do homem. Mas o homem sempre está em busca de fazer algo para merecê-la e assim ter méritos pessoais na salvação. Para isso ele anda por atalhos, achando que através deles conseguirá a salvação, mas estes atalhos são caminhos que não conduzem a Deus. Diante do exposto surgem os questionamentos: Existe mediação entre o Céu e a Terra? Ou seja, entre Deus e os homens? Quem tem autoridade para fazer esta intermediação?

Para sermos salvos precisamos de um intermediário, ou seja, alguém que se coloque entre nós e Deus e que este alguém seja aceito por Deus e, assim, tenhamos acesso a Deus através deste intermediador. Por que isso? Porque desde a queda perdemos o acesso livre a Deus, sendo Ele tão puro e tão Santo que não pode suportar a presença do pecado. Por causa disso, jamais conseguiríamos retornar a Deus se Ele mesmo não providenciasse um caminho de volta. Nada poderíamos fazer por nós mesmo. É justamente isso que Paulo quer dizer quando falou: ELE VOS DEU VIDA, ESTANDO VÓS MORTOS NOS VOSSOS DELITOS E PECADOS, nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência; ENTRE OS QUAIS TAMBÉM TODOS NÓS ANDAMOS OUTRORA, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; E ÉRAMOS, POR NATUREZA, FILHOS DA IRA, COMO TAMBÉM OS DEMAIS (Ef 2.1-3). Esta morte mencionada aqui é espiritual. Paulo está dizendo aqui que na linha espiritual, que é a linha pela qual nos achegamos a Deus, estávamos mortos e um morto nada pode fazer por si mesmo e nem por nenhum outro.

Contudo, Deus toma a iniciativa e prepara uma situação de retorno do homem perdido até Ele, pois Paulo continua dizendo: MAS DEUS, SENDO RICO EM MISERICÓRDIA, POR CAUSA DO GRANDE AMOR COM QUE NOS AMOU, E ESTANDO NÓS MORTOS EM NOSSOS DELITOS, NOS DEU VIDA JUNTAMENTE COM CRISTO, — pela graça sois salvos ... PARA MOSTRAR, NOS SÉCULOS VINDOUROS, A SUPREMA RIQUEZA DA SUA GRAÇA, EM BONDADE PARA CONOSCO, EM CRISTO JESUS. Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie (Ef 2.4-5, 7-9). Note que toda vez que a Bíblia fala de salvação ela fala de Cristo e nunca de homens ou mulheres “santos” e nem de anjos. O autor de Atos confirma isso quando diz: E NÃO HÁ SALVAÇÃO EM NENHUM OUTRO; PORQUE ABAIXO DO CÉU NÃO EXISTE NENHUM OUTRO NOME, DADO ENTRE OS HOMENS, PELO QUAL IMPORTA QUE SEJAMOS SALVOS (At 4.12).

A Bíblia apresenta apenas um único que pode realizar a intermediação entre Deus e os homens: Porquanto há um só Deus E UM SÓ MEDIADOR ENTRE DEUS E OS HOMENS, CRISTO JESUS, HOMEM, o qual a si mesmo se deu em resgate por todos: testemunho que se deve prestar em tempos oportunos (1 Tm 2.5,6). Jesus conquistou isso com seu sacrifício na cruz do Calvário quando derramou seu precioso sangue para nos remir. Se outro pudesse fazer isso, Jesus não teria pagado tão alto preço. Jesus é um Ser Divino. Ele é Deus na mesma plenitude do Pai. Ele sim pode intermediar entre Deus e os homens porque Ele é Onisciente e Onipresente. Qualquer intermediação fora da pessoa de Cristo cai na linha da idolatria.

Com a morte de Cristo na cruz, temos livre acesso ao Pai, pois quando Cristo morreu o véu do santuário foi rasgado ao meio, significando que um novo e vivo caminho para a presença de Deus estava aberto. Nada mais nos impede de chegarmos ao Pai! Temos livre acesso ao Pai mediante a morte redentora de Cristo Jesus por nós. Não precisamos passar por nenhum santo para isso, pois o véu que separava já não separa mais. A intermediação por meio de homens ou mulheres igual a nós não existe. Os “santos” não podem ouvir as orações realizadas a eles aqui na Terra, pois não há neles poder para ouvir a todos instantaneamente e até intimamente em suas orações silenciosas.  Que Deus te abençoe a entender o sentido da salvação para que não venhas a onerar aquilo que Deus lhe oferece de graça. Amém!

Luiz Lobianco

luizlobianco@hotmail.com

 

segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

SALVAÇÃO PELA GRAÇA MEDIANTE A FÉ: O ATALHO PELA INTERMEDIAÇÃO DE SANTOS

A Bíblia ensina que a salvação do homem é pela graça de Deus, através da fé, por meio de Jesus Cristo. Apesar de sua gratuidade ela é o bem mais precioso que existe para se adquirir. Mas, a despeito de ela ser de graça, sem merecimento e sem obras, o homem sempre está em busca de fazer algo para merecê-la e assim ter méritos pessoais na salvação. Para isso ele anda por atalhos, achando que através deles conseguirá a salvação, mas estes atalhos são caminhos que não conduzem a Deus. A intermediação dos santos é um destes atalhos criado pelo homem no caminho até Deus. Segundo este ensino, os santos estão conscientes no Céu e sabem o que se passa aqui na Terra, pois se encontram em um grau superior ao nosso. Portanto, você pode orar a eles e eles podem intermediar com Deus. Realmente, todos os que estão no Céu estão conscientes, não estão nem dormindo e nem em estado vegetativo, mas nada mais sabem do que se passa por aqui, pois estão limitados quanto ao tempo e ao espaço, pois somente Deus não é ilimitado quanto ao tempo e ao espaço.

Jesus para nos ensinar sobre isso, contou a parábola do homem rico e Lázaro. Estando no inferno após sua morte, o homem rico pediu: Então, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim! E MANDA A LÁZARO QUE MOLHE EM ÁGUA A PONTA DO DEDO E ME REFRESQUE A LÍNGUA, porque estou atormentado nesta chama (Lc 16.24). Deus refutou a este pedido, mencionando que o estado da alma depois da morte é inalterável. Aquele homem faz, então, outro pedido: Então, replicou: Pai, eu TE IMPLORO QUE O MANDES À MINHA CASA PATERNA, porque tenho cinco irmãos; PARA QUE LHES DÊ TESTEMUNHO, A FIM DE NÃO VIREM TAMBÉM PARA ESTE LUGAR DE TORMENTO. Respondeu Abraão: Eles têm Moisés e os Profetas; ouçam-nos (Lc 16.27-29). Deus descarta qualquer intermediação e intervenção de qualquer um, além dele, no relacionamento entre os vivos e os mortos, entre o Céu e a Terra. E Jesus explica o porquê desta impossibilidade: E, além de tudo, ESTÁ POSTO UM GRANDE ABISMO ENTRE NÓS E VÓS, DE SORTE QUE OS QUE QUEREM PASSAR DAQUI PARA VÓS OUTROS NÃO PODEM, NEM OS DE LÁ PASSAR PARA NÓS (Lc 16.26). Esta linha do tempo e do espaço só pode ser ultrapassada por Deus e seus anjos, quando estes são enviados por Ele para determinadas missões.

Para que possa haver intermediação dos santos é necessário responder positivamente alguns questionamentos: Os santos podem realmente ouvir as orações realizadas a eles aqui na Terra? Eles podem ouvir a todos instantaneamente e até intimamente nas orações silenciosas? Isso demanda poder. Será que há neles este poder? Este poder pertence tão somente a Deus e assim Ele diz quanto a isso: Eu sou o Senhor, este é o meu nome; A MINHA GLÓRIA, POIS, NÃO A DAREI A OUTREM, nem a minha honra, às imagens de escultura (Is 42.8). A glória de ser digno de toda adoração pertence somente a Deus. Somente a Ele nossos joelhos podem se dobrar. João, um dia, prostrou-se diante de um anjo. Veja qual foi a reação deste anjo diante daquela situação: Eu, João, sou quem ouviu e viu estas coisas. E, quando as ouvi e vi, PROSTREI-ME ANTE OS PÉS DO ANJO QUE ME MOSTROU ESSAS COISAS, para adorá-lo. Então, ELE ME DISSE: VÊ, NÃO FAÇAS ISSO; EU SOU CONSERVO TEU, DOS TEUS IRMÃOS, OS PROFETAS, E DOS QUE GUARDAM AS PALAVRAS DESTE LIVRO. ADORA A DEUS (Ap 22.8,9). E olha que os anjos são seres muito superiores a nós. Todos nós, independente de quem somos e o quanto somos santificados, somos limitados no tempo e no espaço, sendo somente Deus ilimitado nestes quesitos.

Resumindo, para que qualquer santo, por maior que seja, ouvir as orações de seus súditos aqui na Terra ele teria que ser onisciente e onipresente. Para um santo morto atender as orações de alguém, muitas vezes até mesmo em seu inconsciente, ele sem dúvida deve ter o atributo da onisciência. E para um santo ouvir as orações de pessoas que rezam a eles, simultaneamente, no Brasil, na Arábia, no Cazaquistão, na China e etc., eles devem estar cientes do que acontece em todos os lugares ao mesmo tempo, tendo assim o atributo da onipresença. Contudo, estas características são atributos exclusivos do Todo-Poderoso. Só Deus e seu Filho Jesus podem atender várias orações ao mesmo tempo, pois isto é intrínseco à sua divindade. Que Deus te abençoe a entender isso e a buscar somente aquele que realmente pode fazer algo por nós! Amém!

Luiz Lobianco

luizlobianco@hotmail.com

 

sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

SALVAÇÃO PELA GRAÇA MEDIANTE A FÉ: O ATALHO PELO PURGATÓRIO

Estamos falando sobre a salvação do homem pela graça de Deus, através da fé, por meio de Jesus Cristo. Esta salvação é o bem mais precioso para se adquirir e ela é totalmente gratuita. Mas, apesar de sua gratuidade, o homem sempre está em busca de fazer algo para merecê-la e assim ter méritos pessoais na salvação. Para isso ele anda por atalhos, achando que através deles conseguirá a salvação, mas estes atalhos são caminhos que não conduzem a Deus. O purgatório é um atalho até o Céu criado pelo homem. Ensina-se que o purgatório é um local intermediário entre o Céu e o inferno. Lugar onde aqueles que não haviam sido maus o suficiente para irem ao inferno e nem bons o bastante para irem diretamente para o Céu ficavam por algum tempo até serem purgados os seus pecados. Tal ensino é totalmente desencontrado pelas Escrituras Sagradas que ensina que há dois únicos caminhos para o homem após a sua morte. Jesus deixou isso muito bem claro quando disse: Entrai pela porta estreita (LARGA É A PORTA, E ESPAÇOSO, O CAMINHO QUE CONDUZ PARA A PERDIÇÃO, e são muitos os que entram por ela), porque ESTREITA É A PORTA, E APERTADO, O CAMINHO QUE CONDUZ PARA A VIDA, e são poucos os que acertam com ela (Mt 7.13,14). Somente estes dois caminhos foram apresentados ao homem por Jesus Cristo. Os demais são invenções humanas.

Fato é que oportunidade de salvação existe somente nesta vida. Não existe expurgo de pecado após a morte, mas tão somente arrependimento em vida. O convite de Deus para o homem crer e aceitar a Jesus Cristo como único e suficiente Salvador é para ser ouvido enquanto se está vivo. O chamado para a salvação é coletivo, mas a decisão é pessoal. A morte significa a decretação final de qualquer oportunidade de salvação. Depois dela não há mais nada o que se fazer para mudar o destino do indivíduo. É isso que a Bíblia ensina quando diz: E, assim como AOS HOMENS ESTÁ ORDENADO MORREREM UMA SÓ VEZ, VINDO, DEPOIS DISTO, O JUÍZO (Hb 9.27). E assim fala da morte: E O PÓ VOLTE À TERRA, como o era, E O ESPÍRITO VOLTE A DEUS, QUE O DEU (Ec 12.7). Depois da morte tudo que resta é o juízo de Deus. Se depois da morte houvesse possibilidade de mudança anularia a fé, pois que sentido teria a fé depois de você contemplar o além? É justamente a certeza de coisas que se esperam e a convicção de fatos que se não veem (Rm 11.1) que explica a fé.

O ensino de Jesus não foi que há um lugar intermediário entre o Céu e o inferno, pois Ele sempre ensinou a existência somente do Céu e do inferno e que quando morremos cada um vai para seu destino, ou seja, se for salvo vai para o Céu e se não for salvo vai para o inferno. Assim Jesus ensina quando diz: ACONTECEU MORRER O MENDIGO E SER LEVADO PELOS ANJOS PARA O SEIO DE ABRAÃO; MORREU TAMBÉM O RICO E FOI SEPULTADO. NO INFERNO, ESTANDO EM TORMENTOS, levantou os olhos e viu ao longe a Abraão e Lázaro no seu seio (Lc 16.22,23). Há muito simbolismo na Bíblia. Aqui, seio de Abraão significa o Céu, Observe que Lázaro foi levado para lá pelos anjos, logo após a sua morte. Também, logo após a morte, o homem rico já se encontrava no inferno. Jesus não está ensinando aqui que o pobre vai para o Céu e o rico para o inferno, pois ambos dependem de crer para serem salvos. O que na verdade existe, e isso Jesus ensinou em outra oportunidade, é que há mais dificuldade de uma pessoa rica crer do que uma pessoa pobre. O foco principal aqui é o destaque de Jesus sobre o que acontece quando uma pessoa salva e uma pessoa não salva morrem.

A passagem deste mundo para seu destino no além é imediato à morte. Não existe um lugar intermediário. Não há oportunidade de salvação após a morte. Em outra oportunidade Jesus vai novamente confirmar esta teoria. Jesus foi crucificado entre dois ladrões. Um deles zombava de Jesus, enquanto que o outro disse: E acrescentou: JESUS, LEMBRA-TE DE MIM QUANDO VIERES NO TEU REINO (Lc 23.42). A este gesto de fé Jesus lhe respondeu: EM VERDADE TE DIGO QUE HOJE ESTARÁS COMIGO NO PARAÍSO (Lc 23.43). Jesus morreu pouco depois daquelas palavras e aquele ladrão também. Ambos foram imediatamente ao Céu após suas mortes. É esse o ensino da Bíblia. Sua oportunidade de ser salvo é enquanto você está vivo. Depois da morte você e nem outra pessoa pode fazer qualquer coisa para mudar seu destino. Que Deus te abençoe e te ajude a aproveitar as oportunidades que você tem de aceitar a salvação que Deus lhe oferece todos os dias! Amém!

Luiz Lobianco

luizlobianco@hotmail.com


quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

SALVAÇÃO PELA GRAÇA MEDIANTE A FÉ: O ATALHO PELO SISTEMA DAS INDULGÊNCIAS

Estamos falando sobre a salvação do homem unicamente em Cristo, sendo ela o bem mais precioso para se adquirir. Mas, apesar de sua gratuidade, o homem sempre está em busca de fazer algo para adquiri-la por seus esforços e merecê-la e assim ter méritos pessoais na salvação. Para isso ele anda por atalhos, achando que através deles chegará ao Céu, mas estes atalhos são caminhos tortuosos e infundados na Palavra de Deus. Um destes atalhos é o sistema de indulgências. Este é um sistema criado pelo catolicismo medieval e ele, supostamente, facilitava bastante a salvação dos pecadores. Segundo a doutrina católica, para se obter o perdão dos pecados era necessário seguir uma ordem. Primeiro o arrependimento interno, depois a confissão perante um sacerdote e, por fim, a penitência, que era uma espécie de reparação pelo erro cometido e que dependia da gravidade da falta. Note neste procedimento a ausência da graça de Deus, a inutilidade da fé e a participação humana na penitência. Notem também que a absolvição era sacerdotal, ou seja, aplicada por um homem. E a Bíblia nos ensina que: TODOS PECARAM e carecem da glória de Deus (Rm 3.23). Não há exceção nesta menção para qualquer ser humano.

Entretanto, o perdão pelas indulgências se estendia apenas às consequências eternas do pecado, ou seja, a única coisa que ele conseguia era libertar o culpado do inferno, justamente àquilo que Cristo conquistou na cruz e nada mais precisa ser feito a não ser crer nele. A Bíblia diz: Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, PARA QUE TODO O QUE NELE CRÊ NÃO PEREÇA, MAS TENHA A VIDA ETERNA. Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. QUEM NELE CRÊ NÃO É JULGADO; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus (Jo 3.16-18). Era assim que a igreja deveria ensinar ao povo, mas para enaltecer a seus líderes e tornar o povo subjugado a eles, criou-se atalhos que não conduz a Deus e nem salva ao homem, pois neles se anula a graça de Deus e o sacrifício de Cristo na cruz, tornando-o dispensável.

As indulgências foram, inicialmente, usadas nas Cruzadas, em que os soldados lutavam em troca da remissão para si e para seus familiares, mas com o tempo achou-se uma forma mais lucrativa de aplica-las, pois se começou a vendê-las por uma boa quantia de dinheiro. Andava-se pelas ruas anunciando que, quando a moeda caia no cofre, e se ouvia o seu tilintar, naquele exato instante saia do purgatório a alma em favor de quem se havia comprado a indulgência e ia diretamente para o Céu. Tal ensino colocava valor para a salvação. Ou seja, não importava quem você era e nem o que havia feito, se você tinha dinheiro e depositasse nos cofres da igreja você comprava a sua salvação, anulando, dessa forma, a gratuidade da salvação que é pela graça de Deus, mediante a fé, através do sacrifício de Cristo na cruz.

Mas você podia não somente comprar a sua salvação como também poderia comprar a salvação de outra pessoa, seja seu parente ou não, contrariando o princípio da pessoalidade da salvação e negligenciado a essência da salvação que é o arrependimento pessoal, pois Deus não salva famílias, mas sim indivíduos. Outra coisa é que você poderia comprar a salvação não somente de quem estava vivo, mas também de quem já havia morrido, contrariando o princípio de que é somente em vida que temos a oportunidade de arrependimento e, assim, trilhar pelo estreito e apertado caminho que conduz ao Céu. Se você, em vida, trilhou pelo largo e espaçoso caminho, o único destino que este caminho conduz é ao inferno. Você estará perdido eternamente e nada mais poderá ser feito para mudar este destino.

Para o povo, em um tempo em que a igreja pregava ser tão difícil conseguir a salvação pessoal, aquela era uma rara oportunidade de adquirir a salvação. Não era por acaso que multidões se arrastavam atrás dos vendedores de indulgências. Afinal, comprar com um pouco de dinheiro algo que não tinha preço, na visão do povo era um excelente negócio. Mas caso você pudesse comprar a sua absolvição, estaria anulando o preço que Cristo pagou lá na cruz pelos nossos pecados. Que Deus te abençoe e lhe abra os olhos para que possa compreender o procedimento correto de sua salvação e não ande por meio de atalhos. Amém!

Luiz Lobianco

luizlobianco@hotmail.com

 

segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

SALVAÇÃO PELA GRAÇA MEDIANTE A FÉ: NÃO HÁ ATALHOS PARA O CÉU

A salvação em Cristo é o bem mais precioso que existe. Ela é totalmente gratuita, a despeito de seu valor e de todas as tentativas humanas de merecê-la. Ter méritos pessoais na salvação é uma velha ilusão humana, fruto de velhas tradições do homem e infundadas na Palavra de Deus, que ensina claramente que a salvação do homem é somente pela graça de Deus mediante a fé, independente de suas obras para que ninguém venha a se vangloriar diante de Deus. É esta a mensagem que Paulo repassa quando diz: Porque PELA GRAÇA SOIS SALVOS, MEDIANTE A FÉ; e isto não vem de vós; é dom de Deus; NÃO DE OBRAS, PARA QUE NINGUÉM SE GLORIE (Ef 2.8,9). E em Romanos ele diz: Visto que NINGUÉM SERÁ JUSTIFICADO DIANTE DELE POR OBRAS DA LEI, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado. Concluímos, pois, que O HOMEM É JUSTIFICADO PELA FÉ, INDEPENDENTEMENTE DAS OBRAS DA LEI (Rm 3.20,28).

Entender o projeto de Deus para a salvação do homem ajuda a compreender o porquê da atribuição absoluta da graça de Deus na salvação. A Bíblia fala da culpa universal dos seres humanos pós-queda, de como ele é pecador e carente da glória de Deus e de como ele está irremediavelmente perdido. Paulo confirma isso quando diz: Pois TODOS PECARAM e carecem da glória de Deus (Rm 3.23). Fala também da ira de Deus que se manifesta contra todo pecado e não pode deixar de punir o culpado: A IRA DE DEUS SE REVELA DO CÉU CONTRA TODA IMPIEDADE E PERVERSÃO DOS HOMENS que detêm a verdade pela injustiça (Rm 1.18). Diante da impossibilidade do homem de salvar-se a si mesmo, Deus arquiteta um plano para salvá-lo e lhe faz uma proposta pública expondo a ele o caminho da salvação. Essa proposta foi a entrega de Seu Filho Unigênito como propiciação pelos pecados do homem, o que traz a ideia de justificar o homem e aplacar a ira divina. E foi exatamente isso que Jesus fez lá na cruz do Calvário. Ele desviou a ira de Deus de sobre nós e atraiu-a para si mesmo. Jesus tomou sobre si a nossa culpa, justifica-nos diante de Deus e assim somos inocentados, perdoados e salvos. O autor de Atos confirma isso quando diz: E, POR MEIO DELE (JESUS), TODO O QUE CRÊ É JUSTIFICADO de todas as coisas das quais vós não pudestes ser justificados pela lei de Moisés (At 13.39).

Apesar da salvação do homem ser totalmente gratuita, não falta quem tenta achar um jeitinho de ser salvo sem precisar demonstrar justiça pessoal conquistada em Cristo. Nunca faltaram heresias na história da Igreja que oferecesse um caminho mais curto para o Céu. Por um lado, tem alguns que pregam a salvação pelo legalismo, destacando a participação do homem em seu processo de salvação, enquanto que, por outro lado, alguns pavimentam o estreito e apertado caminho que conduz à salvação a fim de torna-lo razoavelmente confortável e extremamente fácil. Mas não é assim que a Bíblia nos ensina. Ela ensina claramente que não existe atalho para o céu.

Jesus deixou isso muito claro quando esteve por aqui em sua dolorosa missão de justificar o homem diante de Deus, remindo-o de seus pecados que o condena. Ele disse: Respondeu-lhe Jesus: EU SOU O CAMINHO, E A VERDADE, E A VIDA; NINGUÉM VEM AO PAI SENÃO POR MIM (Jo 14.6). Jesus é o único caminho que conduz ao Céu. E andar neste caminho é o resultado de quem é alcançado pela graça de Deus, pois em outros momentos Jesus deixou bem claro nossa incapacidade de andar pelo caminho do Céu pela nossa própria vontade. Jesus disse: NINGUÉM PODE VIR A MIM SE O PAI, QUE ME ENVIOU, NÃO O TROUXER; e eu o ressuscitarei no último dia (Jo 6.44). E prosseguiu: Por causa disto, é que vos tenho dito: NINGUÉM PODERÁ VIR A MIM, SE, PELO PAI, NÃO LHE FOR CONCEDIDO (Jo 6.65). Em outra oportunidade Ele disse: Tudo me foi entregue por meu Pai. Ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho E AQUELE A QUEM O FILHO O QUISER REVELAR (Mt 11.27).

Pense na lógica da questão: Se houvesse outro caminho, outra forma de salvação, você acha que Deus teria feito o que fez? Acha que o preço que Cristo pagou pelo nosso resgate foi pouco? Acha que foi uma negociação fácil? Se houvesse um anjo ou qualquer ser humano capaz de satisfazer a justiça de Deus, certamente Ele não teria escolhido Seu único Filho para esta árdua tarefa. Deus fez o caminho de volta até Ele e o homem, sob a influência do diabo, prepara atalhos que satisfaz a soberba do homem em sua participação na salvação, mas estes caminhos tortuosos jamais o conduzirão até Deus. Que Deus te abençoe a andar no único e verdadeiro caminho que conduz ao Céu! Amém!

Luiz Lobianco

luizlobianco@hotmail.com

 

terça-feira, 10 de janeiro de 2023

UMA VIAGEM TUMULTUADA: OS BONS PORTOS

Em nossa analogia entre os incidentes ocorridos na viagem de navio de Paulo até Roma, relacionamos cada contratempo com nossas vidas, da forma como somos afligidos no decorrer da vida e o quanto necessitamos de Deus para suportar e vencer nossas tribulações. Depois de tantos imprevistos que oprimiam aqueles homens, finalmente acontece algo de bom na viagem: Costeando-a, penosamente, CHEGAMOS A UM LUGAR CHAMADO BONS PORTOS, perto do qual estava a cidade de Laséia (At 27.8). Louvado seja Deus, porque depois de enfrentar ventos contrários e ventos parados Deus concede àqueles homens um tempo de refrigério para puderem refazer as suas forças. Isso é algo muito bom! Quantas vezes os bons portos chegam a nossa vida! É uma palavra de encorajamento de um irmão que chega naquela hora em que você se sente tão fraco e derrotado. É uma mensagem tocante que ouvimos naquela hora em que seu coração está em pedaços. É um texto da Bíblia que lemos naquela hora em que estamos tão desesperados. É um hino que ouvimos naquela hora em que estamos tão angustiados. É uma trégua na batalha que travamos, um alívio de Deus para podermos respirar um pouquinho e renovar as forças.

Os bons portos são tempos que Deus reserva para estimular você, abençoar você, renovar suas forças, suas esperanças e seus sonhos e nestes momentos Ele te diz para você não desanimar e perseverar mais um pouquinho. É aquele momento que Deus chega para você e te diz: NÃO TEMAS, porque eu sou contigo; NÃO TE ASSOMBRES, porque eu sou o teu Deus; EU TE FORTALEÇO, E TE AJUDO, E TE SUSTENTO COM A MINHA DESTRA FIEL (Is 41.10). Sabe por que Ele diz isso para você? Porque Deus é aquele que: FAZ FORTE AO CANSADO E MULTIPLICA AS FORÇAS AO QUE NÃO TEM NENHUM VIGOR (Is 40.29). Deus é aquele que te conduz a um porto seguro e lhe diz: Porque eu, o Senhor, teu Deus, te tomo pela tua mão direita e te digo: NÃO TEMAS, QUE EU TE AJUDO (Is 41.13). Deus permite que sejamos afligidos, mas jamais desampara o oprimido!

Mas cuidado! Há um grande perigo nos bons portos: Achar que ali é seu destino final! Há pessoas que quando chegam aos bons portos não querem mais sair de lá, não querem mais entrar no mar, não aceitam mais nenhuma tempestade em sua vida. São pessoas que não querem mais desafios para sua vida. Pessoas que acham que foram feridas demais, machucadas demais, que sofreram demais. Quem nessa vida foi mais ferido que Jó? Mesmo ferido, no meio de sua angústia ele pôde dizer: Bem-aventurado é o homem a quem Deus disciplina; não desprezes, pois, a disciplina do Todo-Poderoso. PORQUE ELE FAZ A FERIDA E ELE MESMO A ATA; ELE FERE, E AS SUAS MÃOS CURAM (Jó 5.17-18). Jó estava atribulado, ferido, mas ele tinha a certeza de que uma hora Deus iria intervir e cuidar de suas feridas.

Isso acontece porque Deus é fiel! Reveja sua vida e tente perceber o que te aconteceu ao longo dessa jornada. Veja se você já foi mais fiel a Deus do que é hoje, se você já leu a Bíblia mais do que lê hoje, se você orou a Deus mais do que ora hoje, se você participava da Igreja mais do que participa hoje, se você contribuía à Igreja mais do que contribui hoje. Será que você não acha que já sofreu demais nesta vida? Será que você não contende com Deus por causa de seu agir em sua vida? Será que você não se acomodou em um bom porto? É certo que podemos nos acomodar nos bons portos, mas para cumprir a vontade de Deus é necessário prosseguir, entrar novamente em alto-mar e seguir em frente, continuar a viagem, venha o que vier, aconteça o que acontecer. Nunca se esqueça de que a mesma tempestade que assola a sua vida está sob os pés de Jesus a qual obedece ao seu comando. Aquele bom porto não era o destino de Paulo. Para chegar ao seu destino final era necessário entrar novamente em alto-mar.

Que o Senhor nos mostre a razão de cada crise, de cada luta, de cada tempestade. Vamos esperar o agir de Deus e assim fortalecer a nossa vida no Senhor, na leitura da Palavra e na oração. Quando as crises vierem sobre tua vida não lance mão de recursos humanos, antes descanse em Deus e espera dele as soluções para que você não sofra as consequências de atitudes impensadas. Que Deus te abençoe e lhe mantém perseverante em seu caminho, mesmo em tempestades! Amém!

Luiz Lobianco

luizlobianco@hotmail.com

 

sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

UMA VIAGEM TUMULTUADA: O NAUFRÁGIO

Atos capítulo 27 descreve uma viagem de navio de Paulo a Roma e de uma tempestade que ocorreu nesta viagem, afetando tanto a vida de Paulo quanto daqueles homens que estavam com ele. Estamos fazendo uma analogia deste texto com nossas vidas e tirando dali preciosas lições. Era desejo de Paulo ir a Roma? Sim, era. Era propósito de Deus que Paulo fosse a Roma? Sim, era. Era desígnio de Deus que Paulo chegasse à capital do Império Romano? Sim, era. Então, era natural que se esperasse uma viagem tranquila até Roma, uma viagem segura, sem atropelos, sem incidentes, afinal estavam todos debaixo dos propósitos de Deus. Mas não fora assim a viagem, pelo contrário, ela foi muito conturbada, quando, por fim, naufragaram: Dando, porém, num lugar onde duas correntes se encontravam, encalharam ali o navio; a proa encravou-se e ficou imóvel, mas a popa se abria pela violência do mar (At 27.41). Na tempestade aqueles homens ficaram sem o sol e sem as estrelas, ou seja, sem nenhum norte para orientá-los. E sem norte não podia acontecer outra coisa àquele navio a não ser o naufrágio. E a mesma coisa acontece com aqueles que se encontram em densas trevas espirituais.

Foi no tufão que o incidente se tornou um acidente! Eles naufragaram! Isso nos ensina que nem sempre as vitórias vão fazer parte de nossas vidas, pois muitas vezes teremos que experimentar o amargo sabor da derrota. Os propósitos de Deus não nos isentam de derrotas! A vitória final está garantida, mas até lá muitas batalhas poderão ser perdidas. Não há como evitar as tempestades em nossas vidas e algumas vezes podemos até naufragar em uma destas tempestades, mas a atitude que tomamos diante delas faz toda diferença. Esta mensagem é muito diferente do que ouvimos hoje por aí, pois se prega o evangelho da paz, da vitória somente e muitos dizem que o cristão não pode experimentar derrotas. Dizem que é inadmissível e inaceitável que um filho de Deus viva na miséria e seja pobre, que se isso estiver acontecendo é porque você é fraco na fé, é porque você está em pecado ou que você esteja vivendo debaixo de maldições. Isso contribui para que muitas pessoas se decepcionem com Deus e fracassam na fé. Não era essa a mensagem de Jesus, antes, Ele diz: No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo (Jo 16.33).

Jesus está nos dizendo que a vida aqui é regada a muitos sofrimentos. Isso aconteceu até mesmo com Ele, pois Jesus teve fome, teve sede, chorou pela morte de um ente querido e foi acusado, julgado, condenado e morto injustamente. Há muitos outros exemplos na Bíblia quanto a isso. O propósito de Deus na vida de José era ser o Governador do Egito, mas antes ele passou pela amarga experiência da escravidão, sendo vendido pelos próprios irmãos e foi jogado em um cárcere inóspito por anos. O propósito de Deus na vida de Moisés era libertar o povo de Deus da escravidão do Egito e guia-los no deserto, mas antes disso Deus o levou ao deserto por 40 anos para pastorear ovelhas. O propósito de Deus na vida de Davi era o trono de Israel, mas antes do trono ele teve que viver nas cavernas, fugindo de um homem louco e sanguinário. O propósito de Deus na vida de Paulo era Roma, capital do Império Romano, mas antes ele teve que enfrentar ventos contrários, ventos parados, um verdadeiro tufão em sua vida e finalmente o naufrágio.

É propósito de Deus que sejamos salvos. É desígnio de Deus que cheguemos ao Céu. Então, seria natural que se esperasse uma viagem tranquila até lá, uma viagem segura, sem atropelos, sem incidentes, mas não é assim nossa viagem, pelo contrário, ela é muito turbulenta, recheada de provações e tribulações e assim vamos levando a vida alternando entre vitórias e derrotas, entre alegrias e tristezas, entre risos e lágrimas, sendo esculpido em nós, em meio às angústias, um caráter alinhado com a vontade de Deus e fortalecido na fé e esperança. O propósito de Deus é te conduzir até aos portais eternos da eternidade, para uma vitória gloriosa e te coroar com a coroa da vida, mas antes você terá que passar por desertos e vales para depois Deus te receber na glória. No momento, a mensagem de Jesus para você é: Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida (Ap 2.10). Que Deus te abençoe e te sustente na fidelidade! Amém!

Luiz Lobianco

luizlobianco@hotmail.com

 

segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

UMA VIAGEM TUMULTUADA: DENSAS TREVAS

Paulo está indo de navio para Roma. Esta viagem está relatada no livro de Atos capítulo 27. A viagem não foi nada tranquila, pelo contrário, ocorreram muitos incidentes e estamos fazendo uma analogia entre estes contratempos da viagem com nossas vidas. Depois de enfrentarem ventos contrários, ventos parados, ventos brandos e um tufão, aqueles homens passam agora por outra situação difícil: E, não aparecendo, havia já alguns dias, nem sol nem estrelas, caindo sobre nós grande tempestade, dissipou-se, afinal, toda a esperança de salvamento (At 27.20). O que representava para aqueles homens o sol e as estrelas? Tudo! Eles eram norteados de dia pelo sol e a noite pelas estrelas. Eles não tinham bússola! E mergulhados em densas trevas aqueles homens perderam a direção e não sabiam onde estavam e nem para onde iam. Era tão séria a situação que se dissipou deles toda esperança de salvação.

Você já passou por momento assim? Tão desorientado que não sabe o que fazer? Ou quem sabe, hoje, você esteja vivendo esta mesma situação? Tão perdido, tão desnorteado, que não sabe que rumo tomar? Achando que seu problema não tem mais jeito, não tem mais solução, que a vida perdeu o sentido, que sua história chegou ao fim, que nada mais de novo acontecerá em sua vida? Quem sabe você não esteja se sentindo no fundo do poço, sem nenhuma luz e com todas as portas fechadas, mergulhado em uma depressão profunda, em uma tristeza intensa, achando que nunca mais vai sair desta situação. Na verdade, não é fácil lidar com o silêncio do céu! É muito deprimente você orar e orar e não receber nenhuma resposta. Às vezes, consideramos nossa situação tão urgente e ficamos angustiados com a demora de uma resposta. Mas parece que o céu não tem pressa, que a palavra “urgente” parece não fazer parte do vocabulário de Deus. Caso você esteja vivendo uma situação assim com certeza seu coração está aflito e se sente sozinho em meio a uma tempestade, sentindo-se em trevas e quem está em trevas precisa urgentemente de luz.

Ninguém está em mais densas trevas do que aquele que não tem Jesus, aquele que ainda não se converteu a Cristo e não nasceu de novo tornando-se uma nova criatura. Quem está nesta situação caminha para a perdição eterna, para o inferno, porque sem norte, que é Jesus Cristo, jamais poderá chegar ao Céu. Jesus um dia falou para uma multidão que estava em trevas: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida (Jo 8.12). Jesus é a nossa luz. É Ele quem nos conduz na direção certa. É Ele quem conduz nossa vida ao destino apropriado que é a presença de Deus. Jesus confirma isso quando diz: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim (Jo 14.6). Jesus é o único guia até Deus. E se você não tem Jesus ainda está em trevas, pois assim Jesus falou: Portanto, caso a luz que em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão (Mt 6.23)! Sem Jesus você estará vivendo uma situação semelhante àquele navio que estava navegando às cegas, sem rumo certo. E se isso for uma verdade em sua vida, saiba que neste caminho você jamais chegará ao Céu e seu destino final será a perdição eterna. Contudo, aquele que se converte a Cristo tudo muda. A Bíblia assim diz daqueles que foram libertados por Cristo: Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor, no qual temos a redenção, a remissão dos pecados (Cl 1.13,14). Em Cristo recebemos nova vida.

Momentos de trevas, de dúvidas são inevitáveis na vida. Durante estes momentos não queira correr para achar soluções da razão, não tente remar o barco na tempestade, não queira conduzir o barco no momento de trevas, momento este em que você se encontra vulnerável e completamente desnorteado. Nestes momentos deixe Deus agir, pois a Bíblia diz que o justo vive pela fé (Hb 10.38). Portanto, deixe o Senhor agir! Em dias de trevas não use armas naturais, daquilo que é mais imediato. Antes, deixe Deus agir a seu tempo, pois o tempo pertence a Ele, a hora é decisão dele, no momento certo Ele vai agir. Na hora de trevas alimente-se da Palavra de Deus e dia-a-dia conserte sua vida diante do Senhor e veja o que Ele vai fazer. E o que quer que Ele faça, submeta-se e glorifique a Deus. Que Deus te abençoe e lhe conduza à verdadeira luz do mundo que é Jesus Cristo e lhe conceda um coração paciente, grato e submisso a Ele! Amém!

Luiz Lobianco

luizlobianco@hotmail.com