quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

SALVAÇÃO PELA GRAÇA MEDIANTE A FÉ: O ATALHO PELO SISTEMA DAS INDULGÊNCIAS

Estamos falando sobre a salvação do homem unicamente em Cristo, sendo ela o bem mais precioso para se adquirir. Mas, apesar de sua gratuidade, o homem sempre está em busca de fazer algo para adquiri-la por seus esforços e merecê-la e assim ter méritos pessoais na salvação. Para isso ele anda por atalhos, achando que através deles chegará ao Céu, mas estes atalhos são caminhos tortuosos e infundados na Palavra de Deus. Um destes atalhos é o sistema de indulgências. Este é um sistema criado pelo catolicismo medieval e ele, supostamente, facilitava bastante a salvação dos pecadores. Segundo a doutrina católica, para se obter o perdão dos pecados era necessário seguir uma ordem. Primeiro o arrependimento interno, depois a confissão perante um sacerdote e, por fim, a penitência, que era uma espécie de reparação pelo erro cometido e que dependia da gravidade da falta. Note neste procedimento a ausência da graça de Deus, a inutilidade da fé e a participação humana na penitência. Notem também que a absolvição era sacerdotal, ou seja, aplicada por um homem. E a Bíblia nos ensina que: TODOS PECARAM e carecem da glória de Deus (Rm 3.23). Não há exceção nesta menção para qualquer ser humano.

Entretanto, o perdão pelas indulgências se estendia apenas às consequências eternas do pecado, ou seja, a única coisa que ele conseguia era libertar o culpado do inferno, justamente àquilo que Cristo conquistou na cruz e nada mais precisa ser feito a não ser crer nele. A Bíblia diz: Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, PARA QUE TODO O QUE NELE CRÊ NÃO PEREÇA, MAS TENHA A VIDA ETERNA. Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. QUEM NELE CRÊ NÃO É JULGADO; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus (Jo 3.16-18). Era assim que a igreja deveria ensinar ao povo, mas para enaltecer a seus líderes e tornar o povo subjugado a eles, criou-se atalhos que não conduz a Deus e nem salva ao homem, pois neles se anula a graça de Deus e o sacrifício de Cristo na cruz, tornando-o dispensável.

As indulgências foram, inicialmente, usadas nas Cruzadas, em que os soldados lutavam em troca da remissão para si e para seus familiares, mas com o tempo achou-se uma forma mais lucrativa de aplica-las, pois se começou a vendê-las por uma boa quantia de dinheiro. Andava-se pelas ruas anunciando que, quando a moeda caia no cofre, e se ouvia o seu tilintar, naquele exato instante saia do purgatório a alma em favor de quem se havia comprado a indulgência e ia diretamente para o Céu. Tal ensino colocava valor para a salvação. Ou seja, não importava quem você era e nem o que havia feito, se você tinha dinheiro e depositasse nos cofres da igreja você comprava a sua salvação, anulando, dessa forma, a gratuidade da salvação que é pela graça de Deus, mediante a fé, através do sacrifício de Cristo na cruz.

Mas você podia não somente comprar a sua salvação como também poderia comprar a salvação de outra pessoa, seja seu parente ou não, contrariando o princípio da pessoalidade da salvação e negligenciado a essência da salvação que é o arrependimento pessoal, pois Deus não salva famílias, mas sim indivíduos. Outra coisa é que você poderia comprar a salvação não somente de quem estava vivo, mas também de quem já havia morrido, contrariando o princípio de que é somente em vida que temos a oportunidade de arrependimento e, assim, trilhar pelo estreito e apertado caminho que conduz ao Céu. Se você, em vida, trilhou pelo largo e espaçoso caminho, o único destino que este caminho conduz é ao inferno. Você estará perdido eternamente e nada mais poderá ser feito para mudar este destino.

Para o povo, em um tempo em que a igreja pregava ser tão difícil conseguir a salvação pessoal, aquela era uma rara oportunidade de adquirir a salvação. Não era por acaso que multidões se arrastavam atrás dos vendedores de indulgências. Afinal, comprar com um pouco de dinheiro algo que não tinha preço, na visão do povo era um excelente negócio. Mas caso você pudesse comprar a sua absolvição, estaria anulando o preço que Cristo pagou lá na cruz pelos nossos pecados. Que Deus te abençoe e lhe abra os olhos para que possa compreender o procedimento correto de sua salvação e não ande por meio de atalhos. Amém!

Luiz Lobianco

luizlobianco@hotmail.com

 

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