Estamos falando sobre a salvação do
homem unicamente em Cristo, sendo ela o bem mais precioso para se adquirir.
Mas, apesar de sua gratuidade, o homem sempre está em busca de fazer algo para
adquiri-la por seus esforços e merecê-la e assim ter méritos pessoais na
salvação. Para isso ele anda por atalhos, achando que através deles chegará ao
Céu, mas estes atalhos são caminhos tortuosos e infundados na Palavra de Deus.
Um destes atalhos é o sistema de indulgências. Este é um sistema criado pelo
catolicismo medieval e ele, supostamente, facilitava bastante a salvação dos
pecadores. Segundo a doutrina católica, para se obter o perdão dos pecados era
necessário seguir uma ordem. Primeiro o arrependimento interno, depois a
confissão perante um sacerdote e, por fim, a penitência, que era uma espécie de
reparação pelo erro cometido e que dependia da gravidade da falta. Note neste
procedimento a ausência da graça de Deus, a inutilidade da fé e a participação
humana na penitência. Notem também que a absolvição era sacerdotal, ou seja,
aplicada por um homem. E a Bíblia nos ensina que: TODOS PECARAM e carecem da glória de Deus (Rm 3.23).
Não há exceção nesta menção para qualquer ser humano.
Entretanto, o perdão pelas
indulgências se estendia apenas às consequências eternas do pecado, ou seja, a
única coisa que ele conseguia era libertar o culpado do inferno, justamente àquilo
que Cristo conquistou na cruz e nada mais precisa ser feito a não ser crer
nele. A Bíblia diz: Porque Deus amou ao
mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, PARA QUE TODO O QUE NELE CRÊ NÃO PEREÇA, MAS TENHA A VIDA ETERNA. Porquanto
Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o
mundo fosse salvo por ele. QUEM NELE CRÊ
NÃO É JULGADO; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do
unigênito Filho de Deus (Jo 3.16-18). Era assim que a igreja deveria
ensinar ao povo, mas para enaltecer a seus líderes e tornar o povo subjugado a
eles, criou-se atalhos que não conduz a Deus e nem salva ao homem, pois neles se
anula a graça de Deus e o sacrifício de Cristo na cruz, tornando-o dispensável.
As indulgências foram, inicialmente,
usadas nas Cruzadas, em que os soldados lutavam em troca da remissão para si e
para seus familiares, mas com o tempo achou-se uma forma mais lucrativa de
aplica-las, pois se começou a vendê-las por uma boa quantia de dinheiro.
Andava-se pelas ruas anunciando que, quando a moeda caia no cofre, e se ouvia o
seu tilintar, naquele exato instante saia do purgatório a alma em favor de quem
se havia comprado a indulgência e ia diretamente para o Céu. Tal ensino
colocava valor para a salvação. Ou seja, não importava quem você era e nem o
que havia feito, se você tinha dinheiro e depositasse nos cofres da igreja você
comprava a sua salvação, anulando, dessa forma, a gratuidade da salvação que é
pela graça de Deus, mediante a fé, através do sacrifício de Cristo na cruz.
Mas você podia não somente comprar a
sua salvação como também poderia comprar a salvação de outra pessoa, seja seu
parente ou não, contrariando o princípio da pessoalidade da salvação e
negligenciado a essência da salvação que é o arrependimento pessoal, pois Deus
não salva famílias, mas sim indivíduos. Outra coisa é que você poderia comprar
a salvação não somente de quem estava vivo, mas também de quem já havia
morrido, contrariando o princípio de que é somente em vida que temos a
oportunidade de arrependimento e, assim, trilhar pelo estreito e apertado
caminho que conduz ao Céu. Se você, em vida, trilhou pelo largo e espaçoso
caminho, o único destino que este caminho conduz é ao inferno. Você estará
perdido eternamente e nada mais poderá ser feito para mudar este destino.
Para o povo, em um tempo em que a
igreja pregava ser tão difícil conseguir a salvação pessoal, aquela era uma
rara oportunidade de adquirir a salvação. Não era por acaso que multidões se
arrastavam atrás dos vendedores de indulgências. Afinal, comprar com um pouco
de dinheiro algo que não tinha preço, na visão do povo era um excelente
negócio. Mas caso você pudesse comprar a sua absolvição, estaria anulando o
preço que Cristo pagou lá na cruz pelos nossos pecados. Que Deus te abençoe e
lhe abra os olhos para que possa compreender o procedimento correto de sua
salvação e não ande por meio de atalhos. Amém!
Luiz Lobianco
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