1
Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os
maus dias, e cheguem os anos dos quais dirás: Não tenho neles prazer;
2
antes que se escureçam o sol, a lua e as estrelas do esplendor da tua
vida, e tornem a vir as nuvens depois do aguaceiro;
3 no
dia em que tremerem os guardas da casa, os teus braços, e se curvarem os homens
outrora fortes, as tuas pernas, e cessarem os teus moedores da boca, por já
serem poucos, e se escurecerem os teus olhos nas janelas;
4 e os
teus lábios, quais portas da rua, se fecharem; no dia em que não puderes falar
em alta voz, te levantares à voz das aves, e todas as harmonias, filhas da
música, te diminuírem;
5 como
também quando temeres o que é alto, e te espantares no caminho, e te
embranqueceres, como floresce a amendoeira, e o gafanhoto te for um peso, e te
perecer o apetite; porque vais à casa eterna, e os pranteadores andem rodeando
pela praça;
6
antes que se rompa o fio de prata, e se despedace o copo de ouro, e se
quebre o cântaro junto à fonte, e se desfaça a roda junto ao poço,
7 e o
pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu (Ec 12.1-7).
Como
descrever sobre a vida? Como descrever sobre algo que todos têm, mas ao mesmo
tempo tão individualizado? A vida de duas pessoas podem até se cruzarem em
determinado ponto e, a partir daí, seguirem juntas até ao fim, mas mesmo assim
a individualidade não ficará para trás. Isso porque cada um de nós tem uma
história de vida, cheias de particularidades, e muitas delas únicas. Às vezes,
passamos a maior parte da vida ao lado de uma pessoa e passamos, a cada dia, a
conhecer profundamente aquela pessoa, seus gostos, seu caráter, suas atitudes,
mas mesmo assim podemos, depois de muito tempo, sermos surpreendido com algo
novo que desconhecíamos sobre ela, que nunca havíamos percebido nela. Gosto
muito de um ditado em que diz que a vida é uma caixinha de surpresas. E isso é
verdade! Nada sabemos de como será o próximo dia de nossa vida; e nem mesmo em
como terminará o atual. Quem já não teve a sua vida deslumbrantemente
transformada de um dia para outro? Quem já não teve a sua vida tragicamente
mudada de um dia para outro? Neste sentido é muito sábio o conselho de Jesus
quando diz: Portanto, não vos inquieteis
com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu
próprio mal (Mt 6.34). Há! Mas como é difícil controlar a ansiedade! Quando
tudo vai bem a alegria sobrepõe a ansiedade, mas quando as coisas vão mal ela
corrói nosso coração como um câncer.
Não
é apenas a particularidade da vida que nos impressiona, sua instabilidade
também é um grande mistério. Nossa vida é cheia de altos e baixos, em um dia
estamos sorrindo para as estrelas, no outro encharcamos o travesseiro de tanto
chorar, em um dia estamos vigorosamente saudável, em outro nos encontramos no
leito da enfermidade, em um dia estamos bem humorados, aceitando qualquer brincadeira,
em outro damos coices até no amigo que nos ampara; mudanças extremas de uma
hora para outra! Quantos que não dormem ricos e acordam pobres? Enquanto que
outros dormem pobres e acordam ricos! Quantos que não dormem saudáveis e
acordam enfermos? E outros que nem sequer chegam a acordar! Apesar de tantas
instabilidades a vida é muito preciosa, mas até nisso encontramos tremendas
divergências entre um e outro, pois enquanto uns dariam toda a sua fortuna para
prolongá-la, outros estão acabando com a sua por vontade própria.
A
vida é única e passageira. Diante disso todos são unânimes em pensar que se
deve aproveitar ao máximo a vida. Salomão também pensava assim, pois disse: Pelo que vi não haver coisa melhor do que
alegrar-se o homem nas suas obras, porque essa é a sua recompensa; quem o fará
voltar para ver o que será depois dele (Ec 3.22)? Mas até nisso divergimos
entre uns e outros. Alguns sabem realmente aproveitar a vida sem colocá-la em
risco ou prejudicá-la drasticamente no futuro, enquanto que outros, por
desejarem o máximo, atrelam à vida consequências danosas que tirará, no futuro,
todo o brilho e vigor da vida, isso quando não a perdem em sua plenitude.
Também é fato que, o que é bom e diversão para uns pode não ser bom para
outros, de forma que somente você sabe qual a melhor maneira de aproveitar a
sua vida. Entretanto, não deve se esquecer de que duas coisas devem andar
juntas: Proveito e preservação da vida, porque duas coisas jamais irão se
separar por mais que você queira: Proveito e consequência. Assim é a vida, um
grande dilema que, quando começamos a entendê-la e desvendar os seus mistérios
está na hora de partir e ir embora para sempre. Gostei muito deste verso que a
minha amiga Eliane Torres escreveu:
Cheia de
altos e baixos
Assim é a
vida,
Um círculo
consequente,
Dolorida
como uma ferida,
Calorosa
como uma despedida.
A vida é uma
flor,
Suas pétalas
caem,
Seu vigor
desvanece,
Ninguém se
atenta, ninguém percebe,
Mas é um milagre que todos os dias se repete.
Diante
do dilema da vida, deixo nestas palavras mais um de tantos conselhos que
circulam por aí. De todos os que já ouvi nenhum é tão completo como ele, pois
este não separa o proveito da consequência, coisa que todos os demais o fazem.
Este conselho diz: Alegra-te, jovem, na
tua juventude, e recreie-se o teu coração nos dias da tua mocidade; anda pelos
caminhos que satisfazem ao teu coração e agradam aos teus olhos; sabe, porém, que de todas estas coisas Deus
te pedirá contas. Afasta, pois, do teu coração o desgosto e remove da tua
carne a dor, porque a juventude e a primavera da vida são vaidade (Ec
11.9-10). Como somos individuais somente você pode decidir por você. Pense
nestas palavras e decida e que Deus te abençoe e te ilumine nesta tão
importante decisão! Amém!
Luiz
Lobianco
luizlobianco@hotmal.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário