sábado, 11 de novembro de 2017

A VIDA

1  Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais dirás: Não tenho neles prazer;
2  antes que se escureçam o sol, a lua e as estrelas do esplendor da tua vida, e tornem a vir as nuvens depois do aguaceiro;
3  no dia em que tremerem os guardas da casa, os teus braços, e se curvarem os homens outrora fortes, as tuas pernas, e cessarem os teus moedores da boca, por já serem poucos, e se escurecerem os teus olhos nas janelas;
4  e os teus lábios, quais portas da rua, se fecharem; no dia em que não puderes falar em alta voz, te levantares à voz das aves, e todas as harmonias, filhas da música, te diminuírem;
5  como também quando temeres o que é alto, e te espantares no caminho, e te embranqueceres, como floresce a amendoeira, e o gafanhoto te for um peso, e te perecer o apetite; porque vais à casa eterna, e os pranteadores andem rodeando pela praça;
6  antes que se rompa o fio de prata, e se despedace o copo de ouro, e se quebre o cântaro junto à fonte, e se desfaça a roda junto ao poço,
7  e o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu (Ec 12.1-7).
Como descrever sobre a vida? Como descrever sobre algo que todos têm, mas ao mesmo tempo tão individualizado? A vida de duas pessoas podem até se cruzarem em determinado ponto e, a partir daí, seguirem juntas até ao fim, mas mesmo assim a individualidade não ficará para trás. Isso porque cada um de nós tem uma história de vida, cheias de particularidades, e muitas delas únicas. Às vezes, passamos a maior parte da vida ao lado de uma pessoa e passamos, a cada dia, a conhecer profundamente aquela pessoa, seus gostos, seu caráter, suas atitudes, mas mesmo assim podemos, depois de muito tempo, sermos surpreendido com algo novo que desconhecíamos sobre ela, que nunca havíamos percebido nela. Gosto muito de um ditado em que diz que a vida é uma caixinha de surpresas. E isso é verdade! Nada sabemos de como será o próximo dia de nossa vida; e nem mesmo em como terminará o atual. Quem já não teve a sua vida deslumbrantemente transformada de um dia para outro? Quem já não teve a sua vida tragicamente mudada de um dia para outro? Neste sentido é muito sábio o conselho de Jesus quando diz: Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal (Mt 6.34). Há! Mas como é difícil controlar a ansiedade! Quando tudo vai bem a alegria sobrepõe a ansiedade, mas quando as coisas vão mal ela corrói nosso coração como um câncer.
Não é apenas a particularidade da vida que nos impressiona, sua instabilidade também é um grande mistério. Nossa vida é cheia de altos e baixos, em um dia estamos sorrindo para as estrelas, no outro encharcamos o travesseiro de tanto chorar, em um dia estamos vigorosamente saudável, em outro nos encontramos no leito da enfermidade, em um dia estamos bem humorados, aceitando qualquer brincadeira, em outro damos coices até no amigo que nos ampara; mudanças extremas de uma hora para outra! Quantos que não dormem ricos e acordam pobres? Enquanto que outros dormem pobres e acordam ricos! Quantos que não dormem saudáveis e acordam enfermos? E outros que nem sequer chegam a acordar! Apesar de tantas instabilidades a vida é muito preciosa, mas até nisso encontramos tremendas divergências entre um e outro, pois enquanto uns dariam toda a sua fortuna para prolongá-la, outros estão acabando com a sua por vontade própria.
A vida é única e passageira. Diante disso todos são unânimes em pensar que se deve aproveitar ao máximo a vida. Salomão também pensava assim, pois disse: Pelo que vi não haver coisa melhor do que alegrar-se o homem nas suas obras, porque essa é a sua recompensa; quem o fará voltar para ver o que será depois dele (Ec 3.22)? Mas até nisso divergimos entre uns e outros. Alguns sabem realmente aproveitar a vida sem colocá-la em risco ou prejudicá-la drasticamente no futuro, enquanto que outros, por desejarem o máximo, atrelam à vida consequências danosas que tirará, no futuro, todo o brilho e vigor da vida, isso quando não a perdem em sua plenitude. Também é fato que, o que é bom e diversão para uns pode não ser bom para outros, de forma que somente você sabe qual a melhor maneira de aproveitar a sua vida. Entretanto, não deve se esquecer de que duas coisas devem andar juntas: Proveito e preservação da vida, porque duas coisas jamais irão se separar por mais que você queira: Proveito e consequência. Assim é a vida, um grande dilema que, quando começamos a entendê-la e desvendar os seus mistérios está na hora de partir e ir embora para sempre. Gostei muito deste verso que a minha amiga Eliane Torres escreveu:
Cheia de altos e baixos
Assim é a vida,
Um círculo consequente,
Dolorida como uma ferida,
Calorosa como uma despedida.
A vida é uma flor,
Suas pétalas caem,
Seu vigor desvanece,
Ninguém se atenta, ninguém percebe,
Mas é um milagre que todos os dias se repete.
Diante do dilema da vida, deixo nestas palavras mais um de tantos conselhos que circulam por aí. De todos os que já ouvi nenhum é tão completo como ele, pois este não separa o proveito da consequência, coisa que todos os demais o fazem. Este conselho diz: Alegra-te, jovem, na tua juventude, e recreie-se o teu coração nos dias da tua mocidade; anda pelos caminhos que satisfazem ao teu coração e agradam aos teus olhos; sabe, porém, que de todas estas coisas Deus te pedirá contas. Afasta, pois, do teu coração o desgosto e remove da tua carne a dor, porque a juventude e a primavera da vida são vaidade (Ec 11.9-10). Como somos individuais somente você pode decidir por você. Pense nestas palavras e decida e que Deus te abençoe e te ilumine nesta tão importante decisão! Amém!
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmal.com


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