O
escritor cristão C. S. Lewis escreveu: "Deus sussurra em nossos prazeres,
fala em nossa consciência, mas grita em nossas dores". O interessante
desta frase é que nela aparecem três formas de Deus se manifestar: Sussurrando,
falando e gritando. Quando olhamos para a História da humanidade podemos
perceber momentos em que Deus está sussurrando, em outros Ele está falando, mas
em outros percebemos Deus gritando à humanidade. E nós, que temos o privilégio
de conhecer a Deus e a sua Palavra, podemos perceber que Deus está gritando ao
mundo inteiro em nossos dias. O período intertestamentário, que é o tempo entre
a última parte do Antigo Testamento e a aparição de Jesus Cristo, é conhecido
como o período em que não houve nenhuma palavra profética de Deus, sendo este
período conhecido como os 400 anos de silêncio. Entretanto, Deus não estava
inerte neste período, pois a atmosfera política, religiosa e social da
Palestina mudou significantemente durante esse período. Deus, na verdade,
estava preparando o mundo para o surgimento de Jesus Cristo.
Quando
este período começou o Império Persa estava dominando o mundo. Ele, então, foi
dominado pelo império Grego, sendo o mundo influenciado pela cultura grega, a
qual era reprovada por Deus. Os gregos, por sua vez, foram dominados pelos
romanos e o mundo, mais uma vez, é influenciado por uma cultura politeísta,
mundana e que não agradava a Deus. Se a coisa já era ruim a miscigenação da
cultura grega com a romana ficou ainda pior. Na mistura das culturas grega,
romana e hebraica surgiram dois grupos religiosos: Os fariseus e os saduceus. E
neste cenário Jesus nasceu. Os judeus, neste momento, estavam desanimados com a
situação, pois mais uma vez eles estavam conquistados, oprimidos e poluídos. A
esperança estava nas últimas e a fé mais ainda. Eles estavam convencidos de que
a única coisa que podiam salvar a eles e a sua fé era a aparição do Messias.
Neste momento Deus estava falando com eles aos gritos, mas eles não ouviram a
voz de Deus, porque eles tinham em sua mente a forma como Deus deveria
intervir, mas como Deus não segue nenhuma orientação humana, Ele se manifesta
de forma inesperada e é rejeitado.
Não
é diferente a situação hoje. Vivemos no final do período intermediário entre a
primeira e a segunda vinda de Cristo. Se Cristo mudou o mundo em sua primeira
vinda, muito mais o fará em sua segunda vinda. O mundo, influenciado pelo
movimento humanista, que nada mais é do que a miscigenação condensada das
culturas mundanas, reprovadas por Deus, vive tão distante de Deus quanto no
início deste período, pois passado mais de dois mil anos o homem continua
rejeitando a Deus. Deus, que é Eterno, executa suas ações visualizando em sua
mente o plano que Ele mesmo arquitetou para a humanidade. Deus não está inerte
e nem tampouco calado diante de toda a negligência do ser humano para com Ele.
Assim como os judeus tinham uma mentalidade a respeito de Deus por ocasião do
nascimento de Cristo, assim a humanidade tem hoje a sua concepção de Deus.
Assim como os judeus estavam equivocados na forma em que Deus agiria para
libertá-los do Império Romano, assim a humanidade está sendo iludida a respeito
de Deus e o que Ele fará se as coisas continuarem no pé que estão. E assim como
os judeus ficaram frustrados com a manifestação de Deus quando Jesus nasceu,
assim a humanidade se decepcionará com suas perspectivas sobre Deus quando
Jesus Cristo voltar. No entanto, em meio a toda rebeldia e deturpação da
humanidade, Deus não está calado, pois assim como proclamou em alta voz ao
mundo quando Cristo nasceu, assim está proclamando ao mundo de que Ele está
voltando.
Deus,
no Antigo Testamento, tinham os profetas que gritavam as mensagens de Deus nas
esquinas das praças ou nos portais do templo. Os israelitas podiam aceitar ou
recusar a mensagem, mas Deus não deixava de falar e de fazer ouvir a sua voz
através dos seus profetas. Hoje, Deus não tem esses profetas, mas mesmo assim
Ele se põe a gritar nas ruas os pecados da humanidade. Nada mudou, pois os
mensageiros de Deus que chamam ao arrependimento não são ouvidos também hoje em
dia. Eles não têm espaço nos meios de comunicação, porque não são agradáveis de
ouvir e não aumenta a audiência com seus programas. Os poucos que são ouvidos
são os que dão falsas mensagens de paz a um mundo que não conhece a paz. Nem
por isso Deus se cala, pois um dia Ele assim falou ao seu profeta: Filho do homem, eu te envio aos filhos de
Israel, às nações rebeldes que se insurgiram contra mim; eles e seus pais
prevaricaram contra mim, até precisamente ao dia de hoje. Os filhos são de duro
semblante e obstinados de coração; eu te envio a eles, e lhes dirás: Assim diz
o SENHOR Deus. Eles, quer ouçam quer
deixem de ouvir, porque são casa rebelde, hão
de saber que esteve no meio deles um profeta (Ez 2.3-5). Os sussurros e
a voz delicada de Deus não são ouvidos pela humanidade. Então, Deus tem que se
fazer ouvir de uma maneira extrema e dolorosa, que às vezes é quando ocorrem
coisas terríveis como um terremoto, uma tragédia imprevisível, uma catástrofe
que cobre de luto não somente um país, mas o mundo. Quando isso ocorre as
pessoas procuram explicações. Surgem, então, recriminações e hipóteses. No
entanto, as pessoas não param para olhar para o céu e escutar os gritos de Deus.
Deus gritou à humanidade nos dias de Noé, estes não o ouviram e veio o dilúvio.
Deus gritou para Sodoma e Gomorra, estes não o ouviram e fogo do céu as consumiram. O
que faz você pensar que hoje será diferente com o mundo virando as costas para Deus?
E quanto a você, meu prezado leitor, tem ouvido os gritos de Deus? Pense nisso
e que Deus te abençoe! Amém!
Luiz
Lobianco
luizlobianco@hotmail.com
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