A
famosa propaganda do Banco Bamerindus dizia: “O tempo passa, o tempo voa...” E
como voa! É uma ansiedade tão grande para chegar logo na casa dos vinte para
alcançar a maioridade e depois torcer para o tempo ir mais devagar, mas não
adianta, ele não para, pois depois dos vinte ele parece decolar para uma viagem
frenética até seu destino final. Nesse tempo que voa, a cada dia que passa,
sentimos as mudanças do nosso corpo e começamos a perceber que, desde que nascemos
o gráfico do nosso corpo não é crescente, mas sim decrescente. A Bíblia
confirma isso. Jó disse: O homem, nascido
de mulher, vive breve tempo, cheio de inquietação. Nasce como a flor e murcha;
foge como a sombra e não permanece (Jó 14.1,2). Ele está se referindo ao
corpo, que nasce belo e formoso, com todo vigor, e morre velho e falido, como a
flor, tão esplendorosa em seu nascimento, mas termina sua existência murcha. O
salmista fala a mesma coisa quando diz: Quanto
ao homem, os seus dias são como a relva; como a flor do campo, assim ele
floresce; pois, soprando nela o vento, desaparece; e não conhecerá, daí em
diante, o seu lugar (Sl 103.15,16).
Esta
mudança radical do corpo faz as pessoas temerem a velhice, mas este é o destino
de todos e independente de estarmos ou não preparados vamos chegar lá. Alguns
se adaptam rápido e vivem no ritmo da vida, enquanto que outros demoram um
pouco para entrar na dança, mas para alguns esse fato tão natural é
traumatizante. A velhice é um dos maiores desafios da ciência. Descobrir a
forma de neutralizar os efeitos do envelhecimento é o sonho de qualquer
cientista e os arquibilionários dariam toda a sua fortuna pela “fonte da
juventude”. Mas o mais longe que a ciência chegou até agora foi amenizar a
situação, fazendo da indústria do bem-estar uma das mais prósperas dos últimos
anos. E não há nada de errado em se buscar viver melhor, de uma forma mais
agradável, mais feliz, desde que isso não vire obcessão. Mas a velhice pode ser
encarada de outra forma. Apesar de a imortalidade ser tão ansiada nesta vida,
ela é uma realidade para o homem, mas não nesta vida, e sim na pós-vida. Paulo,
falando sobre a ressurreição do corpo, disse que nem todos ressuscitarão,
porque alguns estarão vivos quando ela ocorrer. Mas ele disse que estes vivos
serão transformados, porque é necessário
que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que o corpo
mortal se revista da imortalidade (1 Co 15.53).
Pensando
nisso podemos encarar o envelhecimento como uma cerimônia, como uma preparação
para recebermos a imortalidade. Na imensurável sabedoria de Deus, antes de Ele
nos conceder a imortalidade, nos faz passar pela mortalidade, antes de nos
conceder um corpo imortal, Ele nos concede um corpo mortal, antes de nos dar a
vida eterna, Ele nos faz viver em um casulo, de forma que, quando este casulo
se romper estaremos prontos e renasceremos imortais. E não é isso que está
acontecendo comigo e com você? Não estamos vivendo em um corpo que está falindo?
Um corpo que está perdendo seu vigor? Não temos que ficar deprimidos com as
chagas do envelhecimento. Sei que não é nada fácil perder o vigor, perder a
saúde, conviver com dores, mudar o estilo de vida em função de doenças, mas na
verdade o corpo está como que expurgando todo este mal que nada mais é do que
um intruso que penetrou surdinamente na criação de Deus. É isso que Paulo quer
nos falar quando diz: Sabemos que, se a
nossa casa terrestre deste tabernáculo (que é nosso corpo) se desfizer, temos
da parte de Deus um edifício (outro corpo), casa não feita por mãos, eterna,
nos céus. E, por isso, neste tabernáculo (neste corpo), gememos, aspirando por
sermos revestidos da nossa habitação celestial (novo corpo); Pois, na verdade,
os que estamos neste tabernáculo (neste corpo) gememos angustiados, não por
querermos ser despidos, mas revestidos, para que o mortal seja absorvido pela
vida. Ora, foi o próprio Deus quem nos preparou para isto (2 Co 5.1-5).
Portanto, meu amigo, não estamos morrendo, mas sim sendo preparados para
recebermos a imortalidade.
Não
podemos nos esquecer de que fomos criados com dois elementos: Corpo e alma. Se
por um lado o corpo nasce para a decadência, o mesmo não se pode dizer da alma.
A cada dia que passa o corpo vai morrendo e a alma vai adquirindo mais e mais experiências.
Se você passou pela adolescência e pela juventude sabe muito bem o quanto isso
é uma realidade. É por isso que todo pai e toda mãe tem sempre os mesmos
conselhos para os filhos, porque eles já viveram o que hoje eles vivem, eles já
pensaram como hoje eles pensam, eles já passaram pelo ciclo da transformação
que hoje eles estão passando e procuram evitar que a passagem deste ciclo seja
menos doloroso para seus filhos do que foi para eles. E do ponto de vista espiritual
há uma última coisa a se pensar, que na realidade deve vir em primeiro lugar. Apesar
de todos receberem a imortalidade, nem todos vão para o mesmo lugar, pois há um
destino em que a presença de Deus será uma realidade, enquanto que o outro destino
tem como fatalidade a completa ausência de Deus. Não há meio termo. Ou você vai
para o primeiro ou vai para o segundo. Portanto, neste casulo em que a sua alma
hoje vive você decidirá o seu destino final e depois de concretizado a sua decisão
você ressurgirá, imortal em corpo e alma para viver no destino que você escolheu.
Que Deus te abençoe a escolher viver no primeiro destino, porque lá a eternidade
será maravilhosa, magnífica, surpreendente! Amém!
Luiz
Lobianco
luizlobianco@hotmail.com
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