Todos,
sem exceção, vivenciamos a dor e o sofrimento em muitos momentos da vida. Neste
ponto não há distinção entre um e outro, pois todos nós estamos susceptíveis à
dor e ao sofrimento, independente de nossa situação social. Mark W. Baker diz:
“Sofrer não é uma opção, pois muitas
vezes o sofrimento se impõe”. Então, se estamos procurando uma solução para
a dor e o sofrimento que nos aflige, temos que descartar a possibilidade de sua
eliminação da nossa vida, por mais que venhamos a implorar isso a Deus, porque
a dor e o sofrimento na vida são inevitáveis; a distinção que existe entre uns
e outros neste ponto é a forma como lidamos com eles. Mark diz: “Mas a forma de sofrer é uma escolha nossa.
Contudo, independente da forma escolhida, devemos aprender a melhor maneira de
sofrer se quisermos fazer da dor uma ferramenta para o nosso crescimento”. Deus,
na Sua infinita graça e sabedoria dá-nos a capacidade de lidar com a dor.
Contudo, quando nos aproximamos de Deus com a nossa dor devemos estar
conscientes de que os seus métodos de cura nem sempre são aqueles com os quais
contamos e seu agir nem sempre é da forma como queremos. Aprender como Deus
lida com a nossa dor é um passo muito importante para a superação do nosso
sofrimento e com certeza isso vai promover nosso crescimento e nossa felicidade,
pois apesar de nos surpreendermos com os métodos sublimes de Deus, o poder
curativo de seu amor é inquestionável, não sendo encontrado remédio melhor.
Sentir-se
abandonado por Deus na hora do sofrimento é quase que impossível e este
sentimento nem sempre é uma declaração de falta de fé, pois ele pode ser um
sentimento natural de um ser decaído e incapaz, no qual se tornou o homem sem
Deus; um sentimento que demonstra nossa insegurança e nossos medos diante de um
gigante que é a dor e o sofrimento. Este sentimento nos faz sentir sozinhos e abandonados
à mercê de nossa dor e esta sensação de solidão nos leva ao desespero. Creio
que nenhuma palavra expressa o mais completo abandono quanto às ditas por Jesus
na cruz: Deus meu, Deus meu, por que me
desamparaste (Mt 27.46)? Jesus assim bradou porque se sentiu sozinho
naquela cruz. E isso aconteceu porque, naquele momento, Ele estava nos
representando em sua missão de resgatar o homem perdido, algo que somente Ele
poderia fazê-lo. Portanto, se em algum momento de dor você já se sentiu sozinho
e abandonado lembre-se de que o próprio Senhor Jesus já experimentou esse tipo
de dor. Apesar de ser um sentimento natural de um ser que tem grande tendência
de viver se lamuriando diante de Deus, precisamos lidar com ele corretamente,
porque certamente conseguiremos superar a dor, desde que não estivermos
atravessando sozinho o deserto árido do sofrimento.
Gritar
na hora da dor não é errado e nem pecado. Sofrer calado é muito perigoso! Jó é
conhecido pela sua paciência, mas se tem uma coisa que Jó não ficou foi calado
diante da dor. Constantemente ele expressava sua dor e seu sofrimento a Deus.
Ele dizia: Os meus olhos se desfazem em lágrimas diante de Deus
(Jó 16.20). Por isso, não reprimirei a
boca, falarei na angústia do meu
espírito, queixar-me-ei na amargura
da minha alma (Jó 7.11).
Davi foi o homem segundo o coração de Deus, mas também não se calou diante da
dor. Ele dizia: Estou cansado de tanto
gemer; todas as noites faço nadar o meu
leito, de minhas lágrimas o alago (Sl 6.6). Por pão tenho comido cinza e
misturado com lágrimas a minha bebida (Sl 102.9). Como nos
identificamos com Jó e Davi em muitos momentos da vida! Na hora da gratidão
expressamos louvor e sentimos Deus nos acolher em seus braços e ouvimos a voz
dele falar ao coração, mas na hora do desespero, quando clamamos, às vezes a
sensação que temos é de encontrar uma porta fechada e tudo que conseguimos ouvir
é o barulho de uma tranca sendo passada na porta. O silêncio de Deus nos
perturba! A demora de Deus deixa-nos inquietos! A falta de urgência de Deus nos
deixa em desespero!
Precisamos
aprender a lidar com a dor e o sofrimento! Precisamos parar de exigir que Deus
retire de nós a dor e o sofrimento! Precisamos nos posicionar corretamente
diante deste gigante que nos atemoriza, porque conforme o nosso posicionamento
a dor e o sofrimento nos aproximará ainda mais de Deus, mas ele também pode nos
afastar ainda mais de Deus e das pessoas. A coisa mais importante que Deus nos
concede para que a dor e o sofrimento nos aproximem dele e não nos afaste ainda
mais é a sua presença. Davi dizia: Na minha angústia, invoquei o SENHOR, gritei
por socorro ao meu Deus. Ele do seu templo ouviu a minha voz, e o meu clamor lhe penetrou os ouvidos (Sl
18.6). Jó, depois de sua angústia disse: Eu
te conhecia só de ouvir, mas agora os
meus olhos te vêem. Por isso, me abomino e me arrependo no pó e na cinza
(Jó 42.5,6). A presença de Deus na vida destes homens foi o diferencial para
suas vitórias. Portanto, quando estiveres sofrendo, volte-se para Deus e deixe
que Ele seja a sua força. Não sofra sozinho! Não guarde rancor! Deus não deseja
isso e promete estar presente para nos sustentar na hora da tribulação. Que
Deus assim te abençoe! Amém!
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com
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