sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

SALVAÇÃO PELA GRAÇA MEDIANTE A FÉ: A INSUFICIÊNCIA DE NOSSAS OBRAS

Temos falado sobre a gratuidade da salvação. Que somos salvos tão somente pela graça de Deus, mediante a fé que Ele mesmo desperta em nós e através desta fé cremos em Jesus e, assim, somos justificados diante de Deus mediante o sacrifício de Jesus lá na cruz. Temos muito falado que neste procedimento todo não existe uma única razão do homem se vangloriar diante de Deus por qualquer participação dele em sua salvação, pois ela é uma obra exclusiva de Deus. Dele procede toda iniciativa. Hoje quero falar da insuficiência de nossas obras em relação à salvação. Não vou lhe dizer que nossas obras são insignificantes, pois elas têm um papel significativo na eternidade. Jesus mesmo confirma isso quando diz: E eis que venho sem demora, E COMIGO ESTÁ O GALARDÃO QUE TENHO PARA RETRIBUIR A CADA UM SEGUNDO AS SUAS OBRAS (Ap 22.12). E Paulo diz: Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, PARA QUE CADA UM RECEBA SEGUNDO O BEM OU O MAL QUE TIVER FEITO POR MEIO DO CORPO (2 Co 5.10). Para a salvação nossas obras são inúteis, mas quanto ao recebimento de galardão elas são requisitos, e são provas contundentes para a condenação no tribunal de Cristo.

O termo obras é muito abrangente. Neste texto quero me referir às obras da Lei. E o que são as obras da Lei? São as ações que a Lei regimenta no cumprimento de rituais sagrados. Entre estas ações estão aquelas nas quais estaremos focando, que são observâncias de dias, de comidas e bebidas e de usos e costumes. Sabemos da importância da Lei que faz parte da Antiga Aliança e agora, em Cristo, vivemos a Nova Aliança. Nesta renovação de aliança vivemos uma nova visão das obras da Lei. O autor de Hebreus, falando sobre a Antiga Aliança, assim diz sobre ela: OS QUAIS NÃO PASSAM DE ORDENANÇAS DA CARNE, BASEADAS SOMENTE EM COMIDAS, E BEBIDAS, e diversas abluções, IMPOSTAS ATÉ AO TEMPO OPORTUNO DE REFORMA (Hb 9.10). Observe que ele fala que a imposição da Lei iria até determinado tempo em que sofreria uma reforma, ou seja, uma renovação. E Paulo assim fala a respeito da inutilidade da observância de comida: NÃO É A COMIDA QUE NOS RECOMENDARÁ A DEUS, POIS NADA PERDEREMOS, SE NÃO COMERMOS, E NADA GANHAREMOS, SE COMERMOS (1 Co 8.8). Paulo assim falava porque havia nele uma convicção: PORQUE O REINO DE DEUS NÃO É COMIDA NEM BEBIDA, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo (Rm 14.17). E por causa disso ele nos adverte: Portanto, QUER COMAIS, QUER BEBAIS OU FAÇAIS OUTRA COISA QUALQUER, FAZEI TUDO PARA A GLÓRIA DE DEUS (1 Co.10.31). Mas como havia ainda muita divergência na Igreja por causa de comida, bebida e dias, Paulo escreve para a Igreja e diz: NINGUÉM, POIS, VOS JULGUE POR CAUSA DE COMIDA E BEBIDA, OU DIA DE FESTA, OU LUA NOVA, OU SÁBADOS (Cl 2.16).

Temos na Bíblia o exemplo de uma igreja que, ao se converter, abandonou todos os rudimentos da Lei. Mas, por causa da interferência de alguns judeus retornaram a eles. E Paulo lhes escreve dizendo: ADMIRA-ME QUE ESTEJAIS PASSANDO TÃO DEPRESSA DAQUELE QUE VOS CHAMOU NA GRAÇA DE CRISTO PARA OUTRO EVANGELHO, o qual não é outro, senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo (Gl 1.6-7). A igreja dos Gálatas estava voltando aos rudimentos da Lei e nesta carta Paulo os adverte quanto a isso: Mas agora que conheceis a Deus ou, antes, sendo conhecidos por Deus, COMO ESTAIS VOLTANDO, OUTRA VEZ, AOS RUDIMENTOS FRACOS E POBRES, AOS QUAIS, DE NOVO, QUEREIS AINDA ESCRAVIZAR-VOS? GUARDAIS DIAS, E MESES, E TEMPOS, E ANOS. Receio de vós tenha eu trabalhado em vão para convosco (Gl 4.9-11). Paulo repreende veementemente a igreja por causa deste assunto.

E não foi somente a igreja dos Gálatas que enfrentou este problema. Veja este ocorrido que Paulo menciona: Quando, porém, Cefas veio a Antioquia, resisti-lhe face a face, porque se tornara repreensível. COM EFEITO, ANTES DE CHEGAREM ALGUNS DA PARTE DE TIAGO, COMIA COM OS GENTIOS; QUANDO, PORÉM, CHEGARAM, AFASTOU-SE E, POR FIM, VEIO A APARTAR-SE, TEMENDO OS DA CIRCUNCISÃO. E também os demais judeus dissimularam com ele, A PONTO DE O PRÓPRIO BARNABÉ TER-SE DEIXADO LEVAR PELA DISSIMULAÇÃO DELES. Quando, porém, VI QUE NÃO PROCEDIAM CORRETAMENTE SEGUNDO A VERDADE DO EVANGELHO, disse a Cefas, na presença de todos: se, sendo tu judeu, vives como gentio e não como judeu, por que obrigas os gentios a viverem como judeus? Nós, judeus por natureza e não pecadores dentre os gentios, sabendo, contudo, que O HOMEM NÃO É JUSTIFICADO POR OBRAS DA LEI, E SIM MEDIANTE A FÉ EM CRISTO JESUS, também temos crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo e não por obras da lei, POIS, POR OBRAS DA LEI, NINGUÉM SERÁ JUSTIFICADO (Gl 211-16). O Novo Testamento não deixa nenhuma dúvida de que a Igreja, em seus primórdios, mesmo sofrendo com a interferência de judeus que se convertiam ao cristianismo, foi se abstendo dos regimentos da Lei e crescendo a cada dia no evangelho, conforme os ensinamentos dos Apóstolos de Cristo. Pense nisso!

Luiz Lobianco

luizlobianco@hotmail.com

 

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