13 Se eu cerrar os céus de modo que não haja
chuva, ou se ordenar aos gafanhotos que consumam a terra, ou se enviar a peste
entre o meu povo;
14 se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se
humilhar, e orar, e me buscar, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu
ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra.
15 Estarão abertos os meus olhos e atentos os
meus ouvidos à oração que se fizer neste lugar.
16 Porque escolhi e santifiquei esta casa, para
que nela esteja o meu nome perpetuamente; nela, estarão fixos os meus olhos e o
meu coração todos os dias (2 Cr 7.13-16).
Você
conhece a oração de Daniel? Ela tem elementos que são indispensáveis em uma
oração. Ela começa assim: Orei ao SENHOR,
meu Deus, confessei e disse: ah! Senhor! Deus grande e temível, que guardas a
aliança e a misericórdia para com os que te amam e guardam os teus mandamentos
(Dn 9.4). A primeira coisa que notamos aí é a reverência. Daniel se dirige a
Deus em um profundo senso de reverência quando diz: Ah! Senhor! Deus grande e temível.
Deus é Grande! E Deus é tão temível que os próprios anjos não ousam olhar
diretamente para Ele, mas cobrem o rosto quando estão diante dele. Daniel
reconhece isso e chega reverentemente diante de Deus. Quantas vezes nós
perdemos este censo de reverência diante da Majestade de Deus, diante da Glória
de Deus. Quantas pessoas não dão a Deus o respeito devido à sua grandeza, à sua
soberania, à sua majestade como Daniel demonstra aqui. Às vezes, nós
demonstramos uma intimidade com Deus apenas na verbalização, sem nenhum
respeito. Sempre vemos pessoas chamarem a Deus de “paizinho”, mas esta
intimidade tão popular descreve apenas uma intimidade na verbalização, não uma
intimidade no relacionamento, além de parecer mais uma falta de reverência do
que intimidade para com Deus.
A
segunda coisa que podemos notar é a confiança de Daniel em Deus quando diz: Que
guardas a aliança. Que coisa boa é poder se aproximar de Deus e souber
que Deus é fiel, que Deus não volta atrás em Sua Palavra, que Deus vela pela
Sua Palavra em cumpri-la, que se pode crer naquilo que Deus fala, pois o que
Deus fala é verdade porque Ele é o Deus que não pode mentir e sua Palavra jamais
cairá por terra. Daniel adora a Deus por causa da sua fidelidade. Ele pode
confiar em Deus por saber que Deus é fiel as suas promessas. Daniel adora a
Deus também por causa da sua misericórdia e a sua prontidão em perdoar: Que
guardas ... a misericórdia para com os
que te amam e guardam os teus mandamentos. Ele era grato a Deus por ter
sido perdoado por Ele. Nós também podemos adorar com reverência a este Deus
Sublime, podemos confiar neste Deus Supremo, podemos descansar neste Deus
misericordioso e fiel o qual cumprirá em nós as suas promessas.
A
oração de Daniel é uma oração de confissão de pecados, uma das mais ricas, mais
profundas orações da Bíblia. Daniel faz uma confissão coletiva quando diz: Temos
pecado e cometido iniqüidades, procedemos perversamente e fomos rebeldes,
apartando-nos dos teus mandamentos e dos teus juízos; e não demos ouvidos aos teus servos, os profetas, que em teu nome
falaram aos nossos reis, nossos príncipes e nossos pais, como também a todo o
povo da terra (Dn 9.5,6). Daniel compreende que ele, os líderes do povo e o
povo pecaram contra Deus. Daniel não apresenta justificativas nem transferência
de culpa, mas assume a culpa e os erros quando diz que todos eles pecaram.
Todos são culpados: Ele, os líderes e o povo. Uma confissão coletiva, uma
consciência geral de que o pecado atingiu a todos. E na oração ele ainda
específica os pecados: Cometemos iniquidades, procedemos perversamente, fomos
rebeldes, apartamos dos mandamentos de Deus e não damos ouvidos aos profetas. Daniel
está dizendo que Deus falou e eles não ouviram, Deus ordenou e eles não
obedeceram, Deus fez grandes maravilhas e eles não agradeceram. Daniel não
generaliza, ele especifica que tipo de pecados o povo tem cometido, ele cita
pecados específicos.
Às
vezes, nossa confissão é genérica: Deus perdoa as minhas multidões de pecados,
mas não diz que pecados são esses. Precisamos aprender a chegar diante de Deus
e dizer: Deus eu rebelei contra Ti, eu desobedeci ao Senhor, eu não ouvi a tua
voz, eu não atendi a voz dos seus profetas, eu não obedeci aos teus
mandamentos, eu não fui fiel ao Senhor. Precisamos chegar diante de Deus com
tamanha contrição e dizer: Deus há pecado em minha vida, Deus há rebeldia em
minha vida, Deus há rebelião em minha vida, Deus há transgressão em minha vida,
Deus há endurecimento de coração em minha vida. Precisamos chegar para Deus e
falar a Ele qual é o pecado que temos cometido. Esta é a verdadeira confissão,
a confissão específica. E esta confissão deve ser feita a Deus e não a homens.
A
oração de Daniel é também uma oração sincera: Ó SENHOR, a nós pertence o corar de vergonha, aos nossos reis, aos nossos príncipes e aos nossos pais, porque temos
pecado contra ti (Dn 9.8). Daniel está envergonhado! Daniel está corado de
vergonha por causa do seu pecado. Ele sabe que os males que vieram sobre o povo
foram provocados pela desobediência e pela rebeldia do povo, porque o pecado
trás opróbrio, vergonha, dor, humilhação e derrota. O grande drama da
atualidade é que o pecado não nos choca mais, não nos envergonha mais. Nós
estamos perdendo a sensibilidade pelo pecado. O mundo jamais colheu tanta
desgraça, fruto do pecado, como nos dias de hoje e mais do que nunca precisamos
orar como Daniel, chegar diante de Deus com confissão sincera e dizer que a nós
pertence o corar de vergonha porque temos pecado. Que Deus nos abençoe a termos
esta atitude corajosa! Amém!
Luiz
Lobianco
luizlobianco@hotmail.com