sábado, 29 de julho de 2017

ELEMENTOS DA ORAÇÃO: SINCERIDADE, REVERÊNCIA E CONFISSÃO

13  Se eu cerrar os céus de modo que não haja chuva, ou se ordenar aos gafanhotos que consumam a terra, ou se enviar a peste entre o meu povo;
14  se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e me buscar, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra.
15  Estarão abertos os meus olhos e atentos os meus ouvidos à oração que se fizer neste lugar.
16  Porque escolhi e santifiquei esta casa, para que nela esteja o meu nome perpetuamente; nela, estarão fixos os meus olhos e o meu coração todos os dias (2 Cr 7.13-16).
Você conhece a oração de Daniel? Ela tem elementos que são indispensáveis em uma oração. Ela começa assim: Orei ao SENHOR, meu Deus, confessei e disse: ah! Senhor! Deus grande e temível, que guardas a aliança e a misericórdia para com os que te amam e guardam os teus mandamentos (Dn 9.4). A primeira coisa que notamos aí é a reverência. Daniel se dirige a Deus em um profundo senso de reverência quando diz: Ah! Senhor! Deus grande e temível. Deus é Grande! E Deus é tão temível que os próprios anjos não ousam olhar diretamente para Ele, mas cobrem o rosto quando estão diante dele. Daniel reconhece isso e chega reverentemente diante de Deus. Quantas vezes nós perdemos este censo de reverência diante da Majestade de Deus, diante da Glória de Deus. Quantas pessoas não dão a Deus o respeito devido à sua grandeza, à sua soberania, à sua majestade como Daniel demonstra aqui. Às vezes, nós demonstramos uma intimidade com Deus apenas na verbalização, sem nenhum respeito. Sempre vemos pessoas chamarem a Deus de “paizinho”, mas esta intimidade tão popular descreve apenas uma intimidade na verbalização, não uma intimidade no relacionamento, além de parecer mais uma falta de reverência do que intimidade para com Deus.
A segunda coisa que podemos notar é a confiança de Daniel em Deus quando diz: Que guardas a aliança. Que coisa boa é poder se aproximar de Deus e souber que Deus é fiel, que Deus não volta atrás em Sua Palavra, que Deus vela pela Sua Palavra em cumpri-la, que se pode crer naquilo que Deus fala, pois o que Deus fala é verdade porque Ele é o Deus que não pode mentir e sua Palavra jamais cairá por terra. Daniel adora a Deus por causa da sua fidelidade. Ele pode confiar em Deus por saber que Deus é fiel as suas promessas. Daniel adora a Deus também por causa da sua misericórdia e a sua prontidão em perdoar: Que guardas ...  a misericórdia para com os que te amam e guardam os teus mandamentos. Ele era grato a Deus por ter sido perdoado por Ele. Nós também podemos adorar com reverência a este Deus Sublime, podemos confiar neste Deus Supremo, podemos descansar neste Deus misericordioso e fiel o qual cumprirá em nós as suas promessas.
A oração de Daniel é uma oração de confissão de pecados, uma das mais ricas, mais profundas orações da Bíblia. Daniel faz uma confissão coletiva quando diz: Temos pecado e cometido iniqüidades, procedemos perversamente e fomos rebeldes, apartando-nos dos teus mandamentos e dos teus juízos; e não demos ouvidos aos teus servos, os profetas, que em teu nome falaram aos nossos reis, nossos príncipes e nossos pais, como também a todo o povo da terra (Dn 9.5,6). Daniel compreende que ele, os líderes do povo e o povo pecaram contra Deus. Daniel não apresenta justificativas nem transferência de culpa, mas assume a culpa e os erros quando diz que todos eles pecaram. Todos são culpados: Ele, os líderes e o povo. Uma confissão coletiva, uma consciência geral de que o pecado atingiu a todos. E na oração ele ainda específica os pecados: Cometemos iniquidades, procedemos perversamente, fomos rebeldes, apartamos dos mandamentos de Deus e não damos ouvidos aos profetas. Daniel está dizendo que Deus falou e eles não ouviram, Deus ordenou e eles não obedeceram, Deus fez grandes maravilhas e eles não agradeceram. Daniel não generaliza, ele especifica que tipo de pecados o povo tem cometido, ele cita pecados específicos.
Às vezes, nossa confissão é genérica: Deus perdoa as minhas multidões de pecados, mas não diz que pecados são esses. Precisamos aprender a chegar diante de Deus e dizer: Deus eu rebelei contra Ti, eu desobedeci ao Senhor, eu não ouvi a tua voz, eu não atendi a voz dos seus profetas, eu não obedeci aos teus mandamentos, eu não fui fiel ao Senhor. Precisamos chegar diante de Deus com tamanha contrição e dizer: Deus há pecado em minha vida, Deus há rebeldia em minha vida, Deus há rebelião em minha vida, Deus há transgressão em minha vida, Deus há endurecimento de coração em minha vida. Precisamos chegar para Deus e falar a Ele qual é o pecado que temos cometido. Esta é a verdadeira confissão, a confissão específica. E esta confissão deve ser feita a Deus e não a homens.
A oração de Daniel é também uma oração sincera: Ó SENHOR, a nós pertence o corar de vergonha, aos nossos reis, aos nossos príncipes e aos nossos pais, porque temos pecado contra ti (Dn 9.8). Daniel está envergonhado! Daniel está corado de vergonha por causa do seu pecado. Ele sabe que os males que vieram sobre o povo foram provocados pela desobediência e pela rebeldia do povo, porque o pecado trás opróbrio, vergonha, dor, humilhação e derrota. O grande drama da atualidade é que o pecado não nos choca mais, não nos envergonha mais. Nós estamos perdendo a sensibilidade pelo pecado. O mundo jamais colheu tanta desgraça, fruto do pecado, como nos dias de hoje e mais do que nunca precisamos orar como Daniel, chegar diante de Deus com confissão sincera e dizer que a nós pertence o corar de vergonha porque temos pecado. Que Deus nos abençoe a termos esta atitude corajosa! Amém!
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com


sábado, 22 de julho de 2017

O EQUÍVOCO IRREPARÁVEL

8  Ouve, povo meu, quero exortar-te. Ó Israel, se me escutasses!
9  Não haja no meio de ti deus alheio, nem te prostres ante deus estranho.
10  Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te tirei da terra do Egito. Abre bem a boca, e ta encherei.
11  Mas o meu povo não me quis escutar a voz, e Israel não me atendeu.
12  Assim, deixei-o andar na teimosia do seu coração; siga os seus próprios conselhos.
13  Ah! Se o meu povo me escutasse, se Israel andasse nos meus caminhos!
14  Eu, de pronto, lhe abateria o inimigo e deitaria mão contra os seus adversários.
15  Os que aborrecem ao SENHOR se lhe submeteriam, e isto duraria para sempre.
16  Eu o sustentaria com o trigo mais fino e o saciaria com o mel que escorre da rocha (Sl 81.8-16).
Hoje quero falar sobre uma frase que li dias atrás no Facebook e guardei para uma ocasião oportuna que chegou hoje. Ela dizia: “O grande equívoco dessa geração é achar que pode rejeitar a Deus nessa vida e ainda herdar o céu”. É muito pertinente esta frase. O grande problema do homem é achar que Deus pensa como ele, que Deus relativiza as coisas como ele, que Deus reconsidera as coisas como ele e, principalmente, que ele mesmo pode ditar as regras para herdar o reino de Deus. Mas Deus nos fala através de Isaias: Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o SENHOR (Is 55.8). Deus está dizendo que não pensa como nós pensamos. E como nós pensamos? Pensamos que no final tudo se ajeitará da melhor maneira para nós. Pensamos que no final tudo terminará bem para nós, independente do que venhamos a fazer, que tudo se ajustará com um bom diálogo com Deus porque Ele será muito compreensivo e vai amenizar para o nosso lado. O grande problema é que este pensamento é um grande equívoco, e o pior ainda é que ele é um equívoco irreparável, pois não haverá oportunidades para reparar este erro, não se poderá voltar atrás para corrigir este equívoco.
Deus criou o homem muito diferente dos animais, pois Deus criou o homem com a capacidade de raciocinar. Esta capacidade dá ao homem a livre escolha e o torna responsável por ela. Os animais não questionam porque há dia e noite, eles simplesmente atendem aos seus instintos e cada um é ativo no turno pelo qual fora criado. Eles não se rebelam e tentam viver no turno contrário ao seu instinto. Quando amanhece os que são noturnos vão repousar e os que são diurnos se despertam. Da mesma forma eles não questionam porque uns são herbívoros e outros são carnívoros, eles simplesmente se alimentam da dieta pela qual fora criado, ele morre de fome, mas não muda a sua dieta. Eles não questionam porque uns vivem no ar, outros na terra e outros na água. Cada um vive no habitat para o qual fora criado e jamais tentam sobreviver fora dos padrões estipulados pelo Criador para cada um.
Há, se o homem fosse assim! Ele que fora criado para glorificar ao Deus Criador! Ele que fora criado à imagem e semelhança de Deus! Seria realmente maravilhoso se o homem não pudesse mudar o estado original de sua criação, mas o homem fora criado com a capacidade de raciocinar e é justamente por causa disso que você vive em uma mesa redonda de debate com questões como: Quem sou eu? De onde eu vim? Para onde eu vou? Você é criatura de um Deus Soberano que criou todas as coisas e está aqui neste mundo vivendo uma vida temporária tendo a oportunidade de escolher o destino em que viverá na eternidade, sendo que esta vida lhe oferece apenas dois caminhos a seguir e você terá que optar por um deles e, depois de percorrer seu caminho não existe retorno e nem atalhos para mudanças. Esta é a resposta. Se você fosse um animal seguiria seus instintos e não haveria problemas no final, mas como o homem pode raciocinar ele inventa muitas outras respostas. E independente de elas serem verdadeiras ou não são respostas e você, que pode raciocinar, terá de escolher uma delas e seguir o caminho pelo qual ela aponta. O problema é que, como fomos criados livres, somos responsáveis pelas nossas escolhas, de forma que se elas forem equivocadas não haverá outra oportunidade para qualquer alteração.
Diante desse dilema é preciso raciocinar, porque Deus nos deu esta capacidade. Quem tem o melhor pensamento? Quem tem a melhor resposta? Deus diz: Porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos (Is 55.9). Por que trocar o certo pelo duvidoso? Fique com as resposta de Deus e você não terá nenhum problema quando chegar ao destino final. Mas como eu sei que você pode raciocinar não se aquietará com estas palavras e pode estar se perguntando: Mas como saber a resposta de Deus? É por isso que Deus nos deixou a Sua Palavra, para termos a certeza de que estamos no rumo certo, mas lembre-se: a resposta de Deus jamais será aceita pela razão e sempre pela fé. Porém, ela jamais deixará de cumprir aos seus propósitos, pois Deus diz: Porque, assim como descem a chuva e a neve dos céus e para lá não tornam, sem que primeiro reguem a terra, e a fecundem, e a façam brotar, para dar semente ao semeador e pão ao que come, assim será a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a designei (Is 55.10,11). Este propósito está agora se cumprindo em você. Ou seja, ou você aceita pela fé a resposta de Deus ou você permanece em seu equívoco e se torna indesculpável por ter conhecido a verdade e recusar-se a aceitá-la; você é livre para isso. Que em seu raciocínio você possa fazer a escolha correta e ouvir o que Deus te fala: Buscai o SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto. Deixe o perverso o seu caminho, o iníquo, os seus pensamentos; converta-se ao SENHOR, que se compadecerá dele, e volte-se para o nosso Deus, porque é rico em perdoar (Is 55.6,7). Que Deus te abençoe a tomar a decisão mais importante de sua vida! Amém!
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com


quarta-feira, 12 de julho de 2017

A LEGITIMIDADE DE DEUS NA JURISDIÇÃO SOBRE TODOS

33  Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos!
34  Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro?
35  Ou quem primeiro deu a ele para que lhe venha a ser restituído?
36  Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém (Rm 11.33-36)!
Estes dias falei sobre a retribuição de Deus na eternidade. Hoje quero falar que esta retribuição ocorrerá por autoridade competente. Quando o homem pecou lá no Jardim do Éden, pela justiça de Deus o homem poderia ter sido condenado para sempre, mas Deus ouviu a voz de seu amor e providenciou salvação para o homem, de forma que Deus não terá por inocente àquele que rejeita esta salvação. Deus tem autoridade sobre todos, e esta autoridade é uma das principais características de Deus, Ele diz: Porque assim diz o SENHOR, que criou os céus, o Deus que formou a terra, que a fez e a estabeleceu; que não a criou para ser um caos, mas para ser habitada: Eu sou o SENHOR, e não há outro (Is 45.18). Deus é o Criador de todas as coisas, pois nada veio a existir sem que tenha sido por Deus criado. Deus é eterno, sempre existiu e sempre existirá. Portanto, desafiar a autoridade de Deus é uma das piores coisas que alguém pode fazer e as consequências dessa insubordinação são gravíssimas. A Bíblia tem vários relatos do castigo para quem não se submete à autoridade de Deus e se insurge contra Ele. Um dos principais exemplos é Lúcifer, que não reconheceu a autoridade de Deus e se rebelou contra Deus, sendo condenado ao inferno para sempre, ele e todos os anjos que o acompanharam.
A Bíblia diz que todo o mundo pertence àquele que o criou: Ao SENHOR pertence a terra e tudo o que nela se contém, o mundo e os que nele habitam (Sl 24.1). E como Criador Ele tem direitos sobre toda a criação, direitos sobre tudo e sobre todos. Desta forma Deus age exclusivamente de acordo com a sua vontade e não é impulsionado por nada e nem por ninguém além dele mesmo. Deus assim nos fala: Lembrai-vos das coisas passadas da antiguidade: que eu sou Deus, e não há outro, eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim; que desde o princípio anuncio o que há de acontecer e desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade (Is 46.9-10). Deus é Soberano, Ele tem toda autoridade para fazer com que a sua vontade prevaleça. Ele ainda diz: Eu sou o SENHOR, este é o meu nome; a minha glória, pois, não a darei a outrem, nem a minha honra, às imagens de escultura (Is 42.8). Há um cântico maravilhoso que Carlos Sider canta que expressa a grandeza de Deus. Ele diz:
Deus não pensa como pensa o homem,
Não enxerga como o homem vê,
Não caminha por caminho humano,
Não se pauta pelos planos meus.
...
Deus não para pra pensar na vida,
No que fez, no que deixou pra trás,
Não promete o que talvez não cumpra,
Não refaz nenhum dos planos Seus.
...
Em Suas mãos está o poder da vida.
Tudo sabe, sabe o que virá.
Nada faz com que se surpreenda,
Nada altera o que já traçou.
...
Sua grandeza só me faz calar.
Ele é quem define qual meu rumo.
Ele é quem sabe bem mais que eu.
Deus não tem limites em sabedoria, em conhecimento e em poder. Deus nunca falhou e jamais falhará. Deus nunca se arrependeu de nada do que fez e jamais se arrependerá do que faz. Deus não é movido por incertezas, não existem dúvidas em Deus, não existe ansiedade em Deus, não existem perspectivas negativas em Deus. Deus tem toda autoridade tanto no céu como na terra e esta autoridade foi repassada para o Seu Filho Jesus Cristo. O Apóstolo Paulo, falando da divindade de Cristo, nos diz: Pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste (Cl 1.16,17). E o próprio Senhor Jesus nos relata isso: Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra (Mt 28.18). Jesus disse ainda: Eu sou o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim (Ap 22.13). Jesus tem toda autoridade tanto no céu como na terra.
Autoridade significa o direito e a capacidade de comandar, de fazer leis, de exigir obediência e autoridade para julgar. Deus tem toda legitimidade para julgar o homem, Deus tem autoridade legítima para salvar ou condenar o homem. Jesus Cristo tem autoridade legítima sobre todas as nações, sobre todos os reinos, sobre toda potestade, não somente porque Ele é Deus, não somente porque Ele é Criador, mas também porque Ele a conquistou na cruz. São estas as suas convicções sobre Jesus Cristo? São estas as suas convicções sobre Deus? Ou você acha que como criatura pode aconselhar Deus? Pode manipular Deus? Pode debater com o Criador? Saiba que todo joelho se dobrará perante a majestade de Deus e da glória do nosso Senhor Jesus Cristo. Faça isso hoje por amor e por submissão, pela sua livre e espontânea vontade, para não ter que fazê-lo “Sob judice” na eternidade.
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com


segunda-feira, 10 de julho de 2017

A NECESSIDADE DA ORAÇÃO

13  Está alguém entre vós sofrendo? Faça oração. Está alguém alegre? Cante louvores.
14  Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e estes façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo, em nome do Senhor.
15  E a oração da fé salvará o enfermo, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados.
16  Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo.
17  Elias era homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos, e orou, com instância, para que não chovesse sobre a terra, e, por três anos e seis meses, não choveu.
18  E orou, de novo, e o céu deu chuva, e a terra fez germinar seus frutos (Tg 5.13-18).
Por que orar se Deus conhece tudo, sabe tudo e já determinou todas as coisas? Vamos falar hoje novamente sobre oração. E mais uma vez vamos continuar em Daniel, um homem que tinha um espírito de oração. Daniel vai nos mostrar que há motivação para orar mesmo quando tudo parece estabelecido por Deus. Estudando o profeta Jeremias, Daniel descobre que o cativeiro de Judá duraria 70 anos. Ele descobre isso quando já estava com 68 anos de cativeiro, faltando apenas dois anos para seu final e Daniel, então, voltou o rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e súplicas, com jejum, pano de saco e cinza (Dn 9.3). Veja que a determinação de Deus não o desencorajou a orar, ao contrário, o levou à oração intensa e fervorosa pela libertação do povo judeu do cativeiro. Daniel poderia ter feito as contas e ver que o cativeiro estava chegando ao fim e ter pensado que não precisava mais orar, não havia sentido orar agora que faltava somente dois anos para acabar. Daniel também poderia pensar que Deus já havia decretado mesmo a duração do cativeiro, que poderia cruzar os braços porque quando chegasse o tempo determinado por Deus o fim do cativeiro iria acontecer de qualquer jeito, que Deus iria fazer tudo e ele não precisava fazer nada. Daniel poderia até pensar que agindo assim ele estaria descansando na Soberania de Deus. Mas Daniel não toma nenhuma destas atitudes, antes ele se põe de joelhos e ora ao Senhor.
Esta atitude é um exemplo para nós. Muitas vezes desistimos de orar por qualquer motivo. Aliás, desculpa para não orar não falta em nossos lábios. Às vezes achamos o desafio grande demais de forma que parece que nem a oração dá jeito. Às vezes o desafio é a perseverança, mas logo desistimos de orar porque Deus está demorando demais em responder e achamos, então, que Ele não quer fazer isso que estamos pedindo. Mas o maior problema da oração é a frieza espiritual, porque a oração é o termômetro da fé. Quando somos cheios do Espírito Santo também somos fervorosos em oração, mas quando falta em nós o Espírito Santo nos tornamos negligentes na oração.
A Bíblia nos diz que devemos orar sem cessar, orar em todo o tempo, orar com os irmãos e pelos irmãos, orar com a família e pela família, orar pelos incrédulos, orar pelos governos, orar sempre e sempre orar. Deus é Soberano sim, mas a Soberania de Deus não nos isenta de orar. Deus sabe todas as coisas sim, mas Deus quer que nós apresentemos a Ele as nossas aflições. Deus pode todas as coisas sim, mas Deus quer que queiramos a intervenção dele em nossas vidas e venhamos a pedir isso a Ele, porque Deus não é um intruso, não é um intrometido, Ele é educado e permanece no coração somente de quem quer a sua presença. O Senhor Jesus Cristo prometeu que vai voltar para buscar a sua Igreja. Mas o mesmo Jesus que prometeu à Igreja que voltaria, encoraja a Igreja a viver em oração. Portanto, mesmo que tudo esteja estabelecido por Deus devemos orar.
Quantas vezes nós transformamos a teologia reformada calvinista em um motivo de omissão, de relaxamento espiritual, de descuido espiritual, porque pensamos: Se Deus já decretou que sou salvo para que orar? Se Deus já decretou quem vai ser salvo para que evangelizar? Mas o ensino da Soberania de Deus jamais é contraditório com a responsabilidade humana. Jonas foi para a cidade de Nínive e ali ele pregou que ela seria destruída porque o Senhor assim falou. Mas Nínive se arrepende, o povo se humilha, o povo ora e Deus suspende o castigo que estava lavrado sobre aquela cidade. Deus trouxe salvação em vez de juízo por causa da oração e do arrependimento daquele povo. Abraão orou por Sodoma e Gomorra, Deus já havia enviado seus anjos para destruírem aquelas duas cidades impenitentes, o fogo de Deus caiu sobre as cidades, mas quando Deus estava destruindo as cidades lembrou-se da oração de Abraão e salvou a Ló e sua família. O juízo já estava lavrado sobre toda a cidade, mas Deus ouviu a oração de Abraão e por causa disso Ló foi salvo da destruição. Daniel sabia que Deus é Soberano o suficiente para levar o povo ao arrependimento, mas ele se humilhou, ele buscou a Deus e ele colocou a sua alma em fervorosa súplica aos céus para que Deus pudesse trazer quebrantamento à nação.
O grande problema é que nós estamos tão acostumados de ver as coisas acontecendo, independentes de nossas orações, que não temos mais noção do sabor de contemplar a ação de Deus como resposta de nossas orações. Desafio você a orar. Orar para engrandecer a Deus, orar para agradecer a Deus, orar para se humilhar, para se quebrantar diante de Deus, orar para uma causa específica, orar por uma causa aparentemente perdida, para uma causa que tenha urgência, orar para pedir a direção de Deus em sua vida, orar para pedir poder de Deus em tua vida, orar pela conversão de alguém muito querido por você. Encare este desafio com muita seriedade porque nunca houve tanta necessidade de oração como nos dias de hoje!
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com


domingo, 9 de julho de 2017

A ORAÇÃO COMO CONSEQUÊNCIA

36  Em seguida, foi Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmani e disse a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto eu vou ali orar;
37  e, levando consigo a Pedro e aos dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se.
38  Então, lhes disse: A minha alma está profundamente triste até à morte; ficai aqui e vigiai comigo.
39  Adiantando-se um pouco, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres.
40  E, voltando para os discípulos, achou-os dormindo; e disse a Pedro: Então, nem uma hora pudestes vós vigiar comigo?
41  Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca (Mt 26.36-41).
O texto de hoje vai falar sobre um dos alicerces de uma vida cristã vitoriosa: A oração. A Bíblia tem muito a nos ensinar sobre essa questão, mas vamos nos ater a vida de Daniel o qual é um grande exemplo nesta área, pois ele sempre foi um homem de oração, e quando analisamos as suas vitórias podemos ver que são respostas de oração. Daniel e seus amigos se privaram do alimento real e ficaram mais saudáveis do que os outros que se alimentaram dela, resposta de oração. Daniel interpretou o sonho de Nabucodonosor, resposta de oração. Os amigos de Daniel não teriam sido libertos da fornalha se não fossem homens de oração e Daniel não teria sido libertado na cova dos leões se não fosse um homem de oração.
E qual o segredo deste homem para ter um relacionamento tão fervoroso com Deus? A primeira coisa que notamos na vida de Daniel é a sua integridade. Daniel sempre foi um homem integro. Ele nunca negociou a sua consciência, ele nunca negociou os seus valores, ele nunca se deixou levar pelas ameaças, pelos perigos, pelas circunstâncias e nem se deixou seduzir pelos privilégios. Daniel foi provado, mas nunca sucumbiu ao pecado. Algumas vezes preferiu a morte a pecar contra Deus, de forma que nem as provas e nem a promoção o corromperam. Quantas vezes a vida de oração de um homem ou de uma mulher acaba por causa da transigência com princípios e com valores que são absolutos. O oxigênio que alimenta a oração de uma pessoa é uma vida de santidade, de piedade, de pureza. Quando a pessoa transige com o pecado ela tem vergonha de Deus, ela perde a intimidade com Deus, ela não consegue ter vida de oração. Daniel teve vida de oração porque ele teve vida de santidade na presença de Deus.
Daniel sempre foi dedicado ao estudo da Palavra de Deus. Este é outro segredo do sucesso deste homem de Deus na área da oração. Sendo assim o sucesso de Daniel está fundamentado nos princípios elementares da fé cristã: Oração e estudo da Palavra de Deus. Às vezes, para levar a Igreja a um avivamento, queremos inventar coisas novas, coisas sofisticadas, trazer novidades do mundo atual, mas aquilo que se ensina em uma classe de doutorado sobre sucesso na vida espiritual se ensina em uma classe infantil: Oração e estudo da Palavra de Deus. Não tem nada de novo para se inventar. É Bíblia e oração. É vida com Deus. Daniel aprendeu este princípio desde a sua infância e o aplica na sua adolescência, na sua juventude, na sua fase adulta e na sua velhice. Ele nunca abandonou o hábito de ler a Palavra de Deus e orar.
Daniel é um homem que encontra tempo para ler a Bíblia e orar. Daniel era um homem extremamente ocupado, pois ele ocupava o segundo lugar no governo, mas mesmo assim ele encontra tempo para ler a Palavra de Deus, ele encontra tempo para orar. Quando você diz que é uma pessoa muito ocupada, com a agenda muito cheia, que não tem tempo para ler a Bíblia, que não tem tempo para orar, você está dizendo somente uma coisa: Deus não é prioridade em sua vida. Você tem tempo para tudo que é prioridade para você, o que não for prioridade ficará em segundo plano. Veja que Daniel era primeiro ministro de um Império, mas Daniel nunca deixou de achar tempo para estudar a Palavra de Deus e nunca deixou de achar tempo para orar. Daniel era um homem íntegro que estudava a Palavra de Deus e justamente por causa disso que Daniel sempre foi dedicado à oração. É como uma fórmula matemática: 2 + 2 = 4. Da mesma forma: integridade + estudo da Palavra de Deus = Vida de oração.
Quando Nabucodonosor sonha com aquela imagem impressionante e ninguém conseguia dar a ele a interpretação de seu sonho, Daniel chama seus três amigos e vão orar ao Senhor, buscar a direção de Deus, e Deus revela para Daniel o sonho. Daniel se mantém em oração e consegue interpretar para o rei Belsazar o significado das palavras escritas por um anjo na parede durante uma festa. Mais tarde Daniel está acuado, perseguido e ameaçado de morte por causa de oração, mas ele não se intimida e, abrindo as janelas ora três vezes ao dia voltado para Jerusalém, mesmo sabendo que isso viesse a lhe custar a vida. Daniel foi um homem que viveu a vida toda em oração. Nas diversas fases de sua vida e em qualquer que seja a situação em que se deparava Daniel orava. Daniel era um homem que vivia na dependência de Deus em oração porque ele era um homem íntegro e estudava a Palavra de Deus. Aprendamos estas coisas com este homem. Sejamos nós também pessoas íntegras e que estudem a Palavra de Deus, porque sendo assim nada nos impedirá de termos uma vida na presença de Deus. Que assim Deus nos abençoe! Amém!
Luiz Lobianco

luizlobianco@hotmail.com

sexta-feira, 7 de julho de 2017

A ETERNIDADE SERÁ UM TEMPO DE RETRIBUIÇÃO: AS PENALIDADES

14  Pois será como um homem que, ausentando-se do país, chamou os seus servos e lhes confiou os seus bens.
15  A um deu cinco talentos, a outro, dois e a outro, um, a cada um segundo a sua própria capacidade; e, então, partiu.
16  O que recebera cinco talentos saiu imediatamente a negociar com eles e ganhou outros cinco.
17  Do mesmo modo, o que recebera dois ganhou outros dois.
18  Mas o que recebera um, saindo, abriu uma cova e escondeu o dinheiro do seu senhor.
19  Depois de muito tempo, voltou o senhor daqueles servos e ajustou contas com eles.
20  Então, aproximando-se o que recebera cinco talentos, entregou outros cinco, dizendo: Senhor, confiaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco talentos que ganhei.
21  Disse-lhe o senhor: Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.
22  E, aproximando-se também o que recebera dois talentos, disse: Senhor, dois talentos me confiaste; aqui tens outros dois que ganhei.
23  Disse-lhe o senhor: Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.
24  Chegando, por fim, o que recebera um talento, disse: Senhor, sabendo que és homem severo, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste,
25  receoso, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu.
26  Respondeu-lhe, porém, o senhor: Servo mau e negligente, sabias que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei?
27  Cumpria, portanto, que entregasses o meu dinheiro aos banqueiros, e eu, ao voltar, receberia com juros o que é meu.
28  Tirai-lhe, pois, o talento e dai-o ao que tem dez.
29  Porque a todo o que tem se lhe dará, e terá em abundância; mas ao que não tem, até o que tem lhe será tirado.
30  E o servo inútil, lançai-o para fora, nas trevas. Ali haverá choro e ranger de dentes (Mt 25.14;30).
Jesus, falando do julgamento final de Deus, disse: Então, o Rei dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos (Mt 25.41). Falei no texto anterior que a eternidade será o tempo da colheita daquilo que semeamos durante a nossa existência terrena, que se as nossas sementes foram boas colheremos bons frutos, mas se as nossas sementes foram más colheremos maus frutos, de forma que esta colheita nos deixa com apenas duas possibilidades: Galardões e penalidades. Falamos sobre os galardões e hoje vamos falar sobre as penalidades, que são as retribuições de Deus ao homem pela vida de impiedade neste mundo, porque na eternidade a retribuição não será somente com galardão, haverá também as penalidades aplicadas aos infiéis por causa de seus pecados e de suas negligências. Temos usado a parábola dos talentos (Mt 25.14-30) como base e diz lá que havia um que foi infiel. O servo infiel, em lugar de trabalhar e desenvolver o talento recebido cavou uma cova e enterrou o talento de seu Senhor. Aquele servo não tinha o direito de agir dessa maneira, ele foi negligente, ingrato e infiel. Aquele talento foi confiado a ele pelo seu próprio Senhor e lhe foi dado para desenvolvê-lo.
O maior erro daquele servo foi ter negligenciado o talento recebido. Quantos servos não gostariam de estar no lugar daquele homem, mas o privilégio foi dado a ele e, por isso, seu senhor não conseguiu entender o seu desdém para com o talento recebido. Era pouco, é verdade, mas esta era a sua capacidade e tudo que ele tinha a fazer era desenvolver a altura do que recebeu, pois Deus não exige nada além de nossa capacidade. Temos a tendência sempre de subestimarmos nossos poucos recursos por entendermos que quem tem mais possui obrigações maiores. Mas o princípio divino do serviço do Reino de Deus nos revela que as nossas obrigações são iguais, independente de quanto temos. Outro erro daquele servo é não assumir a sua falta, mas tenta jogar a culpa sobre o seu próprio Senhor, chamando-o de duro e injusto e afirma ainda que seu Senhor quer ceifar sem semear. Olha que visão errada aquele servo tinha do seu Senhor, pois o pobre servo imaginava seu Senhor como um tirano insensível que só pensava em castigá-lo caso falhasse. E por causa dessa visão equivocada ele se relacionava mal com o seu Senhor.
A punição para quem for infiel é ouvir as duras palavras do Senhor que o chama de servo mau e negligente. E se houve recompensa para o fiel, para o infiel resta somente a punição. Não agimos nós assim também quando Deus nos dá talentos e não os desenvolvemos? Quando fazemos isso enterramos o dom que Deus nos deu pela sua bondade e por conhecer a nossa capacidade, escondemos o dom por medo ou vergonha de desenvolvê-lo. E fazemos isso debaixo de mil e uma desculpas e no final não será difícil ter a mesma atitude daquele servo: Colocar a culpa em Deus pela nossa negligência. A punição daquele servo nos mostra que os dons que recebemos de Deus não podem ser negligenciados. Que não estejamos entre os reprovados e entre aqueles que ouvirão estas duras palavras da parte do Senhor no dia do acerto de contas: Apartai-vos de mim.
Estes dois pontos que falamos nos ensinam uma verdade: A retribuição de Deus será justa: A quem louvor, louvor. A quem juízo, juízo. O fato de Deus ser justo define com clareza de que a negligência não pode ficar impune, do contrário, Deus não seria justo. O homem pode até escapar da justiça humana, mas não escapará da justiça divina. O homem pode até driblar as leis humanas, os tribunais humanos, mas jamais poderá driblar a lei divina, nem jamais poderá corromper o tribunal divino. E por agora o juízo de Deus vem misturado com a misericórdia, porque hoje nenhuma punição de Deus isola o homem de se arrepender e emendar a sua vida diante dele. Mas, se o homem não ouvir a voz do alerta de Deus, quando o juízo é misturado com a misericórdia, então virá sobre ele a ira de Deus e não haverá misericórdia. Nesse dia não haverá escapatória para o homem.
O Dia do Juízo será o dia da ira de Deus, do juízo final de Deus, do julgamento final de Deus contra os ímpios, o dia do acerto de contas de Deus com os homens. E este juízo alcançará a todos, porque nenhum homem, por mais importante que tenha sido, será imune a este juízo, pois ele é para todos, sem nenhuma distinção de raça, posição social e até mesmo de religião, porque o Apóstolo Paulo disse para a Igreja de Deus: Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo (2 Co 5.10). Paulo está aqui confirmando a retribuição de Deus. Portanto, você quer receber o bem? Faça o bem. Quer ser abençoado? Abençoe, porque aquilo que hoje você semeia é o que você colherá no futuro, porque Deus é justo, Ele é o Deus da retribuição. Não menospreze esta palavra!
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com


quinta-feira, 6 de julho de 2017

A ETERNIDADE SERÁ UM TEMPO DE RETRIBUIÇÃO: OS GALARDÕES

14  Pois será como um homem que, ausentando-se do país, chamou os seus servos e lhes confiou os seus bens.
15  A um deu cinco talentos, a outro, dois e a outro, um, a cada um segundo a sua própria capacidade; e, então, partiu.
16  O que recebera cinco talentos saiu imediatamente a negociar com eles e ganhou outros cinco.
17  Do mesmo modo, o que recebera dois ganhou outros dois.
18  Mas o que recebera um, saindo, abriu uma cova e escondeu o dinheiro do seu senhor.
19  Depois de muito tempo, voltou o senhor daqueles servos e ajustou contas com eles.
20  Então, aproximando-se o que recebera cinco talentos, entregou outros cinco, dizendo: Senhor, confiaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco talentos que ganhei.
21  Disse-lhe o senhor: Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.
22  E, aproximando-se também o que recebera dois talentos, disse: Senhor, dois talentos me confiaste; aqui tens outros dois que ganhei.
23  Disse-lhe o senhor: Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.
24  Chegando, por fim, o que recebera um talento, disse: Senhor, sabendo que és homem severo, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste,
25  receoso, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu.
26  Respondeu-lhe, porém, o senhor: Servo mau e negligente, sabias que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei?
27  Cumpria, portanto, que entregasses o meu dinheiro aos banqueiros, e eu, ao voltar, receberia com juros o que é meu.
28  Tirai-lhe, pois, o talento e dai-o ao que tem dez.
29  Porque a todo o que tem se lhe dará, e terá em abundância; mas ao que não tem, até o que tem lhe será tirado.
30  E o servo inútil, lançai-o para fora, nas trevas. Ali haverá choro e ranger de dentes (Mt 25.14;30).
Jesus fala em Apocalipse: E eis que venho sem demora, e comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras (Ap 22.12). A eternidade será o tempo da colheita da semeadura que realizamos durante a nossa existência terrena. Se as nossas sementes foram boas colheremos bons frutos, mas se as nossas sementes foram más colheremos maus frutos. E quais os produtos desta colheita? Apenas dois: galardões e penalidades. Vamos ver, primeiramente, que teremos a retribuição pelo desenvolvimento dos dons recebidos, que são os galardões que receberemos do Senhor por recompensa de nossas obras. A parábola dos talentos ilustra essa verdade (Mt 25.14-30). Ela fala acerca dos dons espirituais que recebemos e o que devemos fazer com estes dons. Diz esta parábola que entregue a parte de cada um o senhor viajou imediatamente para uma terra distante, o que significa que a mordomia cristã é realizada sem nenhuma fiscalização do patrão, cabendo a cada um trabalhar com liberdade, embora forem responsáveis perante seu Senhor. Somente no final é que haverá o acerto de contas. Isso não significa que o Senhor não está vendo as coisas erradas acontecendo. Ele vê, mas não interfere, porque reservou um dia para a prestação de contas.
Diz esta parábola que os dois primeiros servos foram imediatamente trabalhar. Embora tenham recebidos quantias diferenciadas, entenderam a pesada responsabilidade posta sobre eles. Havia tempo e oportunidade para servirem, mas chegaria também o tempo em que teriam de prestar contas com seu Senhor. Os servos não sabiam quando seu Senhor haveria de regressar, mas sabiam que um dia ele voltaria. O Senhor demorou muito tempo para voltar, mas poderia ter voltado logo depois de ter partido, mas tão logo ele aparece cobra os resultados dos talentos. Feita a prestação de contas os que tiveram resultados positivos recebem a recompensa, e foi o que aconteceu com os dois primeiros servos, os quais começaram a trabalhar logo que receberam os talentos, Eles foram coroados de êxitos pelos seus esforços. O Senhor conhecia a capacidade deles de forma que cada um recebeu de acordo com suas capacidades e quando prestam contas cada um deles entrega quantia dobrada. Ouvem, então, do seu Senhor o louvor pela dedicação deles e são chamados de servos bons e fiéis, porque responderam às expectativas que seu Senhor tinha deles.
É assim que Deus trabalha conosco. Os talentos recebidos de Deus são para serem desempenhados e não para serem enterrados. Ele nos dá os dons, que são capacidades espirituais para desenvolvermos na terra como filhos de Deus, como embaixadores do Reino de Deus e espera que cada um faça a sua parte. É por isso que a Igreja de Cristo é comparada a um corpo, porque ela possui vários membros e cada um tem uma função, uma tarefa a realizar, sendo que Deus capacita cada um para estas tarefas. Não recebemos dons por merecimento, mas por causa da bondade de Deus, que conhece a cada um de nós e sabe o quanto cada um pode receber e desenvolver. Deus é justo e jamais exigirá algo acima de nossa capacidade. Portanto, Deus nos dá oportunidades conforme a capacidade de cada um e Ele nos deixa livres para o desenvolvimento do trabalho. Deste modo, quando não desenvolvemos os talentos que Deus nos dá o fazemos por negligência e não por falta de capacidade.
Há pessoas que trabalham bem e desenvolvem com responsabilidade seus talentos, mas há outras que são negligentes e não o fazem. Há outras que o fazem por algum tempo, mas o desânimo vem e toma conta de suas vidas, e por não haver perseverança nelas escondem seus talentos. Assim vão-se as oportunidades, enterram-se os talentos, o tempo vai passando e a pessoa nem se apercebe de que seu Senhor está chegando e com Ele vem o acerto de contas. Portanto, um dia Deus vai prestar contas conosco dos talentos que Ele nos deu e como estaremos diante dele? Há promessas feitas aos servos bons e fiéis: Eles entrarão no gozo de seu Senhor. Este gozo é a felicidade e a glória que desfrutarão no céu, onde receberão os galardões que o Senhor Jesus tem para retribuir aos seus servos bons e fiéis. Que o seu alforje espiritual esteja repleto de galardões porque todo trabalhador é digno de seu salário e assim você gozará deles por toda a eternidade. Com certeza, ao adentrarmos no céu, imediatamente nos virá grande pesar por não termos feito mais neste mundo, porque o céu é maravilhoso, mas junto com galardões ele é ainda mais abundante em sua maravilha. Deus é bom demais para recompensar seus trabalhadores. Pense nisso!
 Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com


segunda-feira, 3 de julho de 2017

É FESTA NO CÉU, VOCÊ VAI?

2  O reino dos céus é semelhante a um rei que celebrou as bodas de seu filho.
3  Então, enviou os seus servos a chamar os convidados para as bodas; mas estes não quiseram vir.
4  Enviou ainda outros servos, com esta ordem: Dizei aos convidados: Eis que já preparei o meu banquete; os meus bois e cevados já foram abatidos, e tudo está pronto; vinde para as bodas.
5  Eles, porém, não se importaram e se foram, um para o seu campo, outro para o seu negócio;
6  e os outros, agarrando os servos, os maltrataram e mataram.
7  O rei ficou irado e, enviando as suas tropas, exterminou aqueles assassinos e lhes incendiou a cidade.
8  Então, disse aos seus servos: Está pronta a festa, mas os convidados não eram dignos.
9  Ide, pois, para as encruzilhadas dos caminhos e convidai para as bodas a quantos encontrardes.
10  E, saindo aqueles servos pelas estradas, reuniram todos os que encontraram, maus e bons; e a sala do banquete ficou repleta de convidados.
11  Entrando, porém, o rei para ver os que estavam à mesa, notou ali um homem que não trazia veste nupcial
12  e perguntou-lhe: Amigo, como entraste aqui sem veste nupcial? E ele emudeceu.
13  Então, ordenou o rei aos serventes: Amarrai-o de pés e mãos e lançai-o para fora, nas trevas; ali haverá choro e ranger de dentes (Mt 22.2-13).
Quem não gosta de uma boa festa? Uma festa animada, com boa música, com muita comida e muita bebida? Nunca me esqueço de uma festa de casamento em que tive o privilégio de ter sido convidado. E que festa! O velho ditado popular de que aquela foi uma “festa de arromba” pode muito bem ser empregado para ela. Até no banheiro você ficava encantado com os preparativos e com a recepção dos convidados. A Bíblia fala de uma grande festa e esta festa com certeza vai superar qualquer “festa de arromba” que você tenha participado. E o melhor de tudo é que a festa está pronta e o convite está estendido, e aí, você vai? Talvez você esteja pensando que não é digno desta festa. Talvez você esteja pensando que não é convidado para esta festa, afinal, ninguém nunca te convidou para uma festa assim. Mas quero lhe dizer que você pode sim ser digno para esta festa e que você está sim convidado para esta festa.
Jesus falou desta festa no céu. Ele disse que Deus enviou os convites aos convidados, mas que estes se esquivaram e recusaram o convite. O convite foi feito pelo Rei a pessoas que ele escolhera pessoalmente para receberem a honraria de estarem na festa, mas apesar de todas as expectativas da festa os convidados desdenharam e optaram por não ir à festa, mesmo sabendo que honrarias jamais vistas os aguardavam. Estes eram os convidados de paletó e gravata, roupa social cara, carros esportivos, pois Jesus disse que todos eles estavam ocupados demais em seus negócios de forma que não tinham tempo para a festa. Jesus estava fazendo uma referência às pessoas importantes deste mundo, aos ricos deste mundo, aos religiosos deste mundo, aos lideres deste mundo que por várias vezes foram convidados a deixarem os seus maus caminhos e se voltarem para Deus, mas que estão sempre ocupados demais para isso e vão protelando o convite de Deus.
Apesar da recusa dos convidados a festa estava pronta! A comida estava feita! A bebida estava gelada! O salão já estava todo ornamentado para a festa! E quando o anfitrião da festa toma conhecimento do fato manda que os seus saiam para as encruzilhadas da cidade e convidem a todos para a festa. Oh glória! Agora sim o convite me alcançou! Aqueles servos estenderam os convites para pessoas de outra postura social, porque você não vai encontrar ninguém de paletó e gravata e carro esportivo nas encruzilhadas da cidade. Veja que o Rei conclui que os primeiros convidados não eram dignos de participarem da festa, sendo assim, que se convidasse a todos os que fossem encontrados pelos caminhos. Portanto, a festa do céu é para você que não tem uma roupa social para vestir, a festa do céu é para você, que não tem calçados para calçar, a festa do céu é para você que não tem comida suficiente para se alimentar, a festa do céu é para você que não tem um veículo decente para andar, a festa do céu é para você que não tem dinheiro suficiente para sobreviver, a festa no céu é para você, que vive atribulado, triste, injuriado com as imundícias deste mundo, revoltado com as injustiças deste mundo.
Cada um de nós se encontrava em uma encruzilhada da estrada quando tivemos um encontro com Jesus. Alguns, quem sabe, não estivessem trilhando em um caminho tão tortuoso, outros, por sua vez, não querem nem se lembrar das vias por onde outrora andava. O importante é que fomos encontrados pelo SENHOR que nos mostrou que havia solução para nossas mazelas e nos disse que, se nos arrependêssemos, seriamos perdoados por Ele e nos receberia de braços abertos. É isso que o Evangelho faz em nossa vida. Ele nos dá a oportunidade de um recomeço na vida, ele nos oferece um novo norte para a vida. E mais ainda, este renascimento espiritual nos torna dignos da festa no céu, pois quem nasceu de novo recebe de Deus vestiduras brancas e estas vestiduras brancas são a nossa veste nupcial, é o nosso ingresso para a festa no céu, uma festa que jamais terá fim.
A festa está pronta, o convite está estendido, o ingresso para a festa está à disposição e não custa nada, é gratuito, depende apenas de nossa disposição, de uma atitude nossa, de uma decisão nossa. Não se sinta indigno para esta festa, não importa quem você foi ou quem você é; não importa o que você fez ou o que você faz; Deus não olha para estas coisas quando você se arrepende, Deus não leva isso em conta quando você se arrepende, Deus olha apenas para a disposição do coração de arrependimento e mudança de vida. Esta atitude é suficiente para limpar todo o seu passado, Deus não olha mais para o seu passado quando você toma esta atitude diante dele, Deus olha apenas para o seu futuro, para esta nova vida que você agora terá com Ele; o passado ficou para trás. É festa no céu, e aí, você vai? Que Deus te abençoe a conseguir o ingresso para esta maravilhosa festa! Amém!
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com