1 SENHOR, tu me sondas e me conheces.
2 Sabes quando me assento e quando me levanto;
de longe penetras os meus pensamentos.
3 Esquadrinhas o meu andar e o meu deitar e
conheces todos os meus caminhos.
4 Ainda a palavra me não chegou à língua, e tu,
SENHOR, já a conheces toda.
5 Tu
me cercas por trás e por diante e sobre mim pões a mão.
6 Tal
conhecimento é maravilhoso demais para mim: é sobremodo elevado, não o posso
atingir.
7 Para
onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua face?
8 Se
subo aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás
também;
9 se
tomo as asas da alvorada e me detenho nos confins dos mares,
10 ainda lá me haverá de guiar a tua mão, e a tua
destra me susterá.
11 Se
eu digo: as trevas, com efeito, me encobrirão, e a luz ao redor de mim se fará
noite,
12 até
as próprias trevas não te serão escuras: as trevas e a luz são a mesma coisa.
13 Pois tu formaste o meu interior tu me teceste
no seio de minha mãe.
14 Graças te dou, visto que por modo
assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras são admiráveis, e a
minha alma o sabe muito bem;
15 os
meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui formado e entretecido
como nas profundezas da terra.
16 Os
teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro foram escritos
todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles
havia ainda (Sl 139.1-16).
Hoje
completo mais um ano de vida. Neste dia a pergunta do salmista me vem a mente: Que darei ao SENHOR por todos os seus
benefícios para comigo (Sl 116.12)? Eu sou o aniversariante, mas o presente
vai para Deus, porque a dádiva da vida pertence a Ele. E enquanto escrevo estas
palavras de agradecimento pela vida muitos estão partindo por terem os seus dias
aqui se encerrado. Quando Jesus disse: Qual
de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida
(Mt 6.27), Ele estava afirmando que a vida é discricionariedade exclusiva de
Deus. E o que darei a Ele pelo dom da vida? Quando Jesus esteve neste mundo o
que Ele mais pediu aos homens era que cresse nele. E este é o meu presente para
Ele: A minha fé, o meu coração inteiramente para Ele. Completar mais um ano de
vida me faz lembrar a graça de Deus. Constantemente vou ao cemitério e lá,
passando pelos túmulos, não tem como deixar de perceber a variedade das idades.
Alguns mal nasceram e se foram, outros, até passaram da infância e chegaram à
adolescência, mas de lá não passaram, e muito pesar sinto ao ver o tanto de jovens
que estão partindo na juventude da vida, enquanto que alguns receberam a dádiva
de partirem em ditosa velhice.
Nesta
hora é difícil não questionar Deus. Por quê? Por que alguns partem tão cedo e
outros recebem dele a fartura de dias? O que faz Deus olhar para um e dizer: Você
vai morrer na infância, você na adolescência, você na juventude e você na
velhice? Qual o critério que Ele usa para estabelecer estes limites? Amo o
Salmo 139. Em uma parte ele diz: Pois tu
formaste o meu interior tu me teceste no seio de minha mãe. Graças te dou,
visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras são
admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem; os meus ossos não te foram
encobertos, quando no oculto fui formado e entretecido como nas profundezas da
terra. Os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro foram
escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um
deles havia ainda (Sl 139.13-16). Não admiro dos meus dias serem antecipadamente
conhecidos por Deus, afinal, Ele é Deus, e tal conhecimento faz dele um deus.
Mas o fato destes dias serem determinado por Ele me deixa pasmo, porque isso
faz dele o Soberano Deus, Único, Exclusivo, e este é o Deus que eu amo, que
adoro, em quem confiei toda a minha vida. Por isso que Deus condena a idolatria
e penaliza o idólatra, porque não há outro além dele. É o que Paulo diz sobre o
erro dos idólatras: Pois eles mudaram a
verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador,
o qual é bendito eternamente (Rm 1.25).
Este
Deus tremendo olhou para cada um dos mais de sete bilhões de habitantes da
terra e estabeleceu os dias de vida para cada um deles. E o que o levou a
decidir? Não foi gênero, porque tanto o homem como a mulher morre cedo. Não foi
etnia, porque tanto o branco como o negro ou o índio morre cedo. Não foi a
condição social, porque tanto o rico como o pobre morre cedo, e o mesmo acontece
com o feio e com o bonito, com o gordo e com o magro, com o alto e com o baixo,
com o inteligente e com o ignorante. Então, o que levou Deus a olhar para mim e
determinar que eu passasse dos cinquenta anos? Não há mérito nenhum em mim para
isso, pois foi tão somente a vontade de Deus, foi a sua graça, a maravilhosa
graça de Deus. Deus condena o suicídio porque o suicida está negando a esta
graça de Deus de forma que Deus não tomará por inocente àquele que nega a sua
graça. E nisso não devemos questionar Deus, mas sim nos submeter a Ele, mesmo
quando a tragédia nos bate a porta, pois a Bíblia nos diz: Ai daquele que contende com o seu Criador! E não passa de um caco de
barro entre outros cacos. Acaso, dirá o barro ao que lhe dá forma: Que fazes?
Ou: A tua obra não tem alça (Is 45.9). Quem sou eu para discutir com Deus.
Apesar
de a vida ser aspirada por todos a tarefa de viver não é nada fácil. O sábio
Salomão descreveu muito bem isso quando disse: Vi ainda todas as opressões que se fazem debaixo do sol: vi as lágrimas
dos que foram oprimidos, sem que ninguém os consolasse; vi a violência na mão
dos opressores, sem que ninguém consolasse os oprimidos. Pelo que tenho por
mais felizes os que já morreram, mais do que os que ainda vivem; porém mais que
uns e outros tenho por feliz aquele que ainda não nasceu e não viu as más obras
que se fazem debaixo do sol (Ec 4.1-3). Viver não é fácil, mas a vida é um
presente de Deus e por ela devemos ser gratos a Ele. Tempestades virão com
certeza, mas depois de tantas tempestades não será qualquer chuvisco que vai
nos molhar, e quando acharmos que chegamos ao fim da linha podemos descobrir
que ainda temos forças para ir além. Portanto, que a vida nos ajude a transformar
obstáculos em sabedoria, desafios em conhecimento, intrigas em amizade e
saudades em abraço. E que ao longo de nossa caminhada não venhamos a espalhar
espinhos pelo caminho, porque pode ser que o nosso retorno seja descalço. Muito
obrigado Senhor pela dádiva da vida, muito obrigado por mais um ano de vida.
Ensina-me a alcançar um coração sábio! Amém!
Luiz
Lobianco
luizlobianco@hotmail.com
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