sábado, 16 de setembro de 2017

GRAÇA, MARAVILHOSA GRAÇA

1  SENHOR, tu me sondas e me conheces.
2  Sabes quando me assento e quando me levanto; de longe penetras os meus pensamentos.
3  Esquadrinhas o meu andar e o meu deitar e conheces todos os meus caminhos.
4  Ainda a palavra me não chegou à língua, e tu, SENHOR, já a conheces toda.
5  Tu me cercas por trás e por diante e sobre mim pões a mão.
6  Tal conhecimento é maravilhoso demais para mim: é sobremodo elevado, não o posso atingir.
7  Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua face?
8  Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também;
9  se tomo as asas da alvorada e me detenho nos confins dos mares,
10  ainda lá me haverá de guiar a tua mão, e a tua destra me susterá.
11  Se eu digo: as trevas, com efeito, me encobrirão, e a luz ao redor de mim se fará noite,
12  até as próprias trevas não te serão escuras: as trevas e a luz são a mesma coisa.
13  Pois tu formaste o meu interior tu me teceste no seio de minha mãe.
14  Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem;
15  os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra.
16  Os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles havia ainda (Sl 139.1-16).
Hoje completo mais um ano de vida. Neste dia a pergunta do salmista me vem a mente: Que darei ao SENHOR por todos os seus benefícios para comigo (Sl 116.12)? Eu sou o aniversariante, mas o presente vai para Deus, porque a dádiva da vida pertence a Ele. E enquanto escrevo estas palavras de agradecimento pela vida muitos estão partindo por terem os seus dias aqui se encerrado. Quando Jesus disse: Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida (Mt 6.27), Ele estava afirmando que a vida é discricionariedade exclusiva de Deus. E o que darei a Ele pelo dom da vida? Quando Jesus esteve neste mundo o que Ele mais pediu aos homens era que cresse nele. E este é o meu presente para Ele: A minha fé, o meu coração inteiramente para Ele. Completar mais um ano de vida me faz lembrar a graça de Deus. Constantemente vou ao cemitério e lá, passando pelos túmulos, não tem como deixar de perceber a variedade das idades. Alguns mal nasceram e se foram, outros, até passaram da infância e chegaram à adolescência, mas de lá não passaram, e muito pesar sinto ao ver o tanto de jovens que estão partindo na juventude da vida, enquanto que alguns receberam a dádiva de partirem em ditosa velhice.
Nesta hora é difícil não questionar Deus. Por quê? Por que alguns partem tão cedo e outros recebem dele a fartura de dias? O que faz Deus olhar para um e dizer: Você vai morrer na infância, você na adolescência, você na juventude e você na velhice? Qual o critério que Ele usa para estabelecer estes limites? Amo o Salmo 139. Em uma parte ele diz: Pois tu formaste o meu interior tu me teceste no seio de minha mãe. Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem; os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra. Os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles havia ainda (Sl 139.13-16). Não admiro dos meus dias serem antecipadamente conhecidos por Deus, afinal, Ele é Deus, e tal conhecimento faz dele um deus. Mas o fato destes dias serem determinado por Ele me deixa pasmo, porque isso faz dele o Soberano Deus, Único, Exclusivo, e este é o Deus que eu amo, que adoro, em quem confiei toda a minha vida. Por isso que Deus condena a idolatria e penaliza o idólatra, porque não há outro além dele. É o que Paulo diz sobre o erro dos idólatras: Pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente (Rm 1.25).
Este Deus tremendo olhou para cada um dos mais de sete bilhões de habitantes da terra e estabeleceu os dias de vida para cada um deles. E o que o levou a decidir? Não foi gênero, porque tanto o homem como a mulher morre cedo. Não foi etnia, porque tanto o branco como o negro ou o índio morre cedo. Não foi a condição social, porque tanto o rico como o pobre morre cedo, e o mesmo acontece com o feio e com o bonito, com o gordo e com o magro, com o alto e com o baixo, com o inteligente e com o ignorante. Então, o que levou Deus a olhar para mim e determinar que eu passasse dos cinquenta anos? Não há mérito nenhum em mim para isso, pois foi tão somente a vontade de Deus, foi a sua graça, a maravilhosa graça de Deus. Deus condena o suicídio porque o suicida está negando a esta graça de Deus de forma que Deus não tomará por inocente àquele que nega a sua graça. E nisso não devemos questionar Deus, mas sim nos submeter a Ele, mesmo quando a tragédia nos bate a porta, pois a Bíblia nos diz: Ai daquele que contende com o seu Criador! E não passa de um caco de barro entre outros cacos. Acaso, dirá o barro ao que lhe dá forma: Que fazes? Ou: A tua obra não tem alça (Is 45.9). Quem sou eu para discutir com Deus.
Apesar de a vida ser aspirada por todos a tarefa de viver não é nada fácil. O sábio Salomão descreveu muito bem isso quando disse: Vi ainda todas as opressões que se fazem debaixo do sol: vi as lágrimas dos que foram oprimidos, sem que ninguém os consolasse; vi a violência na mão dos opressores, sem que ninguém consolasse os oprimidos. Pelo que tenho por mais felizes os que já morreram, mais do que os que ainda vivem; porém mais que uns e outros tenho por feliz aquele que ainda não nasceu e não viu as más obras que se fazem debaixo do sol (Ec 4.1-3). Viver não é fácil, mas a vida é um presente de Deus e por ela devemos ser gratos a Ele. Tempestades virão com certeza, mas depois de tantas tempestades não será qualquer chuvisco que vai nos molhar, e quando acharmos que chegamos ao fim da linha podemos descobrir que ainda temos forças para ir além. Portanto, que a vida nos ajude a transformar obstáculos em sabedoria, desafios em conhecimento, intrigas em amizade e saudades em abraço. E que ao longo de nossa caminhada não venhamos a espalhar espinhos pelo caminho, porque pode ser que o nosso retorno seja descalço. Muito obrigado Senhor pela dádiva da vida, muito obrigado por mais um ano de vida. Ensina-me a alcançar um coração sábio! Amém!
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com


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