11 Portanto, lembrai-vos de que, outrora, vós,
gentios na carne, chamados incircuncisão por aqueles que se intitulam
circuncisos, na carne, por mãos humanas,
12 naquele tempo, estáveis sem Cristo, separados
da comunidade de Israel e estranhos às alianças da promessa, não tendo
esperança e sem Deus no mundo.
13 Mas, agora, em Cristo Jesus, vós, que antes
estáveis longe, fostes aproximados pelo sangue de Cristo.
14 Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos fez
um; e, tendo derribado a parede da separação que estava no meio, a inimizade,
15 aboliu, na sua carne, a lei dos mandamentos na
forma de ordenanças, para que dos dois criasse, em si mesmo, um novo homem,
fazendo a paz,
16 e
reconciliasse ambos em um só corpo com Deus, por intermédio da cruz, destruindo
por ela a inimizade (Ef 2.11-16).
Estamos
na semana da Pátria, na semana da independência, que foi quando Dom Pedro I
levantou a sua espada e deu o grito da independência do Brasil, pois éramos,
até então, colônia de Portugal. Não tínhamos vontade própria e maior parte de
nossas riquezas esvaiam-se de nós. Depois desse dia o Brasil podia se
considerar livre de Portugal. Mas o maior e mais importante brado da
independência foi dado a quase dois mil anos atrás, não por um homem montado em
um cavalo e empunhando uma espada, mas por um homem pregado em uma cruz, não
por um homem bem vestido com suas vestes de soldado, mas por um homem quase que
despido, ensanguentado pelos chicotes dos soldados, não por um homem coroado
com uma coroa repleta de joias suntuosas (apesar de ser Ele o Rei dos reis),
mas por um homem com uma coroa de espinhos, fincado em sua cabeça por pura
maldade, não por um homem sentado em um trono (apesar de ser dele o mais
sublime Trono), revestido de autoridade e respeito, mas por um homem rejeitado,
desprezado e humilhado. Este brado de independência é o grito de Jesus Cristo
na cruz do Calvário quando disse: Está consumado (Jo 19.30)! Este é o brado da vitória!
Este é o brado da independência do homem escravizado pelo pecado!
Quando
o homem rejeitou a Deus lá no Jardim do Éden fazendo algo que Deus ordenou que
não o fizesse, desde então o homem não tem vontade própria, pois se tornou escravo
de seu pecado. Ele não tem mais escolha, pois a perdeu quando escolheu comer do
fruto proibido. Ele não podia mais ficar do lado de Deus, pois se distanciou
dele quando desobedeceu as suas ordens. Ele não conversava e nem se encontrava
mais com Deus por entre as árvores do Jardim, pois foi expulso dele por ter-se
contaminado com o pecado, doença contagiosa que o homem contraiu tão logo
desobedeceu a Deus, doença esta que contaminou todo seu ser, que infectou toda
a humanidade, pois Adão e Eva transmitiu essa enfermidade aos seus
descendentes, tornando-se todos eles escravos do pecado. Esta escravidão
perdurou até à Cruz de Jesus Cristo, porque a Bíblia diz que nós fomos
reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho (Rm 5.10), e uma vez
reconciliados fomos libertados da escravidão do pecado e levados de volta para
Deus, de forma que aqueles que têm Jesus podem chegar até Deus, falar com Ele,
ouvir o que Ele tem a dizer, relacionar-se novamente com Ele, pois recebemos de
Jesus a alforria da nossa escravidão.
E
o que fazer diante da nossa independência? Viver como homens livres! Depois do
grito no Ipiranga o Brasil não dependia mais de Portugal, podia seguir livre
rumo ao desenvolvimento, e depois do brado de Jesus Cristo no Calvário não há
mais razão do homem viver escravizado pelo pecado. Mas a independência é uma
conquista, e assim como o Brasil precisava conquistar a sua independência
depois do grito de Dom Pedro I, assim também o homem precisa conquistar a sua
independência depois do brado de Jesus Cristo na cruz, pois o efeito do
sacrifício de Cristo na cruz não é mágico, não alcança por si só a todos, mas
somente àqueles que aceitam e querem a sua libertação, de forma que só se torna
liberto àquele que se tornou uma nova criatura. Algo tremendo acontece em
nossas vidas quando somos libertos por Cristo, por isso que aquele que é
libertado pela graça de Deus se torna irreconhecível, porque ele se torna outra
pessoa. Paulo confirma isso quando diz: Pois
nós também, outrora, éramos néscios, desobedientes, desgarrados, escravos de
toda sorte de paixões e prazeres, vivendo em malícia e inveja, odiosos e
odiando-nos uns aos outros. Quando, porém, se manifestou a benignidade de Deus,
nosso Salvador, e o seu amor para com todos, não por obras de justiça
praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o
lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que ele derramou sobre nós
ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador, a fim de que, justificados
por graça, nos tornemos seus herdeiros, segundo a esperança da vida eterna
(Tt 3.3-7). Aquele que é libertado por Cristo nunca mais é a mesma pessoa, ele
muda radicalmente porque agora ele é uma pessoa livre.
Você
se sente uma pessoa libertada? Você vive como uma pessoa livre? Há paz em seu
coração? Há esperança de vida eterna em você? Há segurança em você após a
morte? Você é uma pessoa convicta em sua razão de existir? Sabe de onde veio e para
onde vai? Estas certezas são frutos da independência do homem, pois Jesus Cristo
pega aquele escravo, sem esperança, sem vida, sem perspectivas e o torna convicto
quanto ao rumo a seguir, convencido quanto ao seu futuro. Jesus já deu o brado da
independência, conquiste agora a sua liberdade abrindo o seu coração para Jesus,
entregue a sua vida a Ele porque foi para esta finalidade que Jesus tanto sofreu
naquela cruz. Pense nisso!
Luiz
Lobianco
luizlobianco@hotmail.com
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