7 A nossa esperança a respeito de vós está
firme, sabendo que, como sois participantes dos sofrimentos, assim o sereis da
consolação.
8 Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a
natureza da tribulação que nos sobreveio na Ásia, porquanto foi acima das
nossas forças, a ponto de desesperarmos até da própria vida.
9 Contudo, já em nós mesmos, tivemos a sentença
de morte, para que não confiemos em nós, e sim no Deus que ressuscita os
mortos;
10 o qual nos livrou e livrará de tão grande
morte; em quem temos esperado que ainda continuará a livrar-nos,
11 ajudando-nos também vós, com as vossas orações
a nosso favor, para que, por muitos, sejam dadas graças a nosso respeito, pelo
benefício que nos foi concedido por meio de muitos (2 Co 1.7-11).
Todos
nos abalamos nesta semana com o suicídio de mais uma jovem. Aliás, tragédias de
suicídio tem se tornado frequente no noticiário, e como nos habituamos com tudo
que é frequente, tenho receio de que a sociedade comece a se “conformar” com
estas tragédias. Estamos no mês de combate ao suicídio, mas apesar das
campanhas muitos insistem nesta saída covarde dos seus problemas e do
sofrimento. Lembro-me do relato de uma jovem na rede social que dizia: Eu vou desistir. A vida não é do jeito que a
gente pensa, melhor acabar com tudo. Se vocês acham que há algum motivo para
viver nesse sofrimento me falem. Falei por mensagem de motivos para se
viver, mas nunca obtive resposta e nem sei qual foi o desfecho de sua história.
E como aquela jovem, muitas outras pessoas estão desistindo da vida em função
de algum sofrimento. Especialistas afirmam que, na maioria dos casos, as
pessoas que tentam o suicídio não querem pôr um fim à sua vida; na verdade, o
que elas querem é pôr um fim ao seu sofrimento. Elas acham que têm uma razão
para morrer, mas o que elas realmente precisam é de uma razão para viver. E por
que continuar a viver? A resposta a esta pergunta é o objetivo do nosso texto
hoje e de outros próximos. E se pensamentos assim tem te perturbado, você
precisa ler estes textos.
Sofrimento
para desistir da vida não é desculpa. Vou falar para você de um homem que
estava ansioso para partir, mas não por uma aspiração suicida. Este homem sabia
o que era sofrer, e se sofrimento é causa de se por fim a vida, este homem
tinha motivos de sobra para isso. Este homem é o apóstolo Paulo que um dia
falou: Porquanto, para mim, o viver é
Cristo, e o morrer é lucro (Fp 1.21). Paulo está dizendo que mesmo estando
morto ou vivo ele tem o mesmo ideal. Havia nele uma razão para permanecer vivo,
e esta mesma razão que o mantinha vivo era a razão dele morrer: Jesus Cristo. Tanto
na vida como na morte Paulo tinha um ideal, uma meta e um rumo a seguir e este
ideal de Paulo é a verdadeira razão da vida. E é justamente isso que falta na
vida de um suicida. Não é apenas ter um ideal, mas é ter um ideal adequado. Não
é apenas ter uma meta, mas é ter uma meta verdadeira. Não é apenas ter um rumo
a seguir, mas é avançar para o lado certo da vida. Todos os suicidas tinham
sonhos, planos para o futuro de suas vidas, mas estes sonhos não foram
suficientes para impedi-los de desistirem da vida, porque eles sonhavam com
coisas vãs, mas ignoravam a verdadeira razão da vida.
Há
um mal muito grande em um ato suicida: Egoísmo. O suicida está pensando somente
nele, em aliviar o seu sofrimento, mas em momento algum ele avalia o sofrimento
que ele irá causar com a sua atitude. Um filho suicida não considera o
sofrimento e a angústia que estará deixando e provocando em seus pais, ele quer
apenas por fim ao seu sofrimento, independente que isso venha a desgraçar a
vida de quem ele tanto ama. Voltando no exemplo de Paulo, apesar dos
sofrimentos este homem não estava desistindo da vida, pelo contrário, ele está
falando sobre a razão de permanecer vivo, mesmo em meio a tantas tempestades: Os
outros, ou seja, seus irmãos, seus amigos, seus parentes, seus pais. Veja o que
ele diz: Entretanto, se o viver na carne
traz fruto para o meu trabalho, já não sei o que hei de escolher. Ora, de um e
outro lado, estou constrangido, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o
que é incomparavelmente melhor. Mas, por vossa causa, é mais necessário
permanecer na carne. E, convencido disto, estou certo de que ficarei e
permanecerei com todos vós, para o vosso progresso e gozo da fé, a fim de que
aumente, quanto a mim, o motivo de vos gloriardes em Cristo Jesus, pela minha
presença, de novo, convosco (Fp 1.22-26). A morte seria para este homem o fim de todos
os seus sofrimentos, mas ele é consciente de que seria também o fim de um
suporte de esperança que ele significava para muitos. E esta atitude de pensar
no próximo desvia o olhar egoísta do que lhe seria mais cômodo: Morrer, e fixa
no que é uma loucura para muitos: Continuar vivendo mesmo sofrendo, mas esta
última faz dele um abençoador de muitos.
Paulo
tinha uma razão para continuar a viver e tenho certeza de que, se você refletir
com consciência, também encontrará razão em sua vida para continuar vivo. Vou
parafrasear uma frase: Quando até o laço de teu calçado tentar te seduzir à
morte, ande descalço, mas não desista da vida! Desvia o foco. Esqueça os seus
problemas, eles são circunstanciais. Pense nos seus irmãos, nos seus amigos,
nos seus parentes, nos seus pais. O sofrimento que você estará inserindo em
suas vidas não serão circunstanciais, mas sim um arrependimento eterno de não
ter notado o que estava acontecendo, de não ter feito o suficiente para
impedi-lo, de não acreditar que as coisas chegariam a este ponto. Há muitas
razões para continuarmos a viver e nunca desistir da vida, a principal delas é
Jesus Cristo que te ama verdadeiramente. Nos próximos textos quero te
apresentar algumas razões para não desistir da vida. Que Deus abençoe a sua
vida e me ajude a espalhar este texto, quem sabe juntos não impedimos alguém de
desistir da vidaI Amém!
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com
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