quarta-feira, 11 de março de 2020

A CRUZ DA DIREITA – A CRUZ DA INCREDULIDADE

Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, ali o crucificaram, bem como aos malfeitores, um à direita, outro à esquerda (Lc 23.33). Depois de enfrentar um julgamento injusto, de ser maltratado pelos soldados, subjugado pelas autoridades, sempre acompanhado por aquela multidão que contemplou seus milagres e suas curas, Jesus chega ao monte chamado Calvário e ali o crucificam com mais duas pessoas. A cena do Calvário tinha três cruzes: do lado direito um ladrão, no meio Jesus e do lado esquerdo outro ladrão. Quando viajamos pelas estradas, constantemente vemos cruzes fixadas as beiras das rodovias. Elas nos alertam e nos falam que alguém morreu naquele local em algum acidente. Cruz lembra morte e o que nos lembra as três cruzes do Calvário? Quero falar sobre isso nos próximos textos.

Primeiramente, vamos falar sobre a cruz da direita, a qual podemos chamar de a cruz da incredulidade. As palavras daquele homem, crucificado a direita de Jesus, não eram palavras consoladoras e nem palavras de arrependimento, muito menos palavras de exaltação e reconhecimento àquele que estava ao seu lado, pois dizia: Um dos malfeitores crucificados blasfemava contra ele, dizendo: Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós também (Lc 23.39). Aquele ladrão estava vivendo uma situação irreversível. Estava pregado em uma cruz esperando a chegada da morte que era iminente. Ele não queria salvar a sua alma, queria tão somente salvar o seu corpo daquela cruz, algo que somente aconteceria por um milagre. Aquele homem, naquele trágico momento de sua vida, ainda estava agindo com incredulidade.

A incredulidade sempre descobre impossibilidades, porque sempre olha para as circunstâncias, para os obstáculos e não para Deus. Aquele homem estava apenas olhando para a situação de crucificado e pensando em uma forma de se safar daquela situação. Ele olhou para Jesus como o Cristo, mas não como o Cristo que salva a alma do inferno, não como o Cristo que ama os pecadores e por causa desse amor estava ali, mas ele olha para Jesus como o Cristo que poderia apenas tirá-lo daquela cruz. Ele foi totalmente incrédulo até ao fim de sua vida. Jesus não lhe deu qualquer resposta, porque Deus não age diante da incredulidade; Ele nem dá respostas a ela. E temos um exemplo disso que é a cidade de Nazaré, a cidade em que Jesus Cristo viveu, diz a Bíblia: Chegando o sábado, passou a ensinar na sinagoga; e muitos, ouvindo-o, se maravilhavam, dizendo: Donde vêm a este estas coisas? Que sabedoria é esta que lhe foi dada? E como se fazem tais maravilhas por suas mãos? Não é este o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, José, Judas e Simão? E não vivem aqui entre nós suas irmãs? E escandalizavam-se nele (Mc 6.2-3). No contexto desta passagem Jesus operou milagres maravilhosos. Ele expulsou uma legião de demônios de um endemoninhado. Uma mulher foi curada instantaneamente de uma hemorragia que a assolara por anos. Uma garota de doze anos, a filha de um governante judeu, ressuscitou dos mortos. Ao operar tais milagres, Jesus disse àqueles a quem libertou: A tua fé te salvou. E nesta passagem Jesus vai à sua cidade, Nazaré, onde Ele viveu os primeiros trinta anos de sua vida. Jesus volta à sua terra para estar no meio da sua própria gente, incluindo a sua própria família, mas encontra ali somente incredulidade. Ele é completamente questionado e rejeitado pelos seus concidadãos. E por causa desta incredulidade Jesus pouco fez diante daquele povo, pois a Bíblia diz: Não pôde (Jesus) fazer ali nenhum milagre, senão curar uns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos. (Jesus) Admirou-se da incredulidade deles. Contudo, percorria as aldeias circunvizinhas, a ensinar (Mc 6.5-6).

A fama de Jesus com certeza já havia chegado em Nazaré. O povo de Nazaré certamente ouvira a respeito dos grandiosos milagres de Jesus. Com certeza tinham ouvido as histórias maravilhosas dos milagres de suas mãos. Entretanto, para eles, tais coisas aconteceram em outras cidades, em outros locais, em outras comunidades, e não em Nazaré. Afinal, Ele vivera por trinta anos ali e nunca havia acontecido nada de extraordinário, porque Jesus era um cidadão comum em Nazaré. E qual é o resultado diante da incredulidade daquelas pessoas? Jesus retém o seu poder! Ele não realiza ali milagres! Deus não age diante da incredulidade! E quantos não agem como este homem crucificado naquela cruz? Quantos não estão com alguma doença mortal e tudo que anseiam é a cura de seu corpo, mas rejeita completamente o milagre da cura de sua alma? Quantos não vivem uma vida de incredulidade, questionando e rejeitando os métodos de Deus, revoltados com o agir de Deus porque tem seus olhos fixos somente nesta vida, neste mundo, e desprezam a eternidade? Faça a propagação de um culto anunciando curas e milagres e verás a igreja lotada. Faça a propagação de um culto de libertação anunciando o Evangelho de Cristo e verás como haverá poucos interessados, porque vivem em torno de seu egocentrismo, extremamente interessados em extrair de Deus algo para si mesmo que possam desfrutar apenas neste mundo, mas negam àquele que se doou e negou a si mesmo para oferecer a eles aquilo que desprezam: A salvação de sua alma! A vida eterna nos braços do Pai! Pense seriamente nisso e não haja com incredulidade diante de Deus, antes, aceite com alegria a salvação que Ele te oferece. Que Deus assim te abençoe! Amém!

Luiz Lobianco

luizlobianco@hotmail.com


Nenhum comentário:

Postar um comentário