Quando chegaram ao lugar
chamado Calvário, ali o crucificaram, bem como aos malfeitores, um à
direita, outro à esquerda (Lc 23.33). Depois de enfrentar um julgamento
injusto, de ser maltratado pelos soldados, subjugado pelas autoridades, sempre
acompanhado por aquela multidão que contemplou seus milagres e suas curas,
Jesus chega ao monte chamado Calvário e ali o crucificam com mais duas pessoas.
A cena do Calvário tinha três cruzes: do lado direito um ladrão, no meio Jesus
e do lado esquerdo outro ladrão. Quando viajamos pelas estradas, constantemente
vemos cruzes fixadas as beiras das rodovias. Elas nos alertam e nos falam que
alguém morreu naquele local em algum acidente. Cruz lembra morte e o que nos
lembra as três cruzes do Calvário? Quero falar sobre isso nos próximos textos.
Primeiramente, vamos falar sobre a cruz
da direita, a qual podemos chamar de a cruz da incredulidade. As palavras daquele homem, crucificado a direita de Jesus, não
eram palavras consoladoras e nem palavras de arrependimento, muito menos
palavras de exaltação e reconhecimento àquele que estava ao seu lado, pois
dizia: Um dos
malfeitores crucificados blasfemava contra ele, dizendo: Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós também (Lc 23.39). Aquele ladrão
estava vivendo uma situação irreversível. Estava pregado em uma cruz esperando a
chegada da morte que era iminente. Ele não queria salvar a sua alma, queria tão
somente salvar o seu corpo daquela cruz, algo que somente aconteceria por um
milagre. Aquele homem, naquele trágico momento de sua vida, ainda estava agindo
com incredulidade.
A incredulidade sempre descobre impossibilidades, porque sempre
olha para as circunstâncias, para os obstáculos e não para Deus. Aquele homem
estava apenas olhando para a situação de crucificado e pensando em uma forma de
se safar daquela situação. Ele olhou para Jesus como o Cristo, mas não como o
Cristo que salva a alma do inferno, não como o Cristo
que ama os pecadores e por causa desse amor estava ali, mas ele olha para Jesus
como o Cristo que poderia apenas tirá-lo daquela cruz. Ele foi
totalmente incrédulo até ao fim de sua vida. Jesus não lhe deu qualquer
resposta, porque Deus não age diante da incredulidade; Ele nem dá respostas a
ela. E temos um exemplo disso que é a cidade de Nazaré, a cidade em que Jesus
Cristo viveu, diz a Bíblia: Chegando o sábado, passou a ensinar na
sinagoga; e muitos, ouvindo-o, se maravilhavam, dizendo: Donde vêm a este estas
coisas? Que sabedoria é esta que lhe foi dada? E como se fazem tais maravilhas
por suas mãos? Não é este o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, José,
Judas e Simão? E não vivem aqui entre nós suas irmãs? E escandalizavam-se nele (Mc 6.2-3). No contexto desta passagem Jesus operou milagres maravilhosos. Ele
expulsou uma legião de demônios de um endemoninhado. Uma mulher foi curada
instantaneamente de uma hemorragia que a assolara por anos. Uma garota de doze
anos, a filha de um governante judeu, ressuscitou dos mortos. Ao operar tais
milagres, Jesus disse àqueles a quem libertou: A tua fé te salvou. E nesta passagem Jesus vai à sua cidade, Nazaré,
onde Ele viveu os primeiros trinta anos de sua vida. Jesus volta à sua terra
para estar no meio da sua própria gente, incluindo a sua própria família, mas
encontra ali somente incredulidade. Ele é
completamente questionado e rejeitado pelos seus concidadãos. E por causa desta
incredulidade Jesus pouco fez diante daquele povo, pois a Bíblia diz: Não
pôde (Jesus) fazer ali nenhum milagre, senão curar uns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos. (Jesus) Admirou-se da incredulidade deles.
Contudo, percorria as aldeias circunvizinhas, a ensinar (Mc 6.5-6).
A fama de Jesus com certeza já havia chegado em
Nazaré. O povo de Nazaré certamente ouvira a respeito dos grandiosos
milagres de Jesus. Com certeza tinham ouvido as histórias maravilhosas dos
milagres de suas mãos. Entretanto, para eles, tais coisas aconteceram em outras
cidades, em outros locais, em outras comunidades, e não em Nazaré. Afinal, Ele vivera por trinta anos ali e nunca havia acontecido
nada de extraordinário, porque Jesus era um cidadão comum em Nazaré. E
qual é o resultado diante da incredulidade daquelas pessoas? Jesus retém o seu poder! Ele não realiza ali milagres! Deus
não age diante da incredulidade! E quantos não agem como este homem crucificado
naquela cruz? Quantos não estão com alguma doença mortal e tudo que anseiam é a
cura de seu corpo, mas rejeita completamente o milagre da cura de sua alma?
Quantos não vivem uma vida de incredulidade, questionando e rejeitando os
métodos de Deus, revoltados com o agir de Deus porque tem seus olhos fixos
somente nesta vida, neste mundo, e desprezam a eternidade? Faça a propagação de
um culto anunciando curas e milagres e verás a igreja lotada. Faça a propagação
de um culto de libertação anunciando o Evangelho de Cristo e verás como haverá
poucos interessados, porque vivem em torno de seu egocentrismo, extremamente
interessados em extrair de Deus algo para si mesmo que possam desfrutar apenas
neste mundo, mas negam àquele que se doou e negou a si mesmo para oferecer a
eles aquilo que desprezam: A salvação de sua alma! A vida eterna nos braços do
Pai! Pense seriamente nisso e não haja com incredulidade diante de Deus, antes,
aceite com alegria a salvação que Ele te oferece. Que Deus assim te abençoe!
Amém!
Luiz Lobianco
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