Respondendo-lhe, porém, o outro, repreendeu-o, dizendo: Nem ao menos temes a Deus, estando sob
igual sentença? Nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o castigo que os
nossos atos merecem; mas este nenhum mal
fez. E acrescentou: Jesus, lembra-te
de mim quando vieres no teu reino (Lc 23.40-42). Assim como na direita, à esquerda de Jesus havia outra cruz com
outro homem, outro ladrão como o da direita, mas com uma atitude completamente
contrária daquele, pois ele não estava agindo com incredulidade, nem com
rejeição e nem com zombaria, mas estava agindo como alguém que percebeu que a
sua última oportunidade estava passando e ele resolveu não perdê-la. Com suas
palavras aquele homem reconheceu o que as autoridades do povo não reconheceram:
a inocência de Jesus. E se você não acha isso importante, lembre-se de que Pilatos
também havia visto a mesma coisa em Jesus: Disse Pilatos aos principais
sacerdotes e às multidões: Não vejo neste homem crime algum (Lc
23.4). Contudo, tomou a atitude covarde de condenar a Jesus mesmo este sendo
inocente e entregá-lo à morte.
A cruz da esquerda é a cruz da fé. Que cruz é esta? É a cruz do
arrependimento! E o que é arrependimento? Arrepender significa mudar de
ideia. Arrependimento verdadeiro resulta em uma mudança de atitude, uma mudança
de comportamento. Uma definição bíblica e completa de arrependimento é: mudança
de convicção sobre algo que resulta em mudança de comportamento. Arrepender-se,
em relação à salvação, é mudar sua convicção sobre Jesus Cristo. Talvez, aquele
homem tinha a mesma opinião que as autoridades e o povo tinham a respeito de
Jesus, mas ao contemplar Jesus na cruz foi tocado, transformado e passou a ver
Jesus com outros olhos: os olhos da fé! O ladrão da direita não olhou assim
para Jesus e tudo indica que morreu sem arrependimento e quem morre sem
arrependimento morre sem ter nascido de novo e Jesus disse que quem não nascer
de novo não pode entrar no Reino de Deus. Por isso que Paulo diz que se
alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já
passaram; eis que se fizeram novas (2 Co 5.17).
Pedro, logo após o Pentecostes, convida algumas pessoas daquela
multidão que rejeitaram e condenaram a Jesus a mudarem seus pensamentos sobre
Ele, a voltarem seus olhos novamente para Jesus, mas vê-lo agora com um outro
olhar, pois depois de contar ao povo a história de Jesus, disse: Esteja absolutamente certa, pois, toda a casa de Israel de que a este Jesus, que vós crucificastes,
Deus o fez Senhor e Cristo (At
2.36). Tudo que Pedro queria era que o povo reconhecesse que Jesus Cristo
é o Senhor. Ele está convidando as pessoas a transformarem suas mentes,
deixando para trás a sua incredulidade, a sua zombaria, a sua rejeição a Cristo
como o Messias e aproveitasse o momento, a oportunidade e passasse a crer em
Jesus. E o resultado foi bem diferente daquele momento em que foram incitados
pelas autoridades contra Jesus, pois diziam: Ouvindo eles estas coisas, compungiu-se-lhes
o coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, irmãos
(At 2.37)? E Pedro diz o que eles deveriam fazer naquele momento: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo
para remissão dos vossos pecados... (At 2.38).
Aquele ladrão se arrependeu. E se ele não tivesse passado pelo
arrependimento com certeza estava tendo a mesma atitude do outro e seria apenas
mais um dos incrédulos que cercava a Jesus naquela hora, mais um dos que
zombavam do seu amor, do seu gesto de submissão ao Pai. Mas ele se arrependeu e
o que quer que ele antes pensasse de Jesus, agora o vê como o Cordeiro de Deus
e teve um pulsar da fé diante da Pessoa do Senhor Jesus, e espontaneamente
clamou: Jesus,
lembra-te de mim quando vieres no
teu reino (Lc 23.42). Imagine como
estas palavras devem ter tocado o coração de Jesus. Em meio a tanta incredulidade,
zombaria e rejeição, diante de tanto escárnio e irreverência, alguém o chama de
Senhor e busca a sua salvação, a salvação de sua alma e não de seu corpo, como
que em uma motivação para que Jesus não desistisse da cruz e continuasse ali
até ao fim, porque daquele sofrimento resultaria em muitas mais pessoas
clamando por misericórdia, clamando para serem salvos. Agora sim uma atitude
que merecia uma resposta e Jesus a dá com todo o seu amor que tem pelo pecador:
Jesus lhe
respondeu: Em verdade te digo que hoje
estarás comigo no paraíso (Lc 23.43).
É impossível crermos em Jesus Cristo sem primeiro mudarmos nossa
convicção sobre quem Ele é e o que Ele tem feito. Aquele ladrão teve esta
mudança. Esta era a última oportunidade de arrependimento para ele e ele não a
perdeu, não adiou a sua decisão. Ele se sentia perdido e desesperadamente só,
abandonado por todos. Então, teve a certeza de que aquele que estava ao seu
lado era o Messias, o Salvador do Mundo, a sua última esperança. Ele se
arrependeu e creu em Jesus e sua atitude de fé resultou em um avanço para a
eternidade, salvo e remido por Cristo e está até hoje gozando das bênçãos do
Céu e assim estará eternamente. Que Deus te abençoe a aproveitar a sua
oportunidade e ter a mesma atitude daquele homem. Amém!
Luiz Lobianco
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