O desgaste nos relacionamentos é um malefício que
pode acompanhar o passar dos anos, pois as relações se desgastam com o dia a dia e se não forem
alimentadas e regadas continuamente elas podem se romper. Em um mundo ideal não
haveria desgaste em nenhum relacionamento, mas estamos longe de viver neste
mundo ideal, pois vivemos na vida real e na vida real sentimentos e atitudes
mudam. Isso pode acontecer, por exemplo, no casamento, pois com o passar do
tempo a paciência parece não ser mais a mesma, e no decorrer dos anos os
elogios vão dando lugar para as palavras rudes e cada vez mais não assumimos a
culpa, pelo contrário, apontamos os erros. Às vezes, estas mudanças são tão
drásticas e desastrosas que o fim de um relacionamento se torna inevitável. Não deveria ser assim. Miria Kutcher diz: Quando um casal
está junto, desenvolve-se uma sintonia fina que funciona tanto para os bons
quanto para os maus momentos.
Mas não é só
no relacionamento de um casal que podemos encontrar desgaste causado pelo
tempo. Pode acontecer também no relacionamento entre pais e filhos. Quando eles
são ainda bebês pegamos nossos filhos no colo e os acalentamos quando choram, e
até passamos noites em claro cuidando deles, preocupados, tristes quando adoecem
e até choramos com eles. Mas logo eles crescem, começam a percorrer seus
próprios caminhos, tomar as suas próprias decisões, a fazer suas próprias
escolhas e junto com tudo isso vem as discórdias, os conflitos e a impaciência vai
tomando o lugar daquele delicado cuidado que tínhamos anteriormente com nossos
filhos.
E na vida
cristã a realidade não é diferente, pois nosso inimigo sabe que o tempo é o seu
maior aliado. Ele sabe de como temos a tendência para o desânimo, a disposição
para criação de rotinas e a dificuldade para a perseverança. Logo, permitimos
que as tarefas e os afazeres nos tornem indiferentes com Deus e com a igreja. Vivemos
períodos, dias e até anos infrutíferos sem nos importarmos com isso. Temos a
facilidade de permanecermos estagnados, parados, inativos não somente por
longos períodos como também pode acontecer que seja para sempre; isso quando
não regredimos e abandonamos de vez a vida cristã.
O esfriamento espiritual pode ser traduzido como a perda da paixão
por Deus, perda do primeiro amor e distanciamento de nosso Senhor Jesus Cristo,
coisa que, Infelizmente, qualquer cristão está sujeito. A frieza espiritual é,
sem dúvida, uma das piores coisas na vida do cristão, pois perde-se totalmente
a vontade de orar, de ler a Bíblia, de ir à igreja, de cantar louvores, sem
contar que outras coisas vão entrando sorrateiramente e ocupando o lugar de
Deus. Cuidado, porque ninguém se esfria na fé da noite para o dia; é um
processo longo que aponta para um desleixo diário, que pode ser visto no abandono
gradativo da leitura da Bíblia e da oração. Precisamos ouvir urgente a exortação de Paulo:
Pelo que diz: Desperta, ó tu que dormes, levanta-te de entre os mortos, e Cristo
te iluminará (Ef 5.14).
A boa notícia é que há remédio para curar e evitar o desgaste nos
relacionamentos. Como casal precisamos cuidar da rotina para que ela não esfrie
as paixões. Como pais precisamos sempre zelar com paciência pelos nossos filhos
e como cristão vigiar para que não caiamos na frieza espiritual. E para isso
não há outra receita a não ser recomeçar, voltar ao primeiro amor e olhar para
Jesus Cristo, o único que pode revitalizar e reanimar o abatido. Em outras
palavras, é necessário um esforço, uma determinação nossa, acompanhada com a
ação do Espírito Santo para nos levantarmos e partirmos na direção certa. Lembre-se
daquele cântico que diz:
Há momentos
que na vida
Pensamos em
olhar atrás
E é preciso
pedir ajuda
Para poder
continuar.
E clamamos o
nome de Jesus
Ele nos ajuda a carregar a cruz.
Quando os relacionamentos se desgastam temos a tendência de viver
no passado, mas o tempo passa tão rapidamente que olhar para trás só piora a
situação. Não olhe para o passado, siga em frente no presente e avance para o
futuro, porque o tempo não para. Que Deus assim te abençoe! Amém!
Luiz Lobianco
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