quinta-feira, 26 de março de 2020

A CRUZ DA CONFISSÃO E DA ESPERANÇA

Respondendo-lhe, porém, o outro, repreendeu-o, dizendo: Nem ao menos temes a Deus, estando sob igual sentença? Nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o castigo que os nossos atos merecem; mas este nenhum mal fez. E acrescentou: Jesus, lembra-te de mim quando vieres no teu reino (Lc 23.40-42). A cruz da fé é também a cruz da confissão e da esperança. O arrependimento é o essencial e o primeiro passo para a salvação, mas há algo mais que precisa ser feito além do arrependimento: confessar os pecados. Aquele ladrão não somente se arrependeu como também confessou os seus pecados. Tocado em seu íntimo com a postura, com o equilíbrio e com o controle de Jesus, que mesmo sentindo tanta dor, mesmo sendo injustiçado porque estava ali inocentemente, e ao ver seu colega zombar dele, não suportou o peso da consciência e disse: Nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o castigo que os nossos atos merecem; mas este nenhum mal fez (Lc 23.41). Ele reconheceu seu erro, seu pecado e o confessou com a sua boca. Ele também reconheceu a inocência e o senhorio de Cristo e o declarou com a sua boca.

Aquele ladrão teve a atitude correta diante de Cristo: sentir-se culpado e perdido diante de Deus. Ele raciocinou sobre sua vida de pecado e chegou à conclusão de que merecia a pena que recebera, mas não estava preparado para a morte e não queria permanecer nesta situação de condenação. E para mudar a sua situação de condenado para salvo e assim estar preparado para a sua iminente morte, ele clama para que Jesus se lembre dele ao adentrar no Reino de Deus. Este homem, além de reconhecer seu pecado e arrepender-se, ele confessou os seus pecados. Ele completou o ciclo da salvação: reconhecimento da situação de perdido, arrependimento de como tem agido e do que tem feito e a confissão. Veja que aquele ladrão não chamou nenhuma autoridade do povo para fazer a sua confissão, mas o fez diretamente àquele que estava ao seu lado. Ele não podia ir à sinagoga para confessar os seus pecados, não podia procurar aqueles de quem furtara para pedir perdão, não podia ser batizado. Nada podia fazer a não ser exercer a fé em Deus, o que ele fez e graças a esta atitude ele foi salvo. Da mesma forma, para obtermos o resultado de perdão, não devemos confessar nossos pecados a homens, mas precisamos confessá-los ao Senhor para recebermos o seu perdão. A Bíblia diz: Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça (1 Jo 1.9). A confissão aqui é aquela feita pelo cristão diretamente ao Pai, sem nenhuma mediação a ser de Jesus Cristo, aquele que estava na cruz do centro, afinal, era justamente para conquistar esse direito único que Jesus estava naquela cruz.

A cruz da fé também é a cruz da esperança. O ladrão esperou ansioso por uma resposta que veio imediatamente após a sua decisão e Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso (Lc 23.43). Se há uma pessoa sobre a qual podemos ter certeza de seu destino eterno é este ladrão arrependido, porque foi o próprio Jesus quem sentenciou a seu respeito. Jesus nada respondeu ao ladrão da direita, porque Ele não responde à incredulidade, mas responde imediatamente à fé. E em função de ter crido, o ladrão convertido recebeu a certeza da vida eterna. Naqueles últimos momentos de sua vida ele recebeu o perdão de seus pecados e a certeza da salvação. Imagine o quanto que isso aliviou o sofrimento daquele homem naquela cruz. Aquele ladrão entendeu o amor de Deus, conforme João nos revela quando diz: Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo 3.16). Aquele que estava na cruz da fé entendeu a missão daquele que estava na cruz do centro, conforme as palavras de Jesus quando disse: E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim mesmo (Jo 12.32). Naquele momento, o sacrifício de Cristo não atraiu os soldados, não atraiu as autoridades do povo, não atraiu o povo, não atraiu aquele que estava a sua direita, mas atraiu aquele ladrão pecador que estava ao seu lado esquerdo, pois aquele que estava na cruz da fé sentiu-se atraído pelo amor de Jesus. Aquele que estava na cruz da fé reconheceu a sua culpa e a sua insuficiência.

A Bíblia diz que através de Adão entrou o pecado no mundo. Então, todos os descendentes de Adão já nascem com o pecado em si, de forma que só pelo fato de sermos descendentes de Adão o pecado faz parte da nossa natureza, faz parte da essência do ser humano porque já nascemos com ele. Por isso que Paulo diz: pois todos pecaram e carecem da glória de Deus (Rm 3.23). Todos, sem nenhuma exceção! Todos! Tanto eu como você! Mas quando Jesus veio como homem a este mundo, Ele assumiu o nosso lugar debaixo do juízo divino, de forma que Deus tratou Jesus Cristo, ali na cruz do Calvário, da maneira exata como nosso pecado merecia ser tratado. E, agora, depois da obra de Cristo, basta que você reconheça a sua situação de perdição, se arrependa, confesse os seus pecados e creia em Jesus como Salvador da sua vida. E da mesma forma que aquele ladrão recebeu o perdão e a salvação por ter tomado esta atitude, assim também tu serás perdoado e terás a vida eterna, pois a cruz da esquerda representa a todos aqueles que têm fé em Jesus Cristo. Pense nisso! Que Deus te abençoe!

Luiz Lobianco


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