1 Eu,
irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não o fiz
com ostentação de linguagem ou de sabedoria.
2
Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este
crucificado.
3 E
foi em fraqueza, temor e grande tremor que eu estive entre vós.
4 A
minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de
sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder,
5 para
que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana, e sim no poder de Deus (1
Co 2.1-5).
Nabucodonosor
construiu uma estátua dele mesmo e exigiu que todos o adorassem. Mas três moços
negligenciaram a ordem do rei e não se prostraram diante da estátua. O rei
chama estes moços e pergunta para eles se estavam dispostos a voltarem atrás e
se prostrarem diante da estátua. A resposta destes moços foi: Se o nosso Deus, a quem servimos, quer
livrar-nos, Ele nos livrará da fornalha de fogo ardente e das tuas mãos, ó rei.
Se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses, nem adoraremos a
imagem de ouro que levantaste (Dn 3.17,18). Na resposta destes moços eles
estão proclamando que Deus tem poder, mas não estão determinando que Deus livre
eles de morrerem na fornalha, não estão tentando colocar Deus contra a parede.
E olha que o rei, ao ameaçar aqueles moços, ainda disse: ...e quem é o deus que vos poderá livrar das minhas mãos (Dn 3.15)? A
resposta destes moços nos ensina três lições preciosas.
A
primeira lição é que nós não somos chamados para ser advogado de Deus, mas para
ser testemunha de Deus. Não fomos chamados para defender Deus, mas para
testemunhar acerca de Deus. Observe que aqueles moços não entraram em uma conversa,
em uma discussão tola com o rei, pois eles entendiam que não estavam ali para
discutir, para defender a Soberania de Deus. A verdade é que nós não temos que
defender a Deus, pois Deus não precisa de ninguém para defendê-lo, porque Ele é
Deus, Ele não precisa de defesa. Deus não nos chamou para sermos advogado dele,
mas Deus quer que seus filhos testemunhem acerca dele.
A
segunda lição é que devemos ter uma fé sem arrogância e inconsequente. Imagino
alguns cristãos de hoje diante da ameaça do rei. Eles diriam mais ou menos
assim: Estás amarrado ó rei e eu repreendo este fogo, repreendo esta fornalha e
decreto a libertação de Deus. Isso porque alguns cristãos hoje fazem justamente
isso. Eles determinam as ações de Deus e decretam para Deus o que Deus tem que
fazer. Em suas orações eles rejeitam isso, não aceitam aquilo e determinam
aquilo outro. Aqueles três moços não tomaram nenhuma atitude de espiritualidade
inconsequente, eles simplesmente disseram que se Deus quisesse livrá-los Ele os
livraria e se não quisesse estavam prontos a morrerem. Eles entendiam que o
único compromisso que tinham era ser fiel a Deus.
A
terceira lição é que devemos ser fiéis a Deus não apenas pelo que Deus faz, mas
pelo que Deus é. Aqueles moços não estavam sendo fiéis a Deus porque seriam
libertados, eles nem sabiam que seriam, mas estavam sendo fiéis por aquilo que
Deus é. Eles não estavam barganhando nada com Deus. Eles entendem que Deus é
Soberano, se Ele quisesse livrar, Ele livraria, e se Deus quisesse permitir de
morrerem, eles estavam prontos para isso. Hoje o que mais vemos no meio cristão
é uma fé que barganha com Deus. Se Deus não atender aos seus pedidos, as suas
determinações, ficam decepcionados com Deus. Se Deus não atender as suas
expectativas ficam magoados com Deus. Se Deus não fizer como querem ficam
frustrados e, então, este Deus não serve para eles. É o troca-troca, você é
fiel a Deus e Deus te abençoa, mas a motivação para você ser fiel a Deus é Deus
te abençoar. Não é isso que pregam por aí hoje? Você dá uma oferta e se você
der uma oferta mais ou menos você vai ter uma bênção mais ou menos, se você der
uma oferta ousada você vai ter uma benção ousada, então, quando você quer uma
benção ousada seja ousado na oferta. Na verdade isso é um negócio com Deus, é
uma barganha com Deus, você dá para Deus e Deus te recompensa. Pessoas assim
demonstram uma fé centralizada nelas mesma de forma que elas são o alvo de tudo.
A
nossa fidelidade a Deus não deve ser condicionada a nada. Muitas vezes Deus não
faz o milagre. Muitos cristãos foram para a fogueira e Deus não apagou o fogo,
muitos cristãos foram jogados na cova das feras e Deus não fechou a boca das
feras, muitos cristãos foram para a prisão e as portas da prisão não se
abriram, mas nenhum deles negaram a sua fé ou duvidaram da fidelidade de Deus.
Em Hebreus lemos que alguns homens de fé foram poupados da morte, enquanto
outros, que também eram homens de fé, foram levados pela morte. Nossa
fidelidade a Deus deve ser incondicional. Devemos fazer o que é certo e deixar
as consequências para Deus. Nós não administramos resultados. Nossa competência
não é apagar a fogueira ardente, nossa competência é ser fiel a Deus. Se Deus
vai apagar a fogueira ou não isso não é da nossa competência é da Soberania de
Deus. Portanto, se Deus fizer Ele é Deus, se não fizer Ele continua sendo Deus.
Se a porta abrir Ele é Deus, mas se a porta se fechar Ele continua sendo Deus.
Que Ele te abençoe! Amém!
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com