terça-feira, 23 de maio de 2017

CONFIANDO EM DEUS E NÃO NA RELIGIOSIDADE

Um dia Deus enviou o profeta Jeremias ao povo de Judá para lhes dizer: Não confieis em palavras falsas, dizendo: Templo do SENHOR, templo do SENHOR, templo do SENHOR é este... Eis que vós confiais em palavras falsas, que para nada vos aproveitam (Je 7.4,8). E qual o sentido desta mensagem? Acontece que o povo de Judá deixou de confiar em Deus para confiar no templo. O entendimento do povo era que, enquanto o templo estivesse erigido em Jerusalém e tiverem sacerdotes ministrando sacrifícios, as cerimônias sendo realizadas e estiverem celebrando o culto a Deus em Jerusalém, nada, absolutamente nada poderia lhes acontecer. Para eles nenhum reino poderia dominar Jerusalém porque nela estava o Templo do SENHOR. O povo se reunia no templo e pensava que a sua segurança estava nas edificações do templo e do altar, ou seja, em sua religiosidade e não em Deus. O povo se sentia seguro porque para eles não importava como vivessem, o templo em si era suficiente para salvá-los. Mas a verdade é que eles estavam confiando no templo só para permanecerem nos seus pecados, para não terem que mudar de vida, porque Deus não tolera o pecado nem no mundo e muito menos dentro de sua própria casa, no meio de seu povo, por isso Ele manda o profeta para lhes mostrar que a confiança no templo era em vão e que esta confiança não era um substituto para o arrependimento.
O povo se encantava com os tesouros do templo e confiavam nessas coisas, mas eles perderam o maior de todos os objetos sagrados que eles deveriam guardar que era o relacionamento deles com Deus. E quando os verdadeiros tesouros espirituais são perdidos em nossa vida, as perdas dos tesouros materiais vêm como consequência, como sinal da disciplina de Deus. Depois de muitas advertências de Deus o povo não ouve e Deus entrega Jerusalém para um reino ímpio, acontecendo aquilo que o povo jamais imaginava que acontecesse: O domínio de Jerusalém por um povo que não era judeu. E porque eles perderam o maior tesouro que é o tesouro espiritual, então Deus permitiu que o templo fosse destruído e seus utensílios fossem levados pelo inimigo, para que o povo deixasse a fé mística que eles tinham no templo e nas coisas do templo, para que eles pudessem entender que eles tinham que colocar a confiança deles não no templo, mas no Deus que habita no templo, para que eles aprendessem a depender de Deus e não de uma fé mística. Portanto, antes de Deus construir no coração deles uma fé verdadeira, Deus destrói as bases do misticismo daquele povo.
Não é fácil separar a religiosidade do relacionamento pessoal com Deus. Às vezes, podemos ser zelosos na religião e perdermos de vista completamente o nosso relacionamento pessoal com Deus. O Senhor Jesus ilustrou isso na Igreja de Éfeso, uma Igreja preciosa, fiel à Palavra, fiel à doutrina, mas uma Igreja que perdeu o seu encanto pelo Noivo da Igreja: O Senhor Jesus Cristo. Por isso, é possível que você seja um crente zeloso da sua fé, da sua doutrina, da sua religião, da sua denominação, manter tudo isso e ainda assim não ter intimidade com Deus, não estar se relacionando pessoalmente com Deus e com o Senhor Jesus Cristo. Às vezes, nós temos mais zelo de coisas do que zelo com o nosso relacionamento com Deus. E quando confiamos em coisas e não em Deus, o Senhor pode tirar as coisas de nós para nos corrigir. Deus tirou de debaixo dos pés do povo o alicerce em que estavam confiando, assim como Deus removeu o candeeiro da Igreja de Éfeso, porque ela deixou de se arrepender. E quando o povo de Deus deixa de confiar em Deus para confiar no braço da carne está cavando sua própria ruína. Quando deixamos de confiar no Senhor para fazer alianças perigosas entramos em uma rota de colisão e caímos em um abismo.

Esse problema não é só do povo não! Ele é um problema meu e é seu também, pois temos a tendência, a dificuldade de crer em Deus que não vemos porque queremos buscar refúgio em algo que podemos ver e tocar. Por isso que santificamos objetos que não passam de objetos, por isso que se prostram diante de uma estátua com tamanha devoção, mas a Bíblia diz que a fé é a convicção de fatos que se não veem (Hb 11.1). Com o que aconteceu em Jerusalém Deus está mostrando para nós que uma religiosidade externa não pode nos defender nos dias da calamidade. A nossa frequência na igreja, por si só, não pode nos garantir vitória espiritual se a nossa vida pessoal está comprometida com o pecado. Por isso, não se contente em ter apenas uma religião, apenas em ser um membro de igreja, apenas carregar uma Bíblia, apenas fazer orações regulares, porque no dia da adversidade este tipo de fé poderá não valer nada para você, mas ande verdadeiramente na presença de Deus e relacione-se com Ele e, então, sairás vitorioso. Pense nisso!
Luiz Lobianco

luizlobianco@hotmail.com

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