Um
dia Deus enviou o profeta Jeremias ao povo de Judá para lhes dizer: Não confieis em palavras falsas, dizendo:
Templo do SENHOR, templo do SENHOR, templo do SENHOR é este... Eis que vós
confiais em palavras falsas, que para nada vos aproveitam (Je 7.4,8). E qual
o sentido desta mensagem? Acontece que o povo de Judá deixou de confiar em Deus
para confiar no templo. O entendimento do povo era que, enquanto o templo
estivesse erigido em Jerusalém e tiverem sacerdotes ministrando sacrifícios, as
cerimônias sendo realizadas e estiverem celebrando o culto a Deus em Jerusalém,
nada, absolutamente nada poderia lhes acontecer. Para eles nenhum reino poderia
dominar Jerusalém porque nela estava o Templo do SENHOR. O povo se reunia no
templo e pensava que a sua segurança estava nas edificações do templo e do altar,
ou seja, em sua religiosidade e não em Deus. O povo se sentia seguro porque
para eles não importava como vivessem, o templo em si era suficiente para salvá-los.
Mas a verdade é que eles estavam confiando no templo só para permanecerem nos
seus pecados, para não terem que mudar de vida, porque Deus não tolera o pecado
nem no mundo e muito menos dentro de sua própria casa, no meio de seu povo, por
isso Ele manda o profeta para lhes mostrar que a confiança no templo era em vão
e que esta confiança não era um substituto para o arrependimento.
O
povo se encantava com os tesouros do templo e confiavam nessas coisas, mas eles
perderam o maior de todos os objetos sagrados que eles deveriam guardar que era
o relacionamento deles com Deus. E quando os verdadeiros tesouros espirituais
são perdidos em nossa vida, as perdas dos tesouros materiais vêm como consequência,
como sinal da disciplina de Deus. Depois de muitas advertências de Deus o povo não
ouve e Deus entrega Jerusalém para um reino ímpio, acontecendo aquilo que o povo
jamais imaginava que acontecesse: O domínio de Jerusalém por um povo que não era
judeu. E porque eles perderam o maior tesouro que é o tesouro espiritual, então
Deus permitiu que o templo fosse destruído e seus utensílios fossem levados
pelo inimigo, para que o povo deixasse a fé mística que eles tinham no templo e
nas coisas do templo, para que eles pudessem entender que eles tinham que
colocar a confiança deles não no templo, mas no Deus que habita no templo, para
que eles aprendessem a depender de Deus e não de uma fé mística. Portanto, antes
de Deus construir no coração deles uma fé verdadeira, Deus destrói as bases do
misticismo daquele povo.
Não
é fácil separar a religiosidade do relacionamento pessoal com Deus. Às vezes,
podemos ser zelosos na religião e perdermos de vista completamente o nosso
relacionamento pessoal com Deus. O Senhor Jesus ilustrou isso na Igreja de
Éfeso, uma Igreja preciosa, fiel à Palavra, fiel à doutrina, mas uma Igreja que
perdeu o seu encanto pelo Noivo da Igreja: O Senhor Jesus Cristo. Por isso, é
possível que você seja um crente zeloso da sua fé, da sua doutrina, da sua
religião, da sua denominação, manter tudo isso e ainda assim não ter intimidade
com Deus, não estar se relacionando pessoalmente com Deus e com o Senhor Jesus
Cristo. Às vezes, nós temos mais zelo de coisas do que zelo com o nosso
relacionamento com Deus. E quando confiamos em coisas e não em Deus, o Senhor
pode tirar as coisas de nós para nos corrigir. Deus tirou de debaixo dos pés do
povo o alicerce em que estavam confiando, assim como Deus removeu o candeeiro
da Igreja de Éfeso, porque ela deixou de se arrepender. E quando o povo de Deus
deixa de confiar em Deus para confiar no braço da carne está cavando sua
própria ruína. Quando deixamos de confiar no Senhor para fazer alianças
perigosas entramos em uma rota de colisão e caímos em um abismo.
Esse
problema não é só do povo não! Ele é um problema meu e é seu também, pois temos
a tendência, a dificuldade de crer em Deus que não vemos porque queremos buscar
refúgio em algo que podemos ver e tocar. Por isso que santificamos objetos que não
passam de objetos, por isso que se prostram diante de uma estátua com tamanha devoção,
mas a Bíblia diz que a fé é a convicção de
fatos que se não veem (Hb 11.1). Com o que aconteceu em Jerusalém Deus está
mostrando para nós que uma religiosidade externa não pode nos defender nos dias
da calamidade. A nossa frequência na igreja, por si só, não pode nos garantir
vitória espiritual se a nossa vida pessoal está comprometida com o pecado. Por
isso, não se contente em ter apenas uma religião, apenas em ser um membro de
igreja, apenas carregar uma Bíblia, apenas fazer orações regulares, porque no
dia da adversidade este tipo de fé poderá não valer nada para você, mas ande
verdadeiramente na presença de Deus e relacione-se com Ele e, então, sairás
vitorioso. Pense nisso!
Luiz Lobianco
luizlobianco@hotmail.com
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